segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Oásis ...


...é o seu nome, uma Estalagem perdida no meio das dunas que garante sossego, distância da balbúrdia, tranquilidade.
O edifício é lindo, uma construção de dois pisos , em "L", toda virada para o mar.
Foi inaugurada por uma senhora alemã (austríaca?) há mais de 20 anos.
Deambulando pela magnífica costa algarvia, descobriu o local perfeito.
Aí, como disse, construiu o reduto paradisíaco.
O ruído limitava-se ao canto dos pássaros, ao sussurro do vento e ao canto do mar, ali a dois passos.
Nem sequer concedeu a construção de uma piscina, não, era apenas um oásis que não permitia brincadeiras e falatório no seu recinto.
Estava-se bem, estava-se num oásis.

Mas, aos poucos, testemunhei que as coisas foram mudando, mudando para pior.

A alemã vendeu a estalagem e sumiu. Com o seu sumiço nasceu uma piscina no jardim onde a criançada se encarrega da barafunda.
Mas continuava a estar-se bem.
Até que agora, 2 ou 3 anos depois, regressei.

A estalagem é uma pálida e desgraçada recordação do que um dia foi.

Falta tudo em termos de qualidade e sobeja tudo em termos de descaso, descuido, desleixo.

Quem nunca aqui tiver estado, sairá com a má impressão de um local mal cuidado.
Quem aqui tiver estado, noutros tempos, noutra era, sairá com o coração partido, dorido pela insanidade que permite à mediocridade que assim grasse estupidamente.

Atenção, fala uma otimista convicta que insiste em ver sempre o copo meio cheio, mas nem eu, com os meus eternos óculos cor de rosa, me permito iludir a realidade.

Por isso, por pudor, por pena, por luto, não publico fotos.

Beijos
Nina