terça-feira, 26 de março de 2013

Zara

Foi sinónimo de roupa gira a preços convidativos.
Deixou de ser, é essa a minha convicção.
Os modelos continuam interessantes, originais, atuais, se não nos importarmos que existam milhares (milhões?) por esse mundo fora.
A qualidade, essa, é que não é, de modo algum, promessa.
Coisas há que valem o dinheiro, enquanto outras, à primeira lavagem perdem a graça, ficando imprestáveis.
Os preços, esses, subiram muito, subiram demasiado.
Onde estão as ofertas irresistíveis a preços convidativos!?
Vi, esta manhã, uma pilha de blusas, todas da mesma malha, com cara de que, se te encostas, puxo-te um fio! Vi portanto essas blusas e, à primeira vista agradaram-me, tanto mais que procurava aquele exato tom de cinzento.
Olhei para aquela montanha, escolhi o M e de peito feito dirigi-me à caixa.
Foi então que vi o preço: 39.95€, aquele farrapo vistoso, com dezenas de irmãozinhos na prateleira.
Não olhei a etiqueta, mas aposto que se o tivesse feito, encontraria um Made in China, ou por aí.
Parece-me que o senhor Zara anda distraído e não deu ainda conta de que o tempo das vagas gordas já lá vai, bem como o use e deite fora, em elogio desmedido ao descartável.
Não é por acaso que a Burda da minha infância, entretanto sumida na falsamente rica Europa do sul ( na Alemanha nunca deixou de ser publicada...), reapareceu pujante de vigor.
Parece-me que o facto não é inocente.
Parece-me que tem tudo a ver com a postura das pessoas, cansadas (e exauridas...) de gastar privilegiando a quantidade em lugar da qualidade.
Parece-me que um novo ciclo se inicia.
Para mim, já se iniciou.

Beijo
Nina