segunda-feira, 4 de março de 2013

Atalhos, transvias, transversais, beterrabas ...






A rotina cansa-me, a rotina mata-me. Por isso, e só por isso, como disse Martha Medeiros, sou constante na minha inconstância.
Sem chegar ao ponto de bater com a porta, jogar tudo para o alto e sair por aí, mochila às costas e uns euros no bolso, sou, ainda assim, uma hyppie bem comportada.
Detesto obrigações, rígidas leis que me mecanizam feita robot pré programada. Por isso me rebelo.Como posso, como vou podendo. Rebelde chique, concedo, mas rebelde, ainda assim.
Sem agredir , mansamente, conduzo a vida, a minha e a de quem me rodeia, por estradas paralelas, nada óbvias. Disciplinada no sentido de fugir a convulsões, desarmo expectativas e invento, vajando sempre.
Dai a mulher dos sete instrumentos em que me reconheço.
Nada a fazer.
Sabendo, embora, que canalizando os possíveis talentos numa única direção, poderia, quem sabe?, atingir mais elevados patamares. Melhor sucedida, talvez e, seguramente, infeliz!
Não quero, não posso ... A genética, a hereditariedade, o que seja, vencem critérios práticos e ganham contornos da felicidade. Que, como se sabe, toda a gente sabe, não existe. O que existem são momentos felizes que, olhando para trás brilham, pedras preciosas, por entre o cascalho do quotidiano.
Todo este mergulho introspectivo para concluir que, em meros, banalíssimos detalhes, dou por mim subvertendo regras.
Sopa, é do que falo.
A sopa nossa de cada dia.
Gosto muito e como profundo embora não praticável desejo, poderia alimentar-me apenas de sopa.
Desde que ... lá está, não óbvia, nunca da óbvia, sopa de batata, cenoura, couve e algo mais, assim  a básicos ingredientes.
Não.Não é assim que funciono! Abro a gaveta dos vegetais e vejo beterraba. E brócolos e cebolas e alhos.
Porque não?
Tudo cozido.
Tudo reduzido a puré.
Zero de sal, que eduquei o gosto nesse sentido.
Zero de gordura, que quanto menos melhor.



Depois de fria, frigorífico com ela. Em caixa de vidro, se faz favor, que amaldiçoo os plásticos.
E assim, almoçaria, jantaria, cearia ... Se fosse da cepa de um Che Guevara, capaz de cortar amarras seguindo em frente, seguindo a estrela no céu dos seus sonhos.
Tímida! Embora, raiando o marginal, o inconvencional, sempre.

Beijo
Nina