quinta-feira, 25 de abril de 2019

Abril, águas 1000

Ok! Parece que é preciso que chova e tem chovido que se farta. É cada aguaceiro que se se for apanhado na rua, é banho certo, que a chuva vem atravessada, tocada a vento, impossível de escapar.
Também está um frio desgraçado, tanto que eu, dentro de casa, fui resgatar um casaco de malha grosso e quente - aquele de andar por casa ... - que o desconforto assim exigiu.
Só me espanto perante a transição brusca, abrupta mesmo - no último fim de semana, sábado e domingo, tivemos tempo de quase Verão e agora é o que se vê.

Então, dadas estas circunstâncias, não me apetece sair e bem precisava de o fazer, com montes de tarefas em lista de espera. Mas não. Assim não tenho ânimo.
A dizer a verdade sinto-me até ligeiramente deprimida. Portanto, para contrariar a neura, vou ocupar-me na cozinha, porque, até prova em contrário, nada melhor do que ocupar as mãos e a mente para assim espantar a nuvem negra.

Para o jantar - seremos 4 - teremos, nem mais nem menos, do que  um GRATINADO BEIRA-MAR!










Peixe cru, sem peles nem eespinhas - 500 g
Camarões - 300 g
Cogumelos - 1 lata pequena
Sopa de cogumelos - 1 pacote
Cebola média picada - 1
Leite - 1/2 litro
Margarina - 3 c. de sopa
Manteiga - 1/2 c. de sopa
Queijo gruiere ralado - 1 c. sopa
Pão ralado - 1 c. chá
Sal fino e pimenta - q.b.

Coze-se a cebola em 2 colheres de margarina, mexendo sempre até ficar transparente.
Junta-se a sopa de cogumelos desfeita no leite, tempera-se com sal e pimenta, mexendo sempre até ficar cremosa.
Salteiam-se os cogumelos na restante margarina e juntam-se ao creme.
Retifiuca-de os temperos, adicionam-se os camarões cozidos e descascados e o peixe cortado em pedaços pequenos.

Deita-se em Pirex fundo untado, polvilha-se com o queijo e depois com o pão ralado.
Distribui-se por cima a manteiga em pedacinhos e leva-se ao forno a 180 graus durante 25 a 30 minutos.
Serve-se imediatamente.

Vou acompanhar com arroz de tomate e brócolos cozidos a vapor.

Não é a primeira vez que preparo este prato. Sei que é muito bom e amigo da cozinheira que dispensa a cozinha quando chegam os comensais, já que todo o processo pode ser antecipado.

Recomendo.

Beijo
Nina

terça-feira, 23 de abril de 2019

Parque de Cerveira





No último sábado, véspera da Páscoa, tivemos um dia incrível, quente, com céu azul, sem vento, quase um dia de Verão.
Rumámos a Cerveira onde nos confrontámos com tal multidão que até estacionar o carro era missão impossível.

Desistimos e adiámos a ida à feira para depois de almoço.

Sendo então demasiado cedo para almoçar, rumámos ao Parque contíguo e aí, a multidão não existia - as pessoas queriam fazer compras e não contemplar a natureza.

Foi uma decisão acertada, com vastos espaços verdes, o rio Minho correndo ali ao lado e tapetes de flores silvestres.

No INSTAGRAM, postei já algumas fotos, mas são tão bonitas, tão convidativas como sugestão para um passeio em contacto com a natureza protegida, que aqui deixo algumas.



Um braço do rio atravessa o parque.
 Há sombra, há sossego, há o canto dos pássaros e no rio, peixes.




Existe uma ciclovia.
Curiosamente cruzei-me com vários ciclistas, todos espanhóis - não esquecer que atravessando a ponte estamos na Galiza.

Os campos verdes, imensos, aparecem assim, com vastas áreas floridas

São momentos de uma calma preciosa, em que os sentidos se deleitam

Casando com as amarelas, aparecem estas, flores roxas, silvestres, humildes, enfeitando o quadro.

E estas brancas!
E quantas mais existirão ...
Quero voltar.

Não por acaso, mas propositadamente e aqui, neste Parque,  me perder sem relógio, esquecida da vida.
Coisa melhor não existe!

Beijo
Nina

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Férias sem sair de casa

 Quando o Algarve se enche, quando os hóteis se esgotam, quando os voos atingem preços indecorosos, sabe bem ficar em casa.
Tínhamos 5 dias livres, que podiam ser uma espécie de miniférias e foram ... sem sair de casa, sem ceder à tentação da Internet, puro lazer.
Hesitámos quando as previsões meteorológicas garantiam uma Páscoa chuvosa, que não se confirmou.
Depois, as estradas cheias, os hóteis quase a 100% da sua ocupação e o tempo só "assim, assim", foram decisivos para ceder à preguiça e ficar por aqui.

