segunda-feira, 30 de maio de 2011

Louca, eu?

Receio que sim.
Fora da onda, dessintonizada, extraterrestre ...
Então, ouçam:
Esta manhã, após a sagrada caminhada, ritual incontornável, instalei-me na minha esplanada de sempre, sobre o mar, onde "é  um café, se faz favor!" e o jornal diário para, principalmente, ler artigos, evitando a todo o custo as delícias políticas com que nos bombardeiam, degustando meia horinha de tranquilidade e repouso.
Na marginal circulam empenhados os caminhantes, transpiram e arfam os corredores, passeiam avós ou mães com carrinhos de bebé e os donos de cães matam dois coelhos com uma só cajadada: queimam calorias e, pela trela, exercitam os canídeos, salvo aqueles que,dado o seu exíguo tamanho, são deixados à solta, libertos de trela.
Observo-os, distraída.
Hoje, porém, algo quebrou a mesmice.
Uma algazarra súbita levantou-se frente aos meus olhos espantados:
Um cachorro mínimo, descabelado, pesando aí 800 g, agarrou-se como um tigre esfaimado à perna de um transeunte, rosnando, espumando e, finalmente, guinchando de dor ( por esta ordem!).
Os guinchos foram provocados pelo sopapo que o dono da perna lhe desferiu, para se libertar.
Acontece que a fera tinha dono, melhor dizendo, dona, uma senhora  muito "bem" que, possessa, tentava justificar o ataque   " foi a primeira vez! Nunca atacou ninguém!"e acalmar o cachorro, que , qual esfregão esfiapado, teimava em escapulir-se.
Mas havia baixas!
O dono da perna, de calças arregaçadas, exibia uma escoriação rosada  perto do tornozelo.
Havia que socorrer os feridos!
O dono da esplanada acorreu com os primeiros socorros, numa garrafa de alcoól que despejou no membro quase mutilado e um penso autocolante que colocou com a intenção de prevenir futura e fatal ( quem sabe?) hemorragia.
Despachada que foi a mais vital prioridade, urgia tomar medidas legais:
- Quero uma indemnização!
- Preciso de ser visto por um médico!
- Onde está o boletim de vacinas do cão?
Exigia, em catadupa, a vítima.
Então, aquela senhora tão chique, tão preocupada, tão consumida com a ocorrência, ouvindo falar em custos e vacinas, respondeu:
- O cão é mais limpo que o senhor!
E desapareceu sem deixar rastro!

Beijos,
Nina




domingo, 29 de maio de 2011

As meninas

Não sei se há uma escrita para mulheres. Esta é uma discussão que já vi acesa, porque, sendo a resposta afirmativa, a ela vinha colado um rótulo de menoridade intelectual que acendia fogueiras de fúria libertária.
A haver, seria depreciativa a classificação.
Não sei responder e estou-me nas tintas para os rótulos.
Acho, aliás, irresistíveis os homens com forte vertentente feminina, não confundindo, por favor, com efeminados.
Aliás, as crianças, meninos ou meninas, não fazem a menor questão de assumir tipos e ambos se lambuzam por um colinho, por atenções e não hesitam em lacrimejar como meio para atingir um fim ou , apenas, como genuína demonstração de que ainda não estão formatados.

Acontece que eu estou apaixonada!
Por uma Mulher!
De 88 anos!
Por um livro!
"As meninas", de Lygia Fagundes Telles.
É literatura feminina?
Continuo a não saber!
É uma caixa de bombons que não consigo fechar, onde não avanço, porque me deleito em cada palavra, cada construção de frase, cada sequência de ideias.
Se um homem poderia tê-lo escrito?
Que me perdõem os homens, mas duvido!

Provada que está que as estruturas cerebrais dos dois sexos divergem, não será desprimor que a obra traga agarrada características do criador.

