sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Metendo as mãos na massa

 Ontem foi dia de meter as mãos - as luvas - na massa - na terra. 

Plantei bolbos que prometem mundos e fundos para a próxima Primavera. 

A ver vamos.

Os bolbos aguardam vida enquanto repousam junto a um muro. Pareceu-me local adequado, decidi eu do alto da minha quase total ignorância.



Este picar, sachar, arrastar a terra, cobrir os bolbos são tarefas que merecem retorno, que isto só é apenas giro nos romances.
Ao vivo, deixam entre outras sequelas , profundo desconforto "nas cruzes"

 

Está visto que exagerei na compra. 
Mais olhos que barriga, dá nisto - cava que cava, laralalai!


Ufa! Terminei!


Vamos agora às couves!

Observei as couves com olhos de  águia, à cata de lagartas, bichos vorazes que reunindo a família se empanturram com a verdura. Implacável, aniquilo-as à unha que aqui, nunca, jamais, em tempo algum entrarão pesticidas. A seguir retiro folhas velhas e mentalmente conversamos:

- Então a promessa de couves para o Natal?

- Então? 

- Suas mirradas!

Assumo que não será este o ano com  ceia de  couves caseiras. São jovens e eu inexperiente- há que dividir responsabilidades.

 Lá chegaremos!


Mesmo ao lado num canteiro improvisado crescem alhos, prometendo colheita farta.

 É dar-lhes tempo.

Depois ...

Também podei . Podei arbustos .

Até que  o cansaço  se apoderou de todos os meus músculos, mesmo daqueles que não sabia possuir.


Com botas cobertas de lama, suja da cabeça aos pés decidi parar.

Roupa e botas são as da quinta, quando viro camponesa.

 Transformo-me, irreconhecível.

 Também por dentro que a libertação é então absoluta. 

Terapêutica. 

Curativa.


Beijo

Nina

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Confinamento

 Se algo de bom me trouxe o confinamento - note-se e sublinhe-se que falo de confinamento, acto de permanecer em casa e não do maldito covid, essa criação do inferno - mas, repetindo, se algo de bom me trouxe o confinamento, tem sido o tempo de qualidade dedicado à leitura, a filmes e séries ( obrigada, Netflix) que simultaneamente desfruto empunhando agulhas de tricô. Admito que nem sempre isento - o tricô - de erros. Desmancho e componho desportivamente, com FairPlay quase britânico - está-se mesmo a ver que me encontro profunda e convictamente mergulhada em The Crown.


Feito que foi esta introdução, passemos a factos:




Terminei este casaco. Bonito, no seu azul celeste que a fotografia caprichosamente desmente. O método? Topdown, evidentemente, que se transformou no meu favorito desde que o descobri. Uma beleza tricotar, Já coser as partes que compõem a peça, é uma enorme maçada. Viva pois o topdown. O amargo de boca tive-o quando procurei comprar botões. O chinês, o santo chinês que sempre tem uma solução para os meus problemas, desta vez, falhou. Não, não tinha botões. Acabei numa retrosaria donde trouxe botões excessivamnete pequenos. Oh! vida! para quem não gosta de coser ... Há que descoser, procurar um tamanho maior, voltar a coser!
Tirando isso, todo o processo foi super agradável, de tal modo que estou tentada a repetir a experiência com uma cor diferente.


Entretanto ...

Metade das costas de um pulover masculino cuja razão de ser passo a explicar ...


Chegaram-me aos ouvidos, queixas, ressentimentos,  reclamações salpicadas de ciúme..

De quem, por quem? Pelo marido! Pois tricoto para toda a gente menos para ele.

Enchi-me de brios e coragem - que dado o tamanho do  pretendente a coisa promete, será obra de dimensão avantajada. Que seja, pois dos fracos não reza a história.

No caso abdiquei do topdown pois pretendo incluir um decote em V e não sei se para tal, seguindo o tal método,  para tanto  tenho capacidade.

E assim vamos, enfrentando garbosamente  desafio temível e  desconhecido.

Beijo

Nina




terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Semeando





Esta chuva intensa e persistente tem boicotado toda e qualquer atividade agrícola ... digo mal - toda a atividade agrícola ao ar livre, porque, dentro de portas tenho investido bastante, quer a nível de leitura sobre o assunto, quer em praticando experiências de sementeira que , no conforto das quatro paredes, hibernam, aguardando a Primavera.

Gosto muito de Manga e, apesar do preço nada convidativo, compro, compro sempre, compro muito.
Descobri que através do caroço  a reprodução é viável.




Assim, há que abrir o caroço (utilizando uma faca - cuidado com os dedos!) e dele extrair uma espécie de feijão gigante, a semente.




A seguir, tratamos de a  colocar (horizontalmente) num recipiente com terra e drenagem adequada  e  de a cobrir
com cerca de 1 cm de terra. Vamos borrifar diariamente para garantir a humidade indispensável.
Neste momento tenho cinco projetos de mangueira, que trato com desvelos de mãe. Coloquei-os no parapeito de uma janela onde recebem luz abundante e todos os escassos raios de sol que espreitam através das nuvens.
Se fosse no Brasil - garantiram-me - já teriam germinado. Por isso, por aqui,  paciência é preciso!




