quinta-feira, 23 de março de 2017

Manias


Não gosto de alturas, tenho vertigens, nem de espaços fechados, tipo túneis ou grutas - ronda-me a claustrofobia. De resto, tirando baratas, não sou pessoa dada a  chiliques! Controlo-me, é tudo. Mesmo nas alturas, mesmo nas grutas, controlo-me. O mesmo não direi face às baratas, que as bichas fazem-me perder as estribeiras, vá-se lá saber por quê.

Voltando às alturas e passando para a estatura, sou medianamente baixa, medianamente alta, mas gostaria muito de ser decisivamente alta.
Também aprecio e privilegio o conforto Daí que, desde que ficou aceitável e, mais que aceitável, giro, adoptei sapatos, ténis, sandálias, botas e botins baixos, estupidamente confortáveis abdicando da (tola) pretensão de (parecer) ser alta.

De vez em quando, porém, tenho uma recaída e aventuro-me, arrisco, aposto nos saltos altos - os tais que usava diariamente.



Como estes ...


Aparentemente inocentes, não demasiado altos, não demasiado finos - pelo contrário, o tacão grosso promete caminhadas suaves, não promete?
Mentira!
São perfeitos instrumentos de tortura!




Calcei-os, caminhei até à garagem, sentei-me no carro ...

Quando saí e me equilibrei em cima deles, senti facas  nos pés e, se há coisa que não suporto  é este tipo de atrocidade, verdadeira técnica de tortura.

Olho para as lojas e se vejo muito sapato sem salto vejo igualmente outros absurdamente altos. Questiono-me:
- Quem consegue equilibrar-se em tais andas?
- Eu, não!

Apressei-me para regressar a casa e libertar-me do suplício.
Não é mania, não. É dor real. Lancinante. Insuportável.
Abaixo os saltos altos.

Beijo
Nina