domingo, 27 de janeiro de 2013

Interrogo-me ...


Será que o domingo dos outros é igual, ou, pelo menos, parecido com o meu domingo?
O meu, sempre sobrecarregado de projetos, voa! Mesmo!
São agora 18 horas e, com a noite caindo, só agora consegui uma pausa para escrever.
Acoradámos com chuva, chuva à Porto, daquela bem chata, pegada, sem tréguas, gelada, ameaçando molha a quem se atreve sair.
Saí, ainda assim.
Jornais lidos no café de sempre, com vista para o Douro e expresso fumegante.



Estava frio, como se a chuva não fosse, só por si suficientemente deprimente.
Vesti-me de Inverno, com vestido de lã, casaco de malha, meias opacas e botins.

Tudo o que tenho em cima é antigo. Nada é velho. Sou muito cuidadosa com as roupas que, por isso, duram e duram e duram, sem nunca  envelhecerem.

Poderão virar antiguidade, mas jamais velharia.
Que bom seria se o mesmo ocorresse com a dona!
 Pronto! Jornais lidos, café bebido, regresso a casa para almoço, completamente por fazer.

Sem sopa previamente preparada, improvisa-se uma entrada.
Beringela gratinada com queijo.
Para acelerar o processo, passa pelo microondas, 5 minutos de cada lado. Só depois, polvilhada com queijo, gratina no forno.
É bom e recomenda-se.

Para sobremesa, depois de um peixe grelhado, desencantaram-se do fundo do congelador , estes pecados de côco e gemas!
 E a tarde avançava, inexoravelmente.
A chuva, entretanto, parara.
Virei-me para a agricultura, semeando este pacote de coentros, erva da minha especial predilecção.

Numa floreira, fazem-se pequenas incisões superficiais, espalhando-se as sementes, que se recobrem com a terra revolvida.
Dizia no pacote, que esta é a hora da sementeira, com frio e chuva.
Missão cumprida, portanto!

Entretanto, havia que regar os bolbos, no caso, estes de jacinto, que a casa aquecida exige esse cuidado.
Mal posso esperar o nascimento da primeira flor!
Será bela e amarela.

A chuva, entretanto, voltara.
Quando bate nas vidraças, sugere, quase exige, lareira acesa.

Torna-se então suportável.
A fogueira faz excelente companhia. Aquece, ilumina e canta, enquanto o fogo crepita lambendo os toros indefesos.
Posso ficar assim, apenas olhando o fogo, sentindo-me acompanhada e acarinhada.
 Mas não fiquei!
Aninhada no meu canto, tricotei uma gola para esta camisola. Está quase, quase pronta.

É uma camisola antiga, cuja gola perdeu o formato e a graça.
Desmanchei-a e reformulei-a , que merece o trabalho.
Está quase pronta!

Finalmente, preparando-me para a minha próxima, primeira aula de costura, tirei moldes do modelo que pretendo reproduzir.

Até aí ainda chega o meu conhecimento!
Deste modo voou o domingo.
Assim desliza, veloz, o tempo, se o interesse e a atenção se envolvem em tarefas gratificantes, prova provada de que o tempo é o que cada um faz dele, que o tempo cronológico não é, para aqui, chamado nem havido e que, o tempo psicológico de carácter subjectivo e abstracto, é o verdadeiro e único motor da vida.
Tenho dito!
(Que ainda tenho um monte de tarefas para despachar, entre as quais se inclui refastelar-me comodamente no sofá enquanto o domingo for domingo!)

Beijo
Nina