quarta-feira, 25 de abril de 2012

Costurando a crise.



Há muito que suspirava por uma máquina de costura. Tinha uma velhinha que se recusava a trabalhar e a quem foi declarada morte cerebral quando a levei, em desespero de causa, ao especialista.
Que não tinha conserto, que não valia a pena, que o melhor era deixá-la e comprar uma moderna.
Comprei.
Foi em Abril do ano passado. O tempo passa tão depressa que até me arrepio.
Já passou um ano!
As primeiras relações entre mim e a dita foram desastrosas. Conclui que a bicha não funcionava, que o defeito era dela, chinesa e barata, e nunca meu, exímia costureira. Quase nos divorciámos.
Contudo, conhecendo-me, teimosa, persistente, insistente, pedi ajuda, azucrinei as amigas mais pacientes e sabedoras, ouvi conselhos, tomei notas e insisti.
Ainda bem!
Hoje dámo-nos como Deus com os anjos, numa paz interrompida por pequenos sobressaltos insignificantes.
Certo, certo, é que a máquina já está paga e mais que paga.

Para o provar, mostro estas calças, todas muito compridas pedindo, exigindo bainhas que as encurtassem.
Agora que perdi o medo à tesoura, marquei com  régua a linha do corte e Zás!
Marquei as bainhas com alfinetes e nada de alinhavar, que não tenho pachorra para o que é desnecessário,
Em menos de 1 hora, 3 calças com bainhas cosidas.
Ok! não são maravilhas de criatividade, são banalíssimas bainhas, bem sei!
Mas são 15 € que não saíram da minha carteira e, posto assim o problema, parece-me que não há argumento a contrapor! 
Repito, a máquina de costura pagou-se a si própria num instante.
Em tempos de crise é um investimento com dividendos garantidos.

Beijos
Nina