Não quer dizer que tenhamos passado os 5 dias fechados em casa, mas, ao sair, encontrámos uma cidade muito despovoada.
Foi bom!

Há muito que não passeava pelo litoral de Leça da Palmeira. Ainda bem que lá voltei. Está lindo! Está assim:



Domingo, durante a manhã, uma caminhada ao longo da praia, depois de um café olhando o mar.

O magnífico farol.
O mais bonito que conheço é mesmo este.
 Nunca subi ao cimo, embora saiba que é possível.
 De dia é esplendoroso na sua imaculada brancura.
 De noite é mágico com o seu facho luminoso.

O mar ali ao lado estava invulgarmente calmo e cheirava bem, cheirava a algas, a maresia.
 Não havia vento.

Ao fundo, na curva da estrada, sobre uma pequena colina, A Casa de Chá da Boa Nova, obra prima de Sisa Vieira.
 Da estrada pouco se vê, porque a construção está "enterrada" no solo, aberta ao mar.
Já aqui jantei ao pôr do sol.
 Já aqui passei horas envolta no negrume da noite, apenas com a voz do mar a situar-me.
 Já almocei em pleno arraial de luz.
É magnífico.
Atualmente gerido por um cozinheiro medalhado pratica preços absolutamente escandalosos.
Uma pena!


Considerado monumento nacional, acredito que tenha sido construído há mais de 50 anos.
Permanece atual.
Porque é intemporal!

Não pisar as plantas - avisam!
É flora nativa que se encontra em fase de consolidação.

Ao lado, esta igrejinha.

Nunca nela entrei porque, uma vez mais, se encontrava encerrada.

Num recorte caprichoso, o mar, tranquilo, lago ou piscina, entra , perfura a costa.
É só olhar e permitir aos sentidos que aqui se percam.

Outros quiseram, como eu, aproveitar a manhã, respirar a paz ...

Foi assim, uma feliz decisão de fazer férias sem sair de casa.

Beijo
Nina





segunda-feira, 15 de abril de 2019

Golas

Descubro as imensas possibilidades das golas sempre que ao terminar uma camisola/ blusa me parece que a coisa poderia ter corrido melhor, no que ao decote diz respeito. Não esquecer que sou tricotadeira destemida, mas sem grande currículo.
Então, como dizia, sempre que  ocorre  a obra não corresponder ao sonho, pespego-lhe com uma gola. Uma gola de pôr e tirar, tipo cachecol. Asseguro que os desastres se compõem.


Tricotei em liga direito e avesso, até considerar tamanho suficiente para formar um gola "caída". Cosi.

Resultou assim.

Tinha referido há tempos uma compra online , de um fio 100% algodão que se revelou decepcionante, porque, composto por vários fios, desenrolava , levando a que nem todos fossem apanhados, conferindo um ar de malha caída. Arrependi-me amargamente da compra e prometi não arriscar de novo - fios só compro ao vivo.
O certo é que, a duras penas lá terminei a camisola/ blusa e a ela se destina está gola.


Depois de concluída, cosida e rematada, achei que o canelado do decote, não assentava.
Passei à fase em que sou verdadeiramente perita - desmanchar.

Hoje ficará pronta, que já lhe determinei o defeito.

A avaliação do conjunto até que não está mal, mas só eu sei o aborrecimento que foi trabalhar com este algodão.
Acontece que tricotar é essencialmente lazer, nunca, no que a mim diz respeito,  exigente atenção, que essa reservo-a para outro tipo de atividade.

Estamos pois conversados quanto a esta modalidade de compras.

Entretanto, ao vivo e a cores, numa loja perto de mim, já me abasteci para os próximos que fazeres.
Pela primeira vez atrevi-me com um casaco. Para já estou a gostar e, o que é mais importante, estou a divertir-me, com vontade de não parar, cedendo ao impulso de que é só mais uma voltinha.
O fio é fininho, indicado para agulha número 4 ou 4 e 1/2, na cor bege areia, uma das minhas preferidas de sempre.


O fio rende, rende imenso, mas, por outro lado, adivinho trabalho demorado - não faz mal que não tenho pressa.
O método é o topdown, do qual fiquei devota convicta dedede que passei a dominar a técnica. Dela já falei AQUI, com todos os detalhes.