Só uma mulher diria:

" Sentei na cama. Era cedo para tomar banho. Tombei para trás, abracei o travesseiro e pensei em M.N., a melhor coisa do mundo não é beber água de coco verde e depois mijar no mar, (...), a melhor coisa do mundo é ficar  imaginando que o M.N. vai dizer e fazer quando cair o meu último véu."

Porque só uma mulher concebe o "último véu"

Beijos,
Nina

sábado, 28 de maio de 2011

Barrigas!

Gato barrigudo
http://hypescience.com/lista-os-mais-obesos-do-mundo/

É um problema velho como o mundo, a barriga, principalmente se é proeminente.
Acho que nenhuma ou muito poucas mulheres estão satisfeitas com a sua.
Como dizia Wallis Simpson, a bi-divorciada plebeia americana por quem o rei Eduardo VIII de Inglaterra se apaixonou e, em nome de quem viria a abdicar:
-"Nenhuma mulher é suficientemente magra nem suficientemente rica!"
E ela sabia das coisas... tanto sabia que conseguiu o que conseguiu!
 Quero ver quem seria capaz de tal proeza!
O certo, repito, é que esta senhora não brincava em serviço.
Era uma autoridade em barrigas, para além de outros bem mais obscuros assuntos que, sussurra-se por aí, ela dominava com mestria.

Quem sou eu, portanto, para a contradizer?

Tomemos, pois, como ponto assente, que a barriga é inaceitável.
Perante este axioma, impõe-se uma tomada de posição, aliás, duas ... para ser mais rigorosa, três.

Começando pela mais prosaica, quem não se incomoda com a sua barriguinha, deve rebaptizá-la e, usando um eufemismo, chamar-lhe "Curva da Felicidade", mantendo com ela uma salutar e pacifica convivência, como a que, presumo, se estabelece " entre Deus e os Anjos".

Quem não aceita, mas cujos recursos são escassos, sobra a covarde atitude de encolher a barriga sempre que a situação o exige,  assim  esgotando a segunda solução.

Por fim, para os inconformados e endinheirados, o cirurgião plástico existe, prestativo, para redesenhar o mais grotesco perfil.
Penso que a abordagem ao problema passa por uma lipo-aspiração e/ou uma abdominoplastia, da qual se emerge absolutamente plano, dizem, mesmo, que planificado.

Convenhamos que este é o sonho de todo o barrigudo.

Beijos,
Nina




sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sofá velho/ sofá Novo


Palavras para quê?
Ainda há quem defenda a opção de atirar com os móveis usados para o lixo, sem averiguar se uma reforma é possível?
Pessoalmente, dá-me muito mais prazer  transformar do que comprar novo.
No caso presente, a estrutura do sofá encontrava-se em excelentes condições.
O tecido, por seu lado, estava queimado pelo sol e, atendendo a que era um estampado muito marcante, tinha-me cansado e,  para dizer a verdade,já não suportava olhar para ele.
A reforma desta dependência começou pela pintura, antes bege e agora verde chá, paredes e tecto incluído.
Entretanto, pintei alguns móveis na cor das paredes e seguiu-se a reforma do sofá .
A decoração, ainda não está concluída, mas para lá caminha.


Antes
Depois

Como contratempo, posso referir a operação de transporte para colocar o sofá no sítio.
Eram dois entendidos, cada um pegando numa extremidade do sofá.
Para o meter no elevado, foi obra!
Mas, a duras penas lá entrou e subiu até ao meu 5º andar.
Era necessário, depois, subir umas escadas relativamente estreitas que conduzem ao local, no 6º andar, onde o sofá pertence.
As paredes das escadas estão cobertas de quadros.
Prudência, impunha-se.
Mas, está calor, muito calor e os dois experts exalavam um forte cheiro a cerveja.
Temi o pior.
Dei instruções, berrei in extremis, ao observar que vários quadros corriam risco de vida, gritei para que parassem, pedi calma.
Só um quadro foi derrubado, mas saiu quase ileso da contenda, se não me prender com o detalhe de uma amassadela na moldura, coisa de pouca monta.
Finalmente, o "bicho" estava no sítio.
Faltavam as almofadas, tarefa fácil, que tinham ficado no carro, na garagem.
Vamos, então buscar as almofadas...
Chegados ao elevador, preparados para descer, confronto-me com uma manta que eles tinham abandonado e que, pura e simplesmente bloqueara a porta do elevador, que aberta, se recusava a fechar.
Felizmente, havia um segundo  a que estes génios não tinham tido acesso e esse funcionava.
Para a desgraça que poderia ter acontecido, correu tudo muito bem.
Para a próxima tomo qualquer coisa antes deles chegarem, só para não me importar com as consequências que podem e, normalmente, ocorrem nestas batalhas.

