sexta-feira, 28 de junho de 2019

Virei-me para o crochê

Terminei uma camisola/ blusa, em algodão, azul-marinho. Um clássico apenas com três riscas em branco e vermelho no canelado do início do corpo e mangas e a mesma fantasia no decote. Como disse é um clássico que espero vestir nas noites mais frescas de Verão, combinando com calças e camisa brancas. Sendo simples não passa de moda e tenciono usá-la por muitas estações.


Já a experimentei e gostei.

Sempre a direito com mangas raglan - o modelo de cava em que me sinto mais à vontade e cujo resultado me agrada.

Acho que chegou a altura de por um ponto final no tricô, muito embora seja o meu entretenimento preferido, mas com calor, eu que tricoto com o fio à volta do pescoço - o único processo que domino -  deixa de ser agradável. Impossível tricotar.

Acontece que preciso desesperadamente de algo que me ocupe as mãos quando, depois de jantar, me sento em frente à tv. Se não é soneca garantida.
Ponderei possibilidades e decidi aumentar uma manta que, desde que nasceu, se mostrou pequenina, acanhada, insignificante. O problema era arranjar fio na mesma cor.
Fui à loja onde geralmente me abasteço e, depois de muito comparar, ver à luz natural, hesitar, voltar a comparar, decidi-me.
Trouxe os fios e já comecei a empreitada que ocupa o meu serão. É coisa para levar o seu tempo, mas não tenho pressa e desta vez ficará com tamanho decente.

Não sei se existe algum nome próprio para este efeito. Eu chamo-lhe ziguezague.
As cores são as mesmas das almofadas, cores suaves como me parece adequado para um quarto.

Sendo extremamente simples, sem exigência de contagem e atenção apurada, é muito indicado para ser tecido com um olho na tv, outro no trabalho. E, no final, é bonito. Muito bonito.

Bom fim de semana com o calor que finalmente se anuncia. Se calhar bem, ainda vou à praia trabalhar para o bronze.

Beijo
Nina

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Avelãs e cerejas



De vez em quando dou uma volta às prateleiras da despensa, não só porque gosto de as limpar regularmente,  como também porque faço questão de rever o que se encontra armazenado. Não raras as vezes descubro autênticas antiguidades com prazos de validade caducados, cujo destino é o caixote do lixo -  Coisa que me incomoda valentemente, tal como me incomoda o desperdício.

Ontem investi na despensa com os propósitos que já atrás referi. Limpei, organizei e não achei nenhum artigo com prazo de validade ultrapassado. Foi bom!
Descobri, porém, dois produtos de que já perdera a memória:


Um pacote de avelãs raladas e ...

... um frasco de cerejas em calda.

Foram o pretexto para um bolo - muito bom.
Com uma receita que sai sempre bem, introduzi as alterações necessárias e ...

Ei-lo já pronto.
Usei uma forma redonda, sem buraco e, depois de frio, polvilhei a superfície com icing sugar - que preparo na Bimby sempre que preciso. Para tal basta pulverizar o açúcar branco comum, durante uns segundos, na velocidade 10. Fica perfeito.

Voltando ao bolo, a receita é esta:

INGREDIENTES

Farinha - 1 chávena
Açúcar amarelo - 1 chávena
Avelãs picadas - 1/2 chávena
Cerejas em calda bem escorridas - 1 chávena
Manteiga à temperatura ambiente - 200 g
Ovos - 4
Fermento em pó - 2 colheres de chá


O forno deve ser pré-aquecido a 150 graus e a forma untada com manteiga e polvilhada com farinha.
Bate-se a manteiga com o açúcar;
Acrescenta-se os ovos 1 a 1;
Junta-se a farinha com o fermento e, por fim as avelãs;

Coloca-se a massa no forno e distribuem-se as cerejas na superfície.
Assa por cerca de 1 hora.


A consistência da massa é agradabilíssima e, devido à manteiga, nada seca.

O sabor das avelãs prevalece. Impossível não notar. Casa lindamente com a doçura das cerejas que conservam a suculência apesar do tempo no forno.

Apenas posso elogiar o resultado 

Este é dos tais bolos que desaparecem num instante. Não é maçudo, nem pesado, tão pouco é excessivamente doce.

Quase diria que raia a perfeição.

