quinta-feira, 24 de novembro de 2011

GRANDE ALMODOVAR!

A pele onde eu vivo , não desdenha da sua paternidade.
Almodovar está lá, inteiro, igual a si próprio.
Não deixa ninguém indiferente, ou se adora ou se detesta.

Adorei.

O enredo, os espaços, os jogos de tempo, as personagens, os atores, a música e, gostei, até , de umas pinceladas kitsch que aqui e ali vão pintalgando o filme, numa declarada e provocatória opção do seu criador.

O enredo é rebuscado, doloroso e grandioso, tudo ao mesmo tempo.

Os espaços, magníficos:
As ruelas de La Coruña e o belíssimo casarão nos seus arredores, são cenário irrepreensível, adequado como uma luva ,continente perfeito para o seu conteúdo.

O tempo dança, avança e recua, exige atenção, prende-nos, inteiros, aos avanços e recuos.

As personagens, sublimes ou sórdidas, agarram-nos com a sua coerência racional ou irracional.

Os atores, ah! os atores... Vemos o lado negro de Banderas, lindo, mas horrível, poderoso e indefeso.
As femininas, são de uma força e de uma fragilidade desarmantes.

A música é latina, cubana, arrisco a classificar, apropriada aos comportamentos extremos e, de quando em quando, lá está , como impressão digital de Almodovar, o apontamento kitsch!

Adorei, repito.
Apetece-me repetir a experiência.
Se sou suspeita?
Sou!
Adoro a obra deste enlouquecido espanhol .

Beijos
Nina