Beijos,
Nina 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Celulite...

... quem ainda não tem, vai ter!
É um destino incontornável, seja gorda ou magra, a maldita vai atacar.

Agora que o verão se aproxima, com o seu cortejo de biquinis, shorts e mini- saias, o problema ganha dimensão e ferocidade.

Os produtores de cremes esfregam as mãos de felicidade e vendem, vendem, vendem ilusões e enchem-se de dinheiro, enquanto, impassível, a casca de laranja permanece, indiferente às estratégias da massagem, debaixo para cima, uma vez antes de deitar, outra vez ao levantar.

As mais endinheiradas recorrem a profissionais, tecendo estratégias de ataque mais sofisticado, apelando à tecnologia de ponta.
É a fase da endermologia, que, supostamente, massaja em profundidade e "suga" a gordura que será irremediavelmente eliminada através da urina
É mentira, que eu já fiz e comprovei a ineficácia..
Se, no começo, parece que a coisa funciona, é apenas porque, a sova provoca um certo edema que alisará a pele, dando a ilusão que  a gordura se foi, mais nada.
Findas que foram as primeiras vinte sessões, a estéticista assegurou-me que, com uma segunda série, sim, o problema se resolveria.
E lá embarquei eu, alegremente, em mais vinte sessões pagas antecipadamente, que nem sequer conclui, porque, mais ou menos a meio, ficou provado aquilo que, no fundo, eu já sabia ... estava a pagar caro e a gastar o meu precioso tempo, perseguindo um sonho!



A última, mas mesmo a última inovação, chama-se Placa Vibratória, que, como o seu nome indica, chacoalha todo e qualquer ser que se coloque sobre a sua base e prima "On".
Das pontas dos dedos dos pés até aos miolos tudo treme.
Nota-se alguma solicitação a nível dos músculos das coxas, que após o exercício doem, mas a celulite, essa permanece imutável, linda e faceira, agarrada às coxas e ao rabo.

Esta,confesso, já foi uma situação que me afligiu.
Já foi, porque não é mais.
Convivemos pacificamente.
Continuo a fazer as minhas caminhadas diárias, sou muito disciplinada com a alimentação e aprendi que, se não posso vencê-la ... não permito que me angustie, que interfira com a minha decisão de usar vestuário que exibe pele para além dos joelhos e que a lua é linda, mas está longe e inacessível.

Beijos,
Nina

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sophia de Mello Breyner Andresen

É uma poetisa contemporânea que venero.
Já faleceu, mas, para mim, continua bem presente, e nunca da minha boca se ouvirá que "foi".


Entrada

Anjinho adornando uma das taças da entrada
 A casa dos seus avós, onde ela própria cresceu, é um palacete imponente, rodeado dum espaço amplo, preenchido por árvores seculares, sombras intimistas e relâmpagos de cor que os canteiros de flores expõem.
O Jardim Botânico está aí instalado.
Neste momento, uma exposição sobre Darwin atrai grupos de alunos em visitas de estudo.
Estive lá esta tarde e senti o espaço de Sophia invadadido...
Acabei por me desinteressar pela exposição e preferi perder-me no silêncio dos jardins.
Aí, sim, é possível sentir a presença de Sophia, nos caminhos sombrios, no perfume dos canteiros de alfazeme, no garrido das rosas, nas fontes e estátuas.


