quarta-feira, 8 de julho de 2020

Cochinilha

Fui invadida pela COCHINILHA.

Era só o que me faltava - cochinilha. Uma praga. Uma peste. Uma detestável e destruidora invasão.

Vamos então por partes. Do que falo quando falo em cochinilha?

Falo de um ser que ...

"Mede de 3 a 5 milímetros de comprimento, é geralmente marrom ou amarelo, e se alimenta parasitando a seiva de cactos e plantas e da umidade ali presente. Dentro da classe dos insetos, as cochonilhas são classificadas na ordem Hemiptera, sendo parentes próximas das cigarrinhascigarras e dos pulgões. São conhecidas mais de 67.500 espécies de Hemiptera.
Para defender-se da predação por outros insetos, produz ácido carmínico, que extraído de seu corpo e ovos é utilizado para fazer o corante alimentício que leva seu nome.
No Brasil, a cochonilha é também uma praga de jardim, diminuindo consideravelmente a produção de hortas caseiras. A primeira evidência de que a planta está infestada é o aparecimento de bolinhas brancas que parecem ser de algodão nos caules, próximos às folhas. Elas sugam a planta, roubando sua seiva, alojando-se principalmente na parte inferior das folhas e dos brotos. As cochonilhas secretam uma substância pegajosa, que deixa as folhas com a aparência de que estão enceradas, e que facilita o ataque de fungos como o fungo fuliginoso. Costuma atrair também as formigas doceiras. Seu predador natural é a joaninha, assim como alguns tipos de vespas.
Algumas cochonilhas têm uma casca dura que impede a penetração de inseticidas. Neste caso, é preciso fazer uso de soluções à base de óleo mineral e sabão que, uma vez grudadas à carapaça, impedem que o inseto respire. As melhores alternativas são a Emulsão de Óleo Mineral ou a Calda de Fumo. Caso o controle natural não produza os resultados esperados, a utilização de um inseticida organofosforado ou a reintrodução de predadores naturais pode ser efetiva no balanceamento dos números dessa espécie."!

Uma  destas manhãs, em que confinada às quatro paredes de casa presto maior atenção aos detalhes - diga-se, de passagem, que nunca a minha casa esteve tão limpa, resplandecente  e desinfetada ... - regando as orquídeas (as minhas belas orquídeas!), dei de caras com uma espécie de partículas de algodão pegajoso agarrado aos caules, às folhas e às flores.

Não quis acreditar no que os meus olhos viam, porque já enfrentei (sem sucesso) esta peste noutras remotas ocasiões.
Era a cochinilha!
Cochinilha! Malvada! Atacando as minhas orquídeas.

Sublinho que consigo manter vivas estas plantas, ano após ano, tendo a sorte de que floresçam vigorosamente em cada temporada.
Somos pois amigas íntimas, quase família e por elas nutro sentido e profundo afeto, como se de crias se tratassem.

Fiquei tristíssima!

Tratei de lhes aplicar a solução saponária aconselhada em generosa e, porvenrura, fatal quantidade , receando que poderiam morrer não da doença, mas do tratamento.
Corri o risco.
E esperei.
Voltei a pulverizar.
E esperei.
Repeti a operação, intervalando-a com pulverização de água tentando preservar a vida das flores.
Atenta, continuei à espera.

Aparentemente tinham desaparecido, mas, horrorizada, constatei que tinham invadido outras plantas que não orquídeas.
Era uma invasão maléfica, planeada, bem orquestrada.
Era uma guerrra!
Havia que tomar decisões drásticas, impiedosas.

Então, dilacerada, eutanasiei as pobrezinhas que, entretanto, dias volvidos,voltavam a  apresentar sintomas de novo covarde ataque.
Tudo para o lixo, foi a derradeira decisão!
O número dos meus exemplares de orquídeas viu-se reduzido a menos de um quarto. Tantas baixas!
Para o lixo seguiram ainda avencas e cactos, igualmente condenados e com visíveis sinais de contágio.

Atenta, muito atenta, observo, analiso, prescruto.
Não voltarão a apanhar-me desprevenida.
As safadas!

Beijo
Nina






segunda-feira, 6 de julho de 2020

Eu e os vidros

Moro numa casa com muitos vidros, cheia de vidros. Achei lindo quando a escolhemos. Ele é uma iluminação desmedida, ele é uma paisagem ampla, quase infinita, ele é um espetáculo faça chuva ou faça sol ... ele é uma trabalheira para os manter minimamente limpos. Quase uma impossibilidade absoluta, dado que lá do alto do sexto andar, limpar os ditos vidros configura uma cena em que a própria vida é posta em risco.
Agora, sem ajuda, eu, pessoa dada a vertigens, não arrisco pendurar-me feita acrobata, em nome da limpidez cristalina dos vidros.
O caso é este, sou eu(viva) ou os vidros.
Opto por mim, naturalmente.
O interior é fácil, uma brincadeira de crianças. Basta uma mopa  e num abrir e fechar de olhos, despacho o assunto. Falta o exterior.
Pois...

Foi então que vi um anúncio no Instagram.
Coisa simples - um artefacto composto por duas esponjas que, através de um forte íman permitia que a exterior seguisse o percurso da interior. Para garantir a segurança mínima , um cordel liga as duas esponjas.

Fascinada, convencida que havia descoberto a pólvora, tratei de concretizar a encomenda, por pouco mais de 30€.

Chegou!

Finalmente chegou.

Tratei de a testar.
 Resultado:
- Um fiasco! Um completo, total e absoluto fiasco!
É que os meus vidros são duplos. Não admitem batota. Exigem desvelo , força física, audácia e pessoa intrépida - que não eu!

Portanto ...
Os vidros continuam clamando por limpeza, um brilhozinho que seja.
Portanto ...
Fecho estores, corro cortinas e está tudo bem.

Comprar engenhocas on-line, nunca mais.

Beijo
Nina