quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Rio Tormes


É o nome do rio que atravessa Salamanca, num abraço apertado, repleto de doces afagos e breves suspiros.
A paisagem é serena, silenciosa, terna.
Ligando as margens, algumas pontes, sendo que a mais famosa é a Ponte Romana, do piso da qual fotografei o Tormes







Na ponte me perdi, imersa na pureza da paisagem.
Foquei árvores, águas serenas, tímidas cascatas e até uma branca ave perdida no frio da manhã.
Perdida eu também, num mergulho louco juntei-me ao passado, às legiões romanas que terão chegado a Salamanca, terão  aberto estradas, construído pontes.
Foi a Romanização da Península Ibérica que estudei nas aulas de história.
Porém, muito louca, consinto que Astérix e os seus guerreiros gauleses dancem na minha cabeça, protagonistas da contenda contra os romanos da qual, sempre, saíam vencedores.
Sei bem que o seu campo de batalha se situava numa pequena aldeia gaulesa!
Porém, os romanos são os mesmos e a imaginação não respeita conceitos geográficos.
Colou-se-lhes o rótulo que Astérix inventou com a frase conclusiva:
"Estes romanos devem estar loucos!"
Tudo isto, na minha memória, em que o interessante da banda desenhada se sobrepõe à monotonia da aula de história.
Por isso, subvertendo as regras, imaginei centuriões romanos, em farrapos, depois da contenda com Obélix, humilhados na sua estatura de vencedores por um insignificante grupo de guerreiros comilões e mal organizados.
A alucinação deu cor, movimento e vida à belíssima ponte e trouxe um rasgado sorriso à minha face, misterioso e incompreendido por quem, então, me olhava.

Beijo
Nina