Instante


Deixai-me limpo
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio
Sophia de Mello Breyner Andresen



Pormenor da escadaria e, ao fundo, o jardim

Estátua de bronze no meio de um lago

Painel de azulejos no átrio da entrada


Alfazema ou lavanda

As rosas de Sophia
Sophia não se desvanece.
Neste espaço, circula, paira, deusa,  imortal!


terça-feira, 24 de maio de 2011

Homens carecas

É um dos seus calcanhares de Aquiles, se não o maior, pelo menos o mais visível.
Por isso inventaram "que é dos carecas quelas gostam mais"!
Não concordo!
Elas não gostam nem mais nem menos em função da densidade capilar, porque nós, mulheres, somos bem mais espertas, do que esse tolo rótulo insinua.
Como seria possível que a eleição fosse condicionada pelo cocuruto povoado, capilarmente falando, ou luzidio como uma bola de bilhar em resultado da ausência desse mesmo adorno?
Pelo amor da santa, não nos menosprezem!
Quem assim proclama este chavão é porque quer lavar a sua calvice, denunciando a sua pequenez (e não me refiro ao cabelo), repetindo um slogan sem conteúdo, na esperança de que, através da repetição ganhe credibilidade.

Já sei que o absurdo não é exclusivo de género, que  é transversal atingindo os dois sexos, na total amplitude social.
Todos somos vítimas de mitos que prometem milagres em poucas semanas e, os mais arrojados, em poucos dias.
Mas deixarei este tema para outra oportunidade, voltando, agora, aos carecas.

Vi na TV, um documentário incrível, hilariante, documentando as angústias pilosas de dois homens, jovens.

Um era loiro, de pele clara e careca como o Santo António, com uma penugem esvoaçante em redor do crânio, deixando à vista uma imensa superfície luzidia e , aparentemente, macia como o rabinho de um bebé.
O outro, não.O outro tinha uma farta cabeleira e através da abertura desabotoada da camisa, deixava adivinhar um matagal compacto e negro.
Visto pelas costas, adivinhava-se que entre a cabeça e o dorso não existia solução de continuidade.
Queixava-se este jovem que, o que mais o incomodava eram as nádegas cobertas de pelo.
Um verdadeiro urso!

Acontece que os dois jovens eram muito amigos, com aquele tipo de amizade em que um dispensa um rim para acudir ao outro.
Neste caso, o que estava em causa não era um orgão vital, era o cabelo, ou o pêlo, conforme a perspectiva.
Prosseguindo o raciocínio de que " o que é meu, é teu",  e pretendendo matar dois coelhos com uma só cajadada, dirigiram-se ao que seria o seu salvalor da pátria, um médico japonês de grande nomeada, exímio transplantador de folículos capilares, disposto a resolver o problema dos dois amigos.

Encontrámo-los no bloco operatório onde se operará a magia.
O careca, com o perímetro da cabeça fortemente enfaixada, de modo a provocar edema da zona.
O cabeludo/peludo, de rabo para o ar, oferecendo, como dador, o revestimento das suas nádegas.

E lá começou o procedimento:
O médico japonês, armado de assustadora pinça, arrancou, um a um, os pelos, com o respectivo folículo, do rabo do generoso dador, que, a cada investida, soltava pungentes  lamentos, sendo então, cada um dos folículos colocado no alvo crânio do receptor.

Foi uma intervenção demorada, minuciosa e lancinante para os participantes.
Mas valeu a pena!
No final, o "urso" podia exibir sem constrangimento umas nádegas, embora esfaceladas, despojadas de pelos!
O ex-careca loiro, exibia, orgulhosamente uma trunfa de pelos púbicos, pretos, rebeldes e encaracolados,
em contraste violento com o diáfano círculo loiro que lhe emoldurava o rosto.
Um verdadeiro sucesso!

Beijos,
Nina

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Definitivamente ...

... está calor.
Não dá mais para adiar uma tarefa que abomino, mas que, tal como as estações, se repete, inevitavelmente, duas vezes por ano:
-Mudar as roupas!