Eu que nem sou dada a doçarias, recomendo mesmo.
E se na despensa não houver avelãs, mas nozes ou amêndoas, também serve. E, presumo, que se não houver cerejas, outro fruto pode ser.
Que não seja por isso que deixam de experimentar.
Porque a culinária é isto mesmo, imaginação, invenção, liberdade e criatividade às mãos cheias.

Beijo
Nina

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Bolo de cenoura e noz

Comi uma vez em Frankfurt, na Alemanha, um bolo de cenoura  que ficou para todo o sempre gravado na minha memória.
Foi em Fevereiro e estava muito, muito frio, com um céu cinza chumbo, anunciando neve que não tardou em cair.
Passeando pela cidade antiga, dei de caras com uma confeitaria/ café convidativa. Entrei. Depois de instalada numa mesa junto à janela, pedi um chá e uma fatia de bolo.
- Pode ser de cenoura? - perguntaram. 
- Sim - respondi, embora a sugestão não me seduzisse particularmente - sou, por natureza, adepta dos "de chocolate".
Chegou o chá acompanhado pelo bolo - tão perfumado, tão fofo, na textura certa, ligeiramente húmido e com uma suculenta cobertura de creme de limão. Comi e guardei desde então a experiência.

Tendo apetência para confecionar bolos, tentei por várias vezes o "de cenoura". Mas nunca sequer me aproximei daquele comido em Frankfurt.

Na net, o que não falta são receitas deste, doutros e de todos os tipos de bolos.
Cheguei porém à conclusão que, salvas raras exceções, as receitas da net são tudo menos fiáveis. Tenho tido repetidos fracassos, seguindo embora, escrupulosamente, as receitas. 
Aliás, quando entrei neste mundo cibernáutico, numa tola atitude de nova-rica, desfiz-me de um grande número de publicações culinárias, que vinha acumulando desde há muito. Repito, uma atitude tola!
Felizmente conservei a minha bíblia - O LIVRO DE PANTAGRUEL - graças ao qual dei os primeiríssimos passos na cozinha. A ele e a uma amiga experiente, fui aos poucos, muito devagarinho, num processo de fracasso/êxito, evoluindo até ao ponto de garantir a autonomia e sobrevivência do recém formado casal. O pior mesmo, foram os primeiros meses, as primeiras tentativas,  aqueles em que, teoricamente, tudo corre bem e a mim (desgraçada)  tudo saí intragável.
Desabafos!

Voltando ao que aqui hoje me traz - o bolo de cenoura.

Na semana passada, imprudente, decidi experimentar uma receita proposta num qualquer site e ... saiu uma porcaria! Uma grande porcaria. O bolo cresceu pouco, enqueijou e a cobertura talhou. Bem feito para eu não ser parva! 

Esquecido o fracasso, bolo atirado ao lixo, encontrei na FNAC um livro de culinária que despertou o meu interesse. Desfolhei-o e pareceu-me credível. Comprei-o. E dele tirei a receita que hoje apresento - introduzindo algumas alterações.





BOLO DE CENOURA COM NOZ

Açúcar - 350 g
Ovos - 3
Cenouras raladas - 3
Óleo - 200 ml
Farinha - 240 g
Fermento - 2 colheres de chá
Nozes - 100g


Cobertura

1 pacote de queijo Philadelphia
1 chávena de chá de icing sugar
2 colheres de chá de sumo de limão
Raspa de 1 limão

Preparei a massa do bolo na Bimby apenas porque é um processo prático, mas poderá ser feito de forma tradicional.

Liguei o forno a 180 graus e untei uma forma com manteiga, polvilhando-a depois com farinha.

- Comecei por ralar as cenouras e as nozes.
- Bati os ovos com o açúcar;
- Juntei o óleo;
- Adicionei as cenouras e as nozes, a farinha e o fermento. Bati até obter uma consistência cremosa e homogénea.
- Levei ao forno durante 50 minutos;
- Desenformei e deixei que arrefecesse.


Comecei por deixar que perdesse calor sobre uma grelha e, só então, o coloquei no prato


Preparei a cobertura, misturando o queijo com o icing sugar.
Juntei o sumo de limão, misturando bem.


A raspa da casca de limão é absolutamente vital.
 Dá personalidade à cobertura, quebrando o excesso de doçura que poderia enjoar.

Cobri o bolo.
Salpiquei com a casca de limão ralada.




