De regresso de Cádiz, pelo Algarve, subindo em direção ao Norte, encontra-se, perto de Grândola , um desvio para Comporta, em pleno estuário do Rio Sado.
Seguindo o litoral do estuário, uma placa indica "Carrasqueira".
Vale a pena o desvio!
À nossa espera, está um porto de pescadores, cujos barcos repousam em margens pouco profundas.
Circundando-os há caminhos construídos em passagens precárias e suspensas, sobre as águas.
Algumas construções rudimentares, aguentam-se, também precariamente, com os "tornozelos" mergulhados no pacífico Sado.
É um quadro magnífico, inusitado, de uma beleza tocante.
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| Um grande cartaz previne que a zona é protegida. | 
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| Um emaranhado de estacas ergue-se, então, do lodo do rio. | 
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| Pescadores circulam,na faina. | 
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| A carga viva, palpitante, são caranguejos arrancados do fundo lodoso. | 
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| Uma espécie de ponte, de passadiço, permite a circulação sobre as mansas águas. | 
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| Os barcos aguardam, tranquilos, no balanço imperceptível do Sado. Lindos, coloridos, batizados com nomes queridos, amuletos para momentos de perigo.
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| Aqui guardam-se tesouros. São redes, armadilhas para a pesca, garantias de subsistência.
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| A ponte é frágil, precária, mas convida, desafia o atrevimento. | 
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| Um espelho, é o que estas águas são. | 
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| Paradas, permitem observar  a vida que no lodo palpita. | 
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| Tábuas sobre tábuas, remendos sobre fendas. | 
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| Uma pintura abstrata não seria mais ousada, na sua fuga ao senso comum. | 
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| Este, bem português , afirma, "Vou andando", numa ortografia torta, mas comovente. | 
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| Aqui, esclarecem-se as dúvidas. | 
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| E aqui, a localização geográfica, precisa, está registada. | 
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| Em frente, em margens alagadas, cultiva-se o arroz. | 
E assim, de repente, somos postos face a face com congeminações arquitetónicas cujas raízes mergulham bem lá atrás, na história da humanidade.
Caprichosamente, persistem aqui.
Beijos
Nina