É horrível!
Parece que cresce, que a que esteve guardada durante os últimos seis meses deu fruto, tem crias.
Fico desesperada sem saber o que lhe fazer, onde a enfiar.
É uma questão que todos os anos se repete, igual à angústia do fim de férias, quando, mesmo sem se ter comprado nada, a tralha não cabe na mala.
Este é para mim um dos grandes enigmas do universo.
Ontem, como não podia deixar de ser, repetiu-se a cena, a angústia, a aflição...
E a solução de despachar metade nem se põe, uma vez que essa triagem foi feita antes desta roupa ser guardada.

Para ser bem, para me preparar psicologicamente para o tormento, acho que deveria, obrigatoriamente, recorrer a um fármaco. Assim, não só não me afligiria, como não faria nada, limitando-me a adiar a tarefa, sine die.
Mas não! Eu não sou assim, não fujo aos problemas, enfrento-os como uma verdadeira mulher do Norte.

E afinal correu muito bem.



Tinha comprado sacos para o lixo, brancos, com capacidade para 120 litros.
Cada um serviu de cobertura a um cabide comportando tês peças.
Resultado, o armário está primorosamente arrumado, as peças de Inverno devidamente protegidas do pó, alinhadas como soldados coreanos ( do norte), impecáveis e imperturbáveis.
Daqui por 6 meses quando as desempacotar, tenho a certeza, terão procriado e a prol ter-se-á multiplicado.
Aposto!
Beijos,
Nina

domingo, 22 de maio de 2011

                       







Recebi este selinho da Su Falcão, agora-siim.blogspot.com, que, por sua vez, o recebeu de Suelem Carolina, de versaocriativa.blogspot.com,com a indicação de responder a um questionário e o reenviar a 10 pessoas.
Fico profundamente agradecida por acharem que eu mereço esta distinção e tratarei de cumprir com a segunda parte da tarefa. 
A primeira, prefiro escusar-me a fazê-la, uma vez que só entendo que as respostas têm valor se absolutamente sinceras e, assim sendo, entraria em compartimentos da minha privacidade que prefiro preservar.
Assim sendo, o selinho segue para:


As regras do jogo "mandam" que quem receber o selo o reenvie a 10 pessoas.
Portanto, nada de preguiça e vamos por o selinho a circular.
Beijos,
Nina

sábado, 21 de maio de 2011

Menina Prendada...

...que domina as artes domésticas e que, intelectualmente, toca piano e fala francês!
Esse era o paradigma dos inícios do século XX, concretamente, antes do eclodir das duas guerras mundiais.
Com o decorrer dos conflitos, principalmente do segundo, às mulheres, na retaguarda, foi exigido colaborar no esforço da guerra e as ditas "prendas domésticas" foram, forçosamente abandonadas.
Entretanto, politicamente, a mulher ganha estatuto de cidadã de primeira com acesso ao direito ao voto e ao reconhecimento da sua dignidade como cidadã ... no papel, porque na prática, as coisas estavam longe de decorrer pacificamente.
Quem não é levado a sério, quem não consegue fazer-se ouvir,já se sabe, recorre a métodos extremos e, por exemplo, queima sutiãs, numa manifestação de rebeldia perante o estatuto de mero objecto sexual  que se engalana para satisfação masculina machista, lembram-se?
E a luta continua: " Por trabalho igual, salário igual!!!"
Assim, aos poucos, a duras penas, as coisas vão mudando.
Definitivamente, a mulher recusa ser "fada do Lar" e sai à procura da sua independência alcançada por um salário ao fim do mês.
E aqui chegamos!
Permito-me, no entanto, questionar-me:
A mulher sai, entrega os filhos a terceiros, regressa a casa ao fim do dia, enfrentando , maioritariamente, um segundo período de trabalho, para se sentir profissionalmente realizada, ou porque precisa, porque um segundo salário é indispensável?
Difícil responder, não é?
Há casos e casos.
Há quem não suporte um dia em casa , do mesmo modo que há quem suspire por ele.
Conheci, num local onde trabalhei durante anos, uma empregada subalterna que dizia:
-Eu trabalho aqui, porque me aborreço muito em casa, no fim do mês.
Toda esta conversa para falar nas "meninas prendadas"
Actualmento, sê-lo é quase um atestado de burrice, um palavrão, porque sê-lo significa, erradamente, na minha opinião, que se é intelectualmente inferior, desinformada, desinteressante, ultrapassada, numa palavra, limitada.
Acho uma pena que as mulheres se achem no direito de se avaliarem umas às outras desta forma.
Acho pobre e preconceituoso!
Dominar as "artes domésticas" tem vantagens económicas incalculáveis, revela uma sensibilidades artística apurada, um domínio de técnicas que a massificação nos retirou e só nos empobrece e uma abertura de espírito que as chamadas actividades profissionais negam e impossibilitam,
Porque digo isto?
Porque já fui e tenho a certeza que, por muito tempo, continuarei a ser, confrontada com a incredulidade dos que pensam conhecer-me (tão intelectual, com formação académica superior...) perante o meu domínio das artes domésticas, que continuo a desenvolver (... sou autodidacta e sei pouco de tudo...) , que me dão imenso prazer e que me enchem de orgulho (colegas...)!