E, assim, de repente, viajei até Frankfurt, sentei-me na mesma mesa junto à janela, na mesma pastelaria, na mesma  cidade velha, no mesmo gelado mês de Fevereiro.
Venham cá  agora dizer que isso da "máquina do tempo" é pura ficção", que eu dou a provar uma fatia deste bolo e vamos ver se não viajam até ao mais recôndito paraíso! 

Beijo
Nina


terça-feira, 18 de junho de 2019

Amarante




Estive em AMARANTE na véspera do início das festas da cidade e logo que iniciei o passeio ouvi o som da banda. Tinha que haver uma banda.
Depois cruzámo-nos.


Aquele romantismo nostálgico que associa "A banda" a Chico Buarque, infelizmente, no caso, não lhe assentou.

Barulho, imenso barulho.
 Nenhuma  melodia que fizesse "A moça triste que vivia calada" sorrir...

As ruas junto ao rio Tâmega encontravam-se ocupadas vendendo o que é suposto encontrar em tais efemérides. 
Além da banda, havia música no ar.
Brejeira, popularucha, barulhenta. 
Barulho, ruído.
Contrastando com a placidez bucólica da paisagem.
E aqui - já sei - visto a farda snobenta de quem não aprecia romarias. 
- Posso?
- Posso, não delirar com o Quim Barreiros?
- Obrigada!
Não, definitivamente, não deliro.

Prefiro a vista límpida do rio, da verdura das margens. E o silêncio! 









A coluna vertebral de Amarante é o rio Tâmega que  divide a cidade em duas , cada uma na sua margem.
Felizmente existe a ponte ...

A PONTE DE S. GONÇALO

E ao fundo, a Igreja ...


IGREJA E CONVENTO DE SÃO GONÇALO
À sua volta, cresceu o burgo, que, velhinho, continua lindo, carregadinho, de passado,  de história.





Não foi o melhor dia para visitar Amarante - havia festa.
Melhor será vivido e apreciado quando adormecido no ramerrame dos seus tranquilos dias, sem folias exasperantes, na tranquilidade pasmada do seu quotidiano.

Come-se bem em Portugal, come-se muito bem no Minho, come-se divinamente em Amarante.
Para fugir ao eterno Zé da Calçada, arriscámos no Pobre Tolo cujo nome espicaçou curiosidades.


Na margem esquerda do Tâmega, depois da ponte, casa discreta, rural, mas escorreita na limpeza , acolhedora no trato e de altíssima qualidade na comida. Que é de comida que agora falamos. Tão boa! Tudo perfeito .

Risoto de cogumelos! uma coisa!!!

Tenho a veleidade de crer que um dia serei capaz de convencer o (a) cozinheira(o) a permitir que assista à sua confeção, Porque aquilo, de tão bom, tem truque, segredo insondável.
Acompanhava uma carne que, face ao sublime risoto perdia todo e qualquer protagonismo (ainda que fosse, como era, excelente)

Isto não é uma sobremesa.
Isto não é um Pudim Abade de Priscos.
Não!
Isto é uma jóia!
Uma raridade, uma preciosidade.

Poder-se-ia optar pelos docinhos tradicionais de Amarante.
Eu optei.
Optei duas vezes, já que comi dois, esquecida de contenções e dietas.
Ai!Ai!
Suspiro e salivo, salivo e suspiro.
E mais não digo.

Seguimos para o Museu Amadeo Sousa Cardoso e difícil se torna descrever emoções a este nível.
O museu percorre-se devagarinho, contempla-se, volta-se atrás uma e outra vez. Vê-se sem pressas. Mais que ver, absorve-se, mergulha-se nas telas que assim se oferecem.
Não foi a minha primeira vez. Não foi a última. Voltarei.Obrigatoriamente.

Depois. Depois não poderia regressar a casa sem o último ritual.
Os doces.
Quando era criança, a Lailai era quase local de culto. Paragem obrigatória.
Um entusiasmo. Tão grande que, um dia, na pressa de entrar, quase atravessei um vidro. O vidro da porta. Foram lágrimas e um "galo" na testa.

Num dia de triste memória encontrámos a Lailai encerrada. Problema de partilhas, herdeiros que não se entendiam - informaram-nos.
Foi um dia triste.
O adeus à Lailai quase um adeus a memórias de infância.
A vida continua e então conhcemos a ...

Confeitaria da Ponte
que ...

... em nada desmerece a Lailai - entretanto reaberta.

