sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Por aqui ...

... muita chuva, muito frio, céu cinza profundo, nem réstia de sol.
Lá ao fundo, o mar. Também ele cinza, na esteira do céu, apropriou-se do tom e sumiu.




Em casa, quem tem a sorte de a ter, tudo bem,  reduto confortável, ameno, sob um escudo protetor que abraça e acalenta.

Pela manhã, entrei num Shopping.
Foi o horror, o pavor, a claustrofobia raiando um ataque de pânico.
No parque, os lugares de estacionamento disputados à estalada, tornavam a atmosfera tóxica e tão letal como se uma nuvem de CO2 a invadisse.
Uma horrorosa, fintou-me, entrando em contra-mão, roubou-me o lugar que era meu por direito de chegada.
Tive ganas de agressão, de pontapear o carro, riscar-lhe a pintura e partir-lhe um vidro. É verdade! Esta que foge de confusões a sete pés, sentiu este ímpeto assassino.É grave!
Imaginemos agora todos os seres que por aí vagueiam e que só pela confrontação se afirmam! Mete medo, muito medo!
Vale mais ficar em casa.
 Ninguém mais me apanha num Shopping até que a voragem consumista sucumba. Prevejo que seja antes do Natal, dado o estado precário das finanças.
Dei comigo achando graça à situação. E fiquei muito feliz por, ainda que por instantes, me reconhecer e me reencontrar.
É o tempo, bem sei!
Abençoado tempo que, piedoso, joga a nosso favor.

Posto isto, ocupemo-nos:

Ontem, tricotei até terminar o casaco, até as mãos me doerem.
Agora, há que cosê-lo, tarefa que não me seduz. Mas, adiar não é opção e garanto, por isso, que ficará concluído ainda hoje.
Quando na fase de vestir, vou fotografar, mostrar e contar a história de como se tricota um casaco sem molde, sem modelo, sem projeto.
Apenas com um par de agulhas, uns novelitos e uma ideia vaga.

Para dizer a verdade, o que me está a apetecer é cor!
Uma realização colorida é que me encheria as medidas!
Na manga, escondo um plano, pescado aqui:

Na Burda de Dezembro!

Este xaile em crochê, feito em pequenos quadrados, fantástico para usar em casa, maravilhoso para completar com originalidade um look de rua.

O esquema é este.
À direita, a renda que lhe dá acabamento.

O fio espera a minha investida.
Azul. Tinha que ser azul, para colorir momentos, alegrar imagens, iluminar os dias.
Mal consigo esperar.
Hoje mesmo nascerá o primeiro pontinho, a primeira correntinha, o primeiro quadrado.
Que imenso este prazer de antecipação.

Beijo
Nina