Beijos,
Nina

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Esse BLOG Enche meu Coração




Da Maysa, maysameudocelar.blogspot.com , recebi este selinho.
Chegou às mãos da Maysa, vindo da Rô, luxoecia.blogspot.com, para sre reencaminhado para dez amigas (os).
Com uma enorme dificuldade, elegi:

1 - crochededudis2.blogspot.com
2 - andreaminhaslas.blogspot.com
3 - treleledaana.blogspot.com
4 - osdiasdanossavida.blogspot.com
5 - fusoeroca.blogspot.com
6 - dasmaosdateresinha.blogspot.com
7 - vistasedevariedades.blogspot.com
8 - binausa.blogspot.com
9 - deisecrafts.blogspot.com
10 - lainefreitas.blogspot.com

Em dois dias, duas grandes alegrias.
A média não podia ser melhor.
Espero que fiquem tão felizes com o presente como eu fiquei ao recebê-lo e ao redireccioná-lo.
Beijos,
Nina



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Receita do xaile

Espero que as fotos que vou publicar sejam suficientemente elucidativas para conseguirem reproduzir o trabalho.
Em todo o caso, estarei sempre disponível para qualquer esclarecimento suplementar.
Devo informar que não executei todas as carreiras do esquema, pois ia vestindo  a peça à medida que a ia trabalhando e conclui que  ficaria demasiado comprida se tecesse todas as carreiras.Aconselho, portanto, o mesmo método.
Só assim conseguirão um trabalho adequado à estatura da pessoa a quem este se destina.
Vamos então aos esquemas:



Começar o trabalho pelo centro

A linha recta indica a abertura para a cava

Descodificação dos símbolos


Texto explicativo
 E aqui está desvendado o enigma do xaile, que mais não é que um enorme círculo, com duas aberturas por onde passarão os braços.

Espero ver publicados muitos exemplares e/ou variações deste modelo.

Beijos,
Nina

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Xaile/ Colete

Foi no dia 27 de Abril que, neste mesmo espaço, anunciei que ia começar um novo trabalho em crochet.
No dia seguinte, 28, lancei o desafio para que, perante o seu início  o identificassem.
A Teresinha (dasmaosdateresinha.blogspot.com) foi, então, com a sua perícia imbatível, quem acertou na mouche e matou a charada.
Pois agora, mais concretamente, anteontem, coclui o xaile/ colete, conforme queiram classificá-lo.
Ficou, perdõem a imodéstia, LINDO!

Já está pronto, já foi usado, já fez imenso sucesso:

Tem uma imensa gola que cobre meio braço. Aperta com um alfinete metálico redondo, meio rendado, que comprei especificamente para este efeito.