Escolhi 3 destes, 3 destes e mais 3 destes e daqueles que não sei o nome - aliás, nomes para quê?
O sabor, senhores, o sabor, o derreter na boca, o querer só mais um ...
Ir a Amarante é isto.
E muito mais.
Mas, isto, é a essência, o essencial, a recordação que perdura.

Beijo
Nina

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Para variar ...


Gosto de variar o percurso de regresso a casa, quando saio do Algarve.
Então, em vez de apanhar a A2 , seguimos pelo interior, ao longo do Guadiana.
A estrada não é má em termos de piso, mas exige atenção e velocidade muito mais moderada do que se optássemos pela autoestrada.
Estas as condicionantes.

Não tendo pressa, vale a pena.
Para-se de vez em quando para uma fotografia ou para um café.



Foi numa dessas paragens que fotografei esta incrível planta, um arbusto em flor, onde enxames de abelhas se abasteciam.

Eu, que tenho pavor a tais seres, fotografei de longe, a partir da janela aberta do carro.

Não sei como se chama, mas é um arbusto magnífico ostentando cachos cor de laranja.
Não houve tempo para grandes desvios, nem grandes paragens, porque uma mesa para o almoço estava marcada na Pousada de S. Francisco, em Beja,  de visita obrigatória.

Ainda assim, fotografei Mértola que, inesperadamente surge depois de uma curva na estrada.




Mértola
Vila em Portugal

Descrição

Mértola é uma vila raiana portuguesa do distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com mais de 2 000 habitantes. A vila encontra-se situada numa elevação na margem direita do rio Guadiana, imediatamente a montante da confluência da ribeira de Oeiras. Wikipédia

Aqui, já em tempos entrei e percorri as suas ruelas. É um bom local para uma pausa, podendo-se visitar o castelo, esperando, inconscientemente, que qualquer ser medieval connosco se cruze, já que o cenário é perfeito.
Infelizmente, comigo nunca aconteceu!

Beijo
Nina


domingo, 16 de junho de 2019

Totalmente amarela

Mais de dois meses decorridos desde que, num assomo de quase loucura, comprei um fato amarelo, vesti-o.
 Finalmente.

Quando o comprei - na Zara - pareceu-me fininho, um trapo que não se adequava ao frio de então.
Ficou portanto em standby.
 De repente, do nada, sem aviso prévio, o tempo mudou, com dias de calor intenso, durante o mês de Maio.

Sempre que o olhava - ao dito fato - pendurado sem uso nem préstimo no varão do armário, considerava-o inadequado por demasiado encorpado, quase agasalho outonal.
- Ainda não é desta que sais à luz do dia! - pensava. Vais esperar pelo próximo frio - concluía.


Mas afinal, não!
Afinal conquistou direito a exibição e cobri-me de amarelo da cabeça aos pés.
Apenas porque o frio voltou.

Para não ser confundida com um canário, pareceu-me bem quebrar a absoluta  "amarelês" com blusa preta.
Assim fiz!

Nos pés ... what else?
Sapatos amarelos!

Poderia muito bem ter intensificado "o boneco".
-  Como?
- Com unhas amarelas! Coisa que já usei e ousei.

Foi assim que me aperaltei ontem com ruidosa ovação de aplauso por parte de uma amiga que idolatra o amarelo.
 Senti-me bem - de amarelo e assim acompanhada por entusiasta adoradora da cor.

Pareceu-me , até, que nela percecionei um não sei quê de inveja, do meu amarelo total.

Boa semana.

Beijo
Nina

terça-feira, 11 de junho de 2019

Do fim de semana









Depois de 5 dias no arejo, eis-me de volta a casa, com uma montanha de roupa para tratar. O costume nestes casos.
Apanhei sol, ganhei alguma cor, suportei vento e água gelada, com mar calmo, mas que insistiu em manter-se ferozmente nos 18 graus.
Seria de esperar que o tempo estivesse melhor, mas, atualmente, as previsões falham todos os dias. Se calhar, lá para Outubro ou Novembro é que virá calor de verdade.
Ainda assim foi muito bom.
Neste momento dava-me imenso jeito adormecer, mas, quanto mais cansada, menos sono. Comigo é frequente está perfeita incongruência. Nada a fazer,

Boa noite e bons sonhos.

Beijo
Nina 

domingo, 9 de junho de 2019

Champions

We are the champions,my friend ...