E é isto.
Com esta semana de quase férias e chuva, tenho ocupação garantida.

Boa semana.

Beijo
Nina


quarta-feira, 10 de abril de 2019

Iris da praia



Não é que saiba muito acerca de plantas e de jardinagem - acho que os meus conhecimentos são apenas moderados e fortemente intuitivos - nem água a mais nem a menos, sol direto a evitar, claridade quanto mais melhor, adubo ocasional, cortar folhas secas e ramos velhos sempre que aparecem.
A meu favor, disponho de um espaço envidraçado, amplo e arejado, onde tudo cresce, cresce desmesuradamente, em alguns casos, cresce até atingir o teto.
Portanto, este é meio caminho andado para ter sucesso.
O outro meio é o meu sincero afeto face às plantinhas.

Daí que, sempre que posso, acho graça em surripiar um raminho, uma haste, uma folha - se vier com raíz, melhor, se não, trato de as colocar num copinho com água e, tendo sorte, as raízes surgirão, transferindo então a planta para terra.
Nada de muito científico e até com o seu quê de proibido, censurável e ilegal ...

Às vezes, muitas vezes, compro na feira ou no Lidl (com preço comprovadamente baixo) especimenes a que não resisto, como é o caso das roseiras e dos limoeiros, as únicas árvores de fruto  que envasadas, dão realmente fruto.

Acresce que também vou recebendo algumas plantinhas novas,  prenda que considero magnífica para receber ou oferecer.

Feita que foi esta introdução, no conjunto das recebidas como presente, inclui-se esta:


Uma maravilha com carinha de bicho.

Foi-me oferecida por uma amiga que a trouxe do Brasil.
Seguindo o seu conselho, deixei-a no exterior, numa varanda onde apanhou chuva, frio e sol escaldante.
Aí permaneceu um ano, com este aspeto:

Folhas verdes, muitas, mas flores, nada.

Seguindo o meu instinto, trouxe-a para dentro de casa para o tal espaço envidraçado e, um belo dia, floriu.
Feliz, procurei registar o milagre, mas, 24 horas volvidas, a flor desaparecera.
Eu não sonhara, não imaginara coisas, não!
A flor tinha existido mesmo.
Continuei a regar uma vez por semana, a eliminar as folhas secas até que se repetiu o milagre - a flor que hoje mesmo fotografei e que acima publiquei. Mais ... entre as folhas várias flores espreitam, saindo diretamente da cada haste.

Tinha para mim que estava perante uma orquídea. Porém este relâmpago de floração era absolutamente atípico - nas orquídeas verdadeiras as flores perduram durante semanas, meses, até.

Então, na minha página do INSTAGRAM, publiquei a foto e pedi ajuda na identificação. A ajuda chegou. Trata-se de uma Íris.
A seguir pesquisei e cheguei AQUI.

Fiquei, então, informada - chama-se ÍRIS DA PRAIA e floresce, efetivamente durante 24 horas.
Pena que dure tão pouco, porque a planta em si não é particularmente bonita.
 A seu favor conta a expectativa do quase permanente parto iminente que em mim cria uma ansiedade boa - agora mesmo estão prestes a nascer três ou quatro novas crias!

Beijo
Nina

terça-feira, 9 de abril de 2019

Obrigada!


Ontem adormeci com a ideia fixa e angustiante que o meu joelho se escavacara de facto, tal era o incómodo.
Fizera-lhe a radiografia com o meu (poderoso) olhar , concluindo que qualquer coisa se tinha partido e que a dor era sua consequência. Não escaparia à cirurgia.
Estava cansada e abatida, mas dormi bem.
Pela manhã, ao acordar ... milagre! Sentia-me muito melhor. Embora a dificuldade em andar permanecesse, a dor aguda desaparecera.
Portanto, meus amigos, muito obrigada pelas palavras de consolo e pelos prudentes conselhos - o que vale é que o meu marido não os lê ou sentir-se-ia apoiado  fortemente e lá se iam os tapetes.
Esclareço que sob cada um coloquei, desde o primeiro dia, um antiderrapante que os impede de deslizar. No acidente de ontem, o que ocorreu foi que um tacão ficou preso nas franjas, quando eu dava uma passada decidida em direção à cozinha.
Segundo ensinamento:
- Em casa não se usam saltos altos!

É reconfortante receber este colo! Sabem bem que é.
Concluo que entre nós se estabelecem verdadeiros laços e, por isso, nos alegramos com as alegrias  e nos preocupamos com as tristezas uns dos outros.