É rematado, a toda a volta, com uma renda em triângulos


Vesti-o sobre um fundo branco, mas como o fio é matizado em várias cores, admite uma infinidade de combinações 

As sandálias e o cinto numa tonalidade coral, casam na perfeição com o tom dominante da peça


Visto por detrás, parece um casaco ou uma espécie de capa
Sinceramente, acho que o resultado não podia ser melhor.
Prometo postar amanhã, indicações detalhadas para a realização desta peça que, além de original é versátil, adequada para os dias mais frescos do Verão e única, não sendo possível encontrá-la num armazém de fabrico em massa, com milhares de peças iguais.
Não podia ter ficado mais feliz com o resultado!
Tenho a certeza que vou usá-la repetidamente e que, dada a sua versatilidade, poderá compor desde um conjunto muito simples, a um mais requintado.
Foi um daqueles trabalhos, que me satisfez plenamente, portanto, meninas, mãos à obra.

Beijos,
Nina

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ainda Barcelona, para concluir...

Para concluir o passeio por Barcelona, mostrarei um último conjunto de fotos realizadas, na sua maioria, no interior do City Tour Bus.
Com efeito, a partir da Praça Catalana, o coração da cidade, partem sucessivos Tours, com o preço único de 23€, que fazem a ronda à cidade, em dois percursos, um da zona oeste e outro da zona leste.
Cada percurso demora cerca de 2h 30m e permite subir e descer quantas vezes se queira.
É uma forma agradável de chegar aos pontos mais carismáticos da cidade, comodamente instalado e por um preço aceitável.
Durante a manhã realizei o primeiro e após a pausa para o almoço que ontem descrevi, o segundo.

A estátua de Colon  (Cristovão Colombo), no fundo das Ramblas, olhando o mar que atravessou, ao serviço dos reis de Espanha, com o intuito de chegar à Índia.
Equivocou-se nos cálculos e descobriu a América.
Sempre equivocado, chamou "índios" aos seus habitantes.

Praça da Catalunha observada  a partir de uma janela do restaurante do Corte Inglês

Outra vista tomada a partir do mesmo local

Praça de Touros
Ouvi dizer que, a partir do próximo ano, deixarão de se realizar touradas na Catalunha, em resultado de um referendo feito à população.
Só posso aplaudir essa decisão, porque, na minha opinião, a tourada não passa de uma forma bárbara de divertimento, que abomino.

Marginal da Barceloneta, inteira e exclusivamente dedicada a peões.

Marina da Barceloneta, antigo porto pesqueiro.



Edíficio ultramoderno, na marginal, no qual foram aplicadas todas as inovações tecnológicas que o tornam ecologicamente sustentável.

Na mesma zona, arte moderna

Outro exemplar de escultura moderna

Escultura homenageando a Catalunha

Ao longe, a cabine do teleférico que liga a cidade a Montjuic, o ponto mais elevado de Barcelona
Termino, com estas fotos, um documentário simples e superficial de uma cidade que oferece tudo, maravilha todos e merece uma homenagem muito mais profunda do que a que foi feita.
Merece uma visita.
Uma visita demorada, calma, tranquila, sem a ditadura do calendário.
Merece que se percam nos seus recantos, saboreiem as suas tapas, mergulhem na sua movida.
Fica a sugestão.

Beijos,
Nina

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tapeando com tapas, é claro!

