segunda-feira, 5 de junho de 2017

Slow croché




Tenho lido testemunhos muito interessantes sobre o papel que o croché  ( ou o tricô  ou a costura ou o bordado ... ou o que seja ...) desempenha na nossa vida, contribuindo grandemente ou não  para um estado  de paz, de conforto e, em última análise,  de felicidade.

Iniciei-me muito tarde nestas actividades. 
Iniciei-me com muito entusiasmo e grande vontade de aprender, o que comprova a minha tese de que,dentro de mim, habita uma artesã,  que não  o foi, apenas porque o meu contexto encaminhou os meus passos e as minhas decisões  noutro sentido.

O certo é  que, embora o meu mundo tenha evoluido essencialmente no meio de livros e de leituras, sempre senti a forte compulsão  para "fazer" com as minhas próprias  mãos. 

Como hobby, passeei pela pintura, pela olaria e por imensas outras atividades  que solicitavam a criatividade, a "habilidade de mãos " bem como uma dose forte de atrevimento e desfaçatez,  quando sem me enxergar, proclamava, inimputável :
-Fui eu que fiz!

Sim, sei que divaguei, sei que quase me perdi!

Retomando "o fio à  meada", que a isso vim, proclamo o conceito de slow croché - que, repito, nao fui a primeira a verbalizar.

Acontece que quando o vi desenvolvido pela primeira vez, me reconheci em cada palavra, em cada conceito.

Assim como proclamo o valor da slow food, replico-o no slow croché, isto é,  a "arte" serve quem a pratica e nunca, nunca o inverso.





Duranteo meu dia não dedico qualquer tempo a esta atividade.   
Pego-lhe ao serão,  num ritual pacificador que complementa as cerca de duas horas que compõem  este espaço. 
Porém  ...

Trabalho sem pressa,  sem urgência,  sem meta.
Trabalho enquanto me apetece e só. 
Nem mais um minuto, nem mais uma malha. 






Deste modo, cultivo o lazer, o ocupar os minutos conforme me apetece.
Nada mais que isso.






Estes quadrados vão-se repetindo numa sequência prevista.





São  seis  cores. Cores pastel. Para uma manta de que não  preciso, mas que me apetece.







Serão ligados entre si com um azul ligeiramente  mais forte e, num impulso indisciplinado já  juntei quadrados, já  compus duas carreiras.

Assim, apenas porque me apeteceu.
E assim é  bom. Sempre bom.


Sintetizam-se assim os benefícios  destas artes às  quais se associa o relaxamento,  a introspecção,  a autoestima e  paz interior.

Uma espécie de meditação,  de plenos momentos  zen.

Beijo
Nina