Concluo que sou uma pessoa de sorte - apesar da queda!
Os laços que aqui criei enriquecem-me, ajudam-me a crescer.

Face ao que ouço, que este espaço é local para destilar ódios e frustrações, eu - sortuda - quase nunca fui atingida.
Quase ... apenas quase!
De vez em quando lá surge um ser que decide , "Unknown", já se sabe, por aqui passar e aliviar-se. Parece-me identificar um toque feminino. Juraria que a toupeira é mulher.
Uma amiga minha diz que essas são mulheres mal ... resolvidas (a minha amiga usa outro adjetivo. Eu não, que sou uma senhora).
Pois bem, acontece, mas, como referi, muito raramente - contabilizando, diria que em 8 anos de blog fui atacada 3 vezes. Não conta, portanto. Aliás nunca contaria, já que o bendito SPAM põe definitivo ponto final na questão - que nem questão é.

Seguindo todos os sábios conselhos, descansei.
Reli a Metamorfose - obrigada Bea.
Assisti a filmes.
Dei uso lãs esquecidas e recomecei o tricô.

Amanhã dou-me "alta".
E nunca mais uso sapatos de tacão alto dentro de casa.

Muito obrigada pelo vosso carinho.

Beijo
Nina


segunda-feira, 8 de abril de 2019

Azares


Diz-se que não existe lugar mais perigoso do que a própria casa, perigoso no sentido de que é o espaço onde mais ocorrem acidentes, o que até faz sentido, porque sendo o espaço que melhor se conhece e em que mais tempo se permanece,  deixamos que as defesas baixem e facilitamos.


Quanto a mim este princípio aplica-se já que, foi em casa que mais vezes me magoei.
Na cozinha - local perigosíssimo -  manipulando objetos cortantes, são inúmeros os episódios em que, aterrorizada, testemunhei sangue surgindo vivo e ligeiro, apenas  porque a faca não seguiu o percurso calculado. Por minha culpa, evidentemente.
Ainda na cozinha apanhei valentes queimaduras - a última no Natal quando, com uma pá incandescente, queimava leite creme e, displiscente, deixei que gordo pingo se derramasse na minha mão! Esse acidente, garanto, não vai repetir-se! Que a experiência não é passível de ser esquecida.

Hoje, inesperadamente, escorreguei num tapete e aterrei de joelhos no duro soalho.
Fiquei sem ar, tal foi o choque e a dor.
Estava sozinha em casa e vi-me estendida no chão imobilizada, incapaz de me mexer.

Quando a dor abrandou, depois de respirar fundo repetidamente,  acabei por me levantar.
Tratei de colocar gelo nos joelhos, mas o edema roxo, enorme, entumescido apareceu e espalhou-se, não só nos joelhos, mas também nas palmas das mãos, no caso, os meus amortecedores.

Neste momento, 2 horas volvidas,  além de profundamente abalada psicologicamente, estou com movimentos limitados, mas a dor, graças aos anti-inflamatórios abrandou.
Espero não precisar de nenhum tratamento especial e que a imobilidade forçada , assim como o normal curso da natureza, resolvam a situação.

Não sou, por natureza, nada dada a dramas, mas agora, recapitulando a cena, recordo que atirei pelo o ar o IPad que transportava, o que evitou eu ter aterrado de cabeça contra a esquina de uma mesa. Ainda assim tive reflexos rápidos e o instinto de sobrevivência falou mais alto. Pena que a prudência tenha falhado.
O IPad está intacto, como intactas espero que estejam as minhas rótulas .

O meu marido, pessoa pouco tolerante com descuidos, decretou abolir tapetes e carpetes.
Não será caso para tanto!
Nenhum tapete, nenhuma carpete será retirada, era o que faltava!
Além de em qualquer altura poder vir a ser vítima de outro  qualquer acidente (é o risco de estar viva), ainda tinha que viver numa casa despojada, fria como um laboratório, onde, ao que me consta, também os imprevistos acontecem .

E é isto!
Tanta tarefa programada, um dia tão preenchido e aqui estou, de perna levantada, imprestável.

Beijo
Nina






quinta-feira, 4 de abril de 2019

Da Roménia

Quando em Agosto do ano passado estive na Roménia, tinha vindo a público, nessa mesma altura, a notícia de que uma grande marca de alta costura francesa (Dior ) se apropriara do modelo de um colete bordado, produzido por artesãs romenas, da cidade de Bihor, sem às autoras conferir os respetivos créditos e direitos de autor.

