quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Camisola/blusa mostarda


O mês de Novembro foi bastante produtivo em termos de tricô, uma vez que consegui terminar (com luvas ...) a camisola em amarelo mostarda, a tal cuja lã comprei online e que não foi grande compra, por vários motivos.
O primeiro foi que o fio - 100% lã - me pareceu áspero assim que lhe toquei.Tenho a certeza que nunca o teria comprado, se , ao vivo, na loja, lhe tocasse, porque, logo eu tão susceptível às alergias de pele, não correria o risco.

Depois, a própria cor não corresponde exatamente ao que imaginava.
Como se estes dois argumentos fossem sem importância - que não são - durante  o tricô, desenvolvi uma alergia nas mãos ... agora não tenho a certeza se foi provocada pelo cabo metálico das agulhas, se pela própria lã.

Enfim, tinha motivos fortes para deixar a obra "jogada às traças", mas persisti e a camisola/ blusa ficou pronta seguindo o método top/down, método de que cada vez gosto mais, dado que tricotando uma peça única, deixam de aparecer as sempre inestétivcas costuras.
Neste método, o que mais me custa são as mangas. Uso o sistema magic loop, mas - convenhamos - é chato, corta o ritmo e eterniza um trabalho que deveria ser rápido.
Bem sei que poderia (e deveria) tricotar com 4 agulhas (como se tricotam meias), mas, depois de experimentar, desaprovo o resultado, porque me aparecem por ali umas carreiras verticais 
(correspondentes à mudança de agulha) que não tolero.

Feita esta divagação, concluo:


Aperfeiçoei o método top/down, através da prática, da repetição.
Sou absolutamente apologista deste princípio - a prática (= TRABALHO) conduzem à perfeição.

Acho que ter sorte exige muito trabalho, isto é, acredito muito mais na transpiração do que na inspiração.

Sem grandes pormenores técnicos, a camisola/ blusa, resultou perfeitamente aceitável, isto é, se não perfeita, muito bem feita.
Repito que não tive a sorte de aprender a técnica na idade em que tudo se aprende, apenas porque o meu contexto não favoreceu a aprendizagem.
Porém, sempre tive uma imensa curiosidade, uma enorme vontade de aprender, de produzir, de criar.
Foi com trabalho, com resiliência, com a repetição do erro que consegui atingir um nível para mim gratificante.


Orgulho-me desta conquista, conseguida a pulso.

A camisola/blusa que "pica" vai ser usada, está a ser usada, porque, para grandes males, grandes remédios - um body macio junto à pele é o caminho para driblar a natureza agreste deste fio.
Resulta. Resulta perfeitamente.
E, mesmo a cor, não sendo exatamente aquela que idealizava, conjugada com castanhos ou animal print, torna-se aceitável, quase bonita.
Não rejeito a cria.
Pelo contrário, até criámos laços de afeto.

Beijo
Nina