domingo, 22 de julho de 2012

E não é que o domingo se está a finar?


O que vale é que, enquanto durou, foi muito bom.
Como dizia Vinicius,  ... que seja infinito enquanto dure.
Com o sol a brilhar o clima é sempre mais festivo e, ontem, o jantar às 8 horas, dia claro, foi muito simpático.
Reincidi nos petiscos portugueses que, em casa, não são possíveis, dado o forte cheiro que se infiltra por cada nesga de porta aberta.


As azeitonas, apareceram assim, gordas e luzidias e com elas foram iniciadas as hostilidades.

Depois, um prato de petingas fritas, estaladiças, no ponto certo, sem espinha detetável, são o que se chama um petisco irresistível.
A elas me referia quando falava da impossibilidade de as cozinhar em casa.
É que não há, de facto, bela sem senão, sendo que, no caso dos peixinhos, deixam no ar um rasto intolerável de coisa frita.
Assim sendo, comê-los, só no restaurante.

A acompanhá-los, de novo, os pimentinhos padrão que estamos no tempo deles.
Não toleram imposições fora de época.
Quem insiste em cultivá-los à força, em estufa, colherá uns frutos de aspeto inocente, mas com as brasas do inferno nas suas entranhas.
Já vi homens de barba na cara, desfazendo-se em lágrimas por ousarem comê-los fora de tempo.
É um incêndio nas tripas que nada apaga e muito menos a água que apenas força a propagação da labareda até aos olhos.
É então que as lágrimas jorram em caudal.
Fica o aviso...
  

Enquanto esperava o peixeinho fresco, entretive-me, portanto, com estas delícias tão nossas, tão portuguesas.

Como vizinhos de mesa, muitos estrangeiros, em êxtase com a qualidade da nossa comidinha.
  

Às nove horas, jantar terminado, quando o poente desce lentamente e o mundo se veste de rosa, a vista da Foz do Douro, era esta, um quadro, uma pintura que em nós penetra e nós faz agradecer a dádiva da vida.

Enquanto durou, o fim de semana foi infinito de prazer, como se exige a cada minuto que passa.

Beijo
Nina