Que emoção até para quem como eu não pesca nada de futebol.

Mexeu comigo.


Obrigada,Seleção.

We are the champions, my friend!


quinta-feira, 6 de junho de 2019

D. Teresa





É a minha terceira leitura.  Desta vez, uma vez mais, descubro novas informações. Uma teia de dados que se entrelaçam explicam desfechos.Num obscuro universo medieval urdem-se intrigas, tal como hoje, com a diferença de que, atualmente, os agentes são profissionais, são  os 007 de Hollywood que daí, de então,  provêm.
Da mesma cepa, o acéfalo Trump e o escorpião com lânguidos olhos azuis -  como alguém já lhe chamou - Putin.

Nos sombrios, gelados, graníticos castelos e mosteiros vivia-se, resistindo a infiéis ataques , com recurso a paus, pedras e incandescentes chuvadas derramadas do alto das muralhas. Nada disso me espanta. Era mero sinal dos tempos, reflexo de precária tecnologia.

Mais chocante, o que realmente detém o curso da leitura, são as distâncias espaciais convertidas em tempo. Qualquer percurso constituía empreitada para semanas. Ir de Bierzo , na Galiza, para Leon era aventura que fazia perigar vidas - era o clima agreste, extremo, o terreno alcantilado, insidioso, onde um passo em falso equivalia ao fim da aventura, eram os bandidos à solta e, não imagino quantas mais inesperadas ameaças.
Em paralelo com atualidade, com o mundo em que vivemos, não são séculos que nos separam, é mais o resultado de uma viagem ao futuro, um delírio de Júlio Verne, inverosivelmente concretizado.

Por outro lado, o papel da mulher nada tem de passivo.
Teresa é decidida.
Teresa é poderosa.
A verdadeira heroína.
Teresa encanta-me.


Beijo
Nina




domingo, 2 de junho de 2019

Doce de tomate



Gosto que os meus domingos sejam cheios de nada. Inativos e preguiçosos, deixando os afazeres para amanhã. Ser mesmo preguiçosa é o que me sabe melhor, é o que faz do domingo, domingo.
Tal não invalida uma caminhada junto ao mar, pela manhã, mas isso, sendo puro prazer, equivale à preguiça. Junto-lhe um café, um monte de jornais e um imenso  pasmar olhando o infinito.
Às vezes, porém, os projetos saem furados, como hoje - na marginal realizava-se uma marcha / corrida; o trânsito automóvel fora cortado; resignei-me com um café estranho, espaço onde não encaixei - sou animal de hábitos, está provado. Havia barulho. Eram cadeiras a arrastar, louça que ao ser lavada quase se escaqueirava na banca e uma mãe, uma santa santa mãezinha, que sentada numa mesa junto à minha lia em voz sonante  uma história ao filho - e a todos os que se sentavam nas mesas  em volta. 
Reconheço que frequentemente sou incapaz de desligar e se algo me perturba ativo todas as minhas antenas e torno-me prisioneira do incómodo - ouvi a história toda.
Não foi pois a manhã perfeita.

Almocei em casa. Muito bem, com almoço previamente preparado. Coisa simples.
Então, prontinha para a absoluta preguiça que do sofá me acenava,  dei de caras com os tomates "Coração de Boi" que, ganhando cor numa taça me pareceram quase excessivamente maduros.
- Isso é que não! Deixar que se estragassem estava fora de questão!
Portanto ...

Passei à preparação dos mesmos - lavar, retirar a pele, cortar em pedaços e pesar ...
(Não, não retiro as pevides - dá demasiado trabalho e são tão poucas que não interferm!)

 Para 1 kg de tomate, 1/2 de açucar (gelificante).
Não tem que saber:
- Espera-se que ferva, baixa-se o lume, e mexe-se ocasionalmente até atingir o ponto e está feito.


Entretanto fervi frascos e funil com que os encho ...

Este funil foi uma descoberta fortuita na Alemanha 

Através dele encho frascos sem que a compota se derrame - invenção muito feliz!

E pronto!

Não é doce que "renda" - por isso é caro e raramente encontro um que me agrade.

À mistura juntei 2 paus de canela e um gomo de limão sem pele - dica de uma amiga muito entendida na arte.

Já que o sofá pode esperar, vim aqui escrevinhar este post, antes de me entregar finalmente ao divino momento da preguiça.

Beijo
Nina