É quase um estilo de vida!
Os espanhóis adoram tapear.
E como " em Roma sê romano...", tapeei ao almoço com uma amiga, numa taperia contígua à loja do F.C. Barcelona, animadíssima, face ao título recém conquistado, ainda por cima, face ao arqui-inimigo Real Madrid.
No sábado, houve até desfile dos campeões pelo centro da cidade, onde em cada canto se festejava a glória do Barça.
Mas voltemos, então, às tapas:

Patatas bravas

Gambas à l' aguillo, tortilla, patatas bravas e cerveza
Podem assumir as mais diversas formas e terminam apenas quando termina a imaginação do cozinheiro.
Os pimentos padrão, pequeninos, grelhados com sal grosso, são uma tentação e para informação dos comensais, " uns picam, outros, não". Quando picam, incendeiam as entranhas em labaredas que provocam rios de lágrimas e só se apagam com pão, nunca, mas nunca, com vinho ou cerveja.
O jamon de bellota, uma espécie de presunto curado, proveniente duns porquinhos de pata negra, é um manjar dos deuses e, por isso, caríssimo.
Uma tabla de quesos, misturando os queijos mais estranhos e os mais clássicos, é igualmente irresistível.
Quanto aos pescaditos, os boquerones, fritos e tostados,  que se comem da cabeça ao rabo, em todo o  seu comprimento, são igualmente tentadores, de tão deliciosos.
Nomeei apenas uns poucos exemplares que,  no momento, me ocorreram, porque, repito, a lista é infindável.
Depois, como as porções são pequenas, a toda a hora é boa hora para tapear e beber.
Só não entendo como não são todos obesos...E não são!!!
Há homens e mulheres lindíssimos, super bem vestidos, impondo tendências ( Vim cheia de ideias ... e de compras, confesso...), que desfilam a sua elegância e o seu salero como só eles.

Concluindo, a gastronomia é, apenas, um dos traços de excelência de nuestros hermanos.

Besitos,
Nina


domingo, 15 de maio de 2011

72 Horas...

... volvidas, estou de novo em casa, deixando para trás o apagão do Blogger, que eu pensava ser-me dirigido como qualquer vingança pessoal, e Barcelona, onde durante 48 horas vagueei mergulhada num mar de gente, exemplares das mais diversas origens, nacionalidades e visuais.
É uma cidade rica, multicultural, animada, generosa e com o seu quê de perigosa.

Las Ramblas, avenida emblemática, repleta de turista ( e carteiristas, avisam-nos...)

Cúpulas monumentais de edifícios centenários

Em cada esquina uma obra de arte

Nas traseiras da Catedral

Barceloneta, antigo porto pesqueiro, hoje centro da La Movida nocturna

Rua de La Barceloneta, antigo bairro de pescadores

Uma das praias do centro de Barcelona

Barcelona e a arte contemporânea

Arquitectura contemporânea

Arquitectura clássica

La Pedrera, uma das obras emblemáticas de Gaudi, no Passeio de Gracias

Fachada contígua a La Pedrera

Outro edifício impressionante na mesma artéria


Para além destas, tenho muito mais fotos que ao longo dos dois dias fui realizando.
Para não tornar este post excessivamente longo, mostra-las-ei, proximamente.
Não sei, ao certo, quantas vezes visitei Barcelona, mas posso assegurar que já foram muitas, o que não impede que, de cada vez, descubra aspectos novos e novos desafios nesta cidade espanhola, que, na minha opinião, é diferente de todas as outras.
Devo confessar, que o mistério do blog sincopado me perturbou... assim se criam dependências, felizmente que esta é das boas, das que nos faz sentir maiores e desejadas, ao mesmo tempo que atiça a própria carência face ao afaastamento das amizades que assim vão nascendo e crescendo.
O que vale é que " tudo está bem,quando acaba bem...", como prova este reatar de diálogos entrecruzados.
Beijos,
Nina



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Barcelona!

Cheguei!
Esta é a vista que da janela do meu magnífico quarto se alcança:



Belíssimo hotel, com um MAS deste tamanho... 10Km o separam do centro.
Não dramatizo porque a estadia é curta e amanhã já estarei at home.
O aspecto exterior é modernaço e eu apareço de "raspão":

Entretanto, confrontei-me com um estranhíssimo problema no blog, que procurarei resolver, mais tarde, quando postar um monte de fotogafias e der pormenores sobre a viagem.
Veremos se este post não vai apenas "para o espaç0"
Beijos,
Nina