AQUI, o assunto está perfeitamente explicadinho, preto no branco, referindo ainda que, o dito casaco/colete é vendido por 30 000,00 ( trinta mil €? como? porquê????) na exclusivíssima Dior, enquanto que as artesãs o vendem por 500,00€ - ainda assim carote, muito dinheiro por um casaco/ colete, por muito único, exclusivo, trabalhoso e original que seja! (Bem sei que as coisas são caras ou baratas em função de quem as compras! Falo por mim!)

Guardei, no entanto,  a informação, que este tipo de dado interessa-me, como muito bem sabe quem me conhece.

Portanto, em cada cidade, em cada localidade por onde passava, a par das belezas naturais, a par dos monumentos, a par das curiosidades e costumes, deitava um olho inquiridor às lojas, ou, pelo menos, às montras... não fosse dar-se o caso de por lá se encontrar um dos famosos exemplares.

O meu faro insistia para que eu continuasse alerta, mesmo não visitando Bihor. e assim fiz, "um olho no cavalo, um olho no cigano ..."

Até que ...



Achei!





Não é colete, é casaco.
Não é tão elaborado como o modelo usurpado.
Não custou nem 1/5 dos 500,00€ apregoados.
Não foi nada caro, recordo sem poder garantir o preço.
Sei que foi amor à primeira vista, o mais fulminante dos amores, como se sabe.
Veio comigo. Vive comigo. Somos muito felizes.




E hoje,  que chuviscou e a temperatura desceu, vesti-o.
Ufana.

Beijo
Nina

terça-feira, 2 de abril de 2019

Cruzeiro nos canais




Naveguei por quatro canais a bordo de um moliceiro - uma réplica dos barcos que se dedicavam à recolha de moliço, uma espécie de alga que era posteriormente utilizada como adubo dos terrenos agrícolas.

É um passeio calmo, muito tranquilo, apesar do motor que faz avançar o barco, observando-se as margens dos canais, atravessando túneis e passando sob pontes.
O percurso é acompanhado por uma guia que explica, primeiro em português e depois em inglês o que de mais importante se vê.

No caso, o inglês era indispensável dado que, connosco viajava um jovem casal egípcio, com quem não tardei a meter conversa - já que, nós portugueses temos fama de povo afável, há que fazer jus a essa reputação.

Como disse era um casal jovem - na casa dos trinta.
- Estão a gostar de Portugal - perguntei certa da óbvia resposta.
- Muito, muito mesmo!
A comida, o tempo, as pessoas, a beleza natural e monumental do país, adoramos tudo - responderam.

Ficámos de imediato (quase) amigos, pelo que me atrevi a perguntar:
- Estão de férias?
- Não! disse a jovem. Estou a fazer um doutoramento em Gestão e Economia na Universidade do Minho, que no ranking mundial ocupa um lugar no topo.

Definitivamente, ficámos amigos!

O jovem falava um inglês fluente e era também extremamente simpático.
Dei-lhes umas quantas dicas:
- Há que visitar os museus de Aveiro;
- Comer ovos moles;
- Dar um pulo à Costa Nova;
- A seguir deambular por aí.
 Almoçar peixe fresco.
 Beber vinho branco gelado.
 Comer mais ovos moles .

Acabado o cruzeiro despedimo-nos com sorrisos, gratos pelo fortuito encontro.

Feita a introdução, vejam pelos meus olhos que bonito é o passeio.

Cruzámo-nos com outros moliceiros  que navegam abundantemente nestas águas.

Estava um belo dia de Primavera, quase Verão e eu concedi ser fotografada

De chapéu, com a cara sombreada e não identificável

Escolhi o vermelho e preto ...


... e assim percorri quilómetros.


Sob um túnel ...





A ponte dos namorados.
 Aveiro é uma cidade universitária .
Os jovens enfeitam a ponte com laços e juras de amor.

Esta a zona habitacional mais cara

Esta a mais típica, perto do mercado

Esta a mais antiga, com exemplos de arquitetura que merecem ser perservados.

Almoçámos perto do mercado no restaurante Legados da Ria.
Muito bem!
Com peixe fresquíssimo e atendimento para lá de afável.
Recomendo vivamente.

Depois, foi tempo de regressar.

Pelo caminho, ao longe, no alto, avistámos a mais inesperada aldeia - uma aldeia de cegonhas.







A duras penas conseguimos, tomando um atalho, estacionar fora da auto-estrada e assim fizemos as mais improváveis fotografias.
Foi um dia feliz!

Beijo
Nina