quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Vestido em crochet laranja


Neste título - VESTIDO DE CROCHET LARANJA - existem duas incompatibilidades:

- Um vestido, nunca, para mim, pode ser de crochet!
- Um vestido, nunca, para mim, pode ser cor de laranja!

E explico:
 O crochet tem o irritante hábito de crescer, de crescer muito, de crescer sempre, de não parar de crescer nunca!
É chato!
Pensa uma pessoa que tem uma blusa e, afinal, tem uma túnica, que rapidamente se transforma em vestido!

Pensa uma pessoa que tem um vestido curtinho, daqueles que funcionam como saída de praia e, vai-se a ver, tem um midi com tendência para maxi.

Quanto à cor, aí sou mesmo radical!
Cor de laranja?
Credo!
E não falo do "laranja" por qualquer embirração particular!
Não!
Falo do laranja por ser especialmente gritante para quem, como eu, sempre, mas sempre, prefere o branco!

Temos pois um vestido de crochet laranja, que terá seguramente nascido num contexto muito especial durante o qual os meus sensores estéticos estariam off!
O que é certo é que, contra todas as possíveis previsões e todos os anti-corpos o vestido nasceu ...




Aqui está ele afiançando o que digo!

Esclareço que se encontra pronto há muito tempo, acondicionado, dobradinho na sua gaveta - nunca me convenceu, o pobre!

Outro dia, num acesso de arrumação/ organização, da dita gaveta retirei um top (de crochet ...) e o vestido que exibo.
Fui-me ao top e desmanchei-o sem dó nem piedade, dando origem a um enorme novelo com destino muito mais de acordo com as minhas preferências.
Seguiu-se o vestido!
Mas ...
Não sei o que ocorreu! Eu olhei para ele, ele olhou para mim ... tudo num diálogo surdo, está bom de ver - e, guardei o desmanchador!
Poupei-o de morte certa!
Olhei-o de novo e vesti-o!
Conclusão:

É verdade que obedecendo às inelutáveis leis da física (e do crochet ...)  o dito crescera - chega-me agora a meio da perna, mas, não está mal, não senhor! Vejo-me perfeitamente a usá-lo, lá pelo  o Algarve ( onde ninguém me conhece ...), como saída de praia. 

Com esta resolução adiei a execução do vestido e - o que é verdadeiramente espantoso! - passei a considerar a repetição do modelo em branco!


É que, se bem observado, nem é feio de todo!


O corpo e parte da saia mais não são do que uma sucessão de "quadradinhos" abertos e fechados - perdão pela incorreção da terminologia que não domino ...
A nível da cintura, duas carreiras de "quadrados" simplicíssimos ligados entre si.

No remate da saia, uma sucessão de "ananases" - juro que assim ouvi designar este ponto ...

Sei que copiei o modelo de uma revista.
Sei que não sei onde a dita para.
Sei, contudo, que está guardada e não seguiu para o lixo.
Sei, portanto, que estou disponível para fornecer uma cópia das instruções a quem por ventura se interessar.

É só dizer.

Beijo
Nina