Quanto ao abacateiro, dada a sua raíz robusta, deixou o frasco com água e já habita num vasinho com terra.
Não me parece que se tenha ressentido e alegra os meus olhos sempre que , preocupada, o examino.

Em standby tenho sementes de anona .
 Com as primeiras não fui feliz, pois ganharam um bolor indesejado, mas, insistente, aposto numa segunda tentativa.
- Alguma sugestão?

As sementes da papaia serão a próxima aposta. De acordo com instruções, devem secar antes de ser semeadas.

Se tudo correr bem - sou uma otimista, sim! - na Primaverá plantarei mangueiras, anoneiras abacateiros e papaieiras. 
Tudo fruta tropical que se ambientará ao verde Minho.


Beijo
Nina

 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O tempo voa

 Sem dar conta da velocidade do tempo, confronto-me, espantada, de que mais de um mês passou - na realidade, quase dois - desde a última vez que aqui estive. É o tempo e é, principalmente, a vida, que assim me (nos) condiciona. O tempo voa, veloz, enquanto que a vida mudou. Sabemos porquê. 

Adaptei-me. Criei novas rotinas, novas obrigações e , confesso, novos hobbies.

Em casa, prescindi de ajudas exteriores, assumindo o controlo do barco. A princípio assoberbada, atarantada mesmo, com a catadupa de tarefas. Depois, aos poucos descobri estratégias descomplicantes  e a “coisa”entrou nos  eixos de uma rotina muito simplificada.

As saídas foram reduzidas ao mínimo, ao essencial umas caminhadas longe de aglomerados , umas idas imprescindíveis ao supermercado e pouco mais. Até o cabeleireiro de que era semanalmente dependente foi eliminado ( com muita, muita pena. Muitas saudades, Márcia).

Descobri as alegrias da agricultura - já referidas em texto anterior - e fechei o círculo de contactos aos meus mais próximos, às minhas pessoas - somos 4 em bloco e o que um decide (qualquer um) os outros aderem ... ou não, já que a unanimidade  - dizem - é burra.

E então o blog ? 

O blog foi adiado. 

Apenas. 

Vou voltar. 

Já voltei.

Eis-me de volta.


Beijo 

Nina



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Marmelada



Hoje foi dia de marmelada e geleia de marmelo.
Comprei-os no supermercado, apenas 2 quilos, quantidade mais que suficiente para o gasto caseiro. Aliás, tal quantidade vai render, se calhar, até à próxima época de marmelos. Ainda assim, não prescindo do ritual que, apesar das facilidades oferecidas pela Bimby, continua exigindo tempo e vontade. 
Não sendo necessário descascar os frutos, continua sendo imprescindível retirar “caroços “ tarefa exigente, já que os ditos primam por uma dureza empedernida. Depois, para a marmelada, é só seguir as indicações da máquina e habemus marmelada sem as queimaduras ancestrais provocadas pela ebulição da mistura.
Acho que se a vontade fosse incontornável, hoje mesmo teríamos marmelada (com queijo) para a sobremesa.


Ei-la, já com o papel que protege a superfície.



Com os “caroços “ preparo a geleia. Dado que a chave do sucesso reside na brandura do lume, a coisa arrasta-se até atingir o ponto desejado.





Guardo em frascos esterilizamos e, como na minha infância, com a geleia de marmelo, vou rechear o bolo enrolado, que, evidentemente, poderia ter outro recheio ... mas não era a mesma coisa, pois não?


Boa noite!
Beijo
Nina








 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A minha vida no campo


 A pandemia precipitou esta decisão, acabando por concretizar um projeto latente, um projeto acalentado desde sempre.

 Falo de viver no campo.

Nasci e cresci numa casa com quintal e jardim. Havia horta, árvores de fruta e até galinhas para consumo doméstico. Também tínhamos cães e pelo menos um gato. Parecia-me normal, nada que sugerisse privilégio particular.

Quando , casada, me mudei para um andar, fi-lo com o entusiasmo de quem inicia uma nova (e fulgurante) etapa, valorizando a novidade de cada pormenor. Porém, cedo constatei que a “coisa” tinha os seus “quês “ - saudades do quintal, da horta, do cão, do gato e até das galinhas. Ruminei no assunto, quase sempre em solilóquio, já que o quórum se me apresentava reticente. Quando muito, suspirava:

- Ah, uma casa com quintal! ( Do outro lado, nada, nem um pio,  numa muito bem conhecida surdez seletiva.)

O tempo foi passando.

O tempo, essa espécie de abstrata divindade que tudo resolve, resolveu finalmente o meu tão profundo anseio.

Não me mudei para o campo, não!

Mantenho a minha casa de sempre, a minha casa de onde vejo o mar. Mas, o refúgio no campo está lá, como alternativa, como opção aberta. E, sempre que apetece, viro camponesa.







Depois de todo o tempo em que brinquei aos quintais, brinquei aos jardins, nas varandas e terraços da cidade, agora é a sério, como provam as laranjas e dióspiros acabadinhos de colher.

Estou a gostar muito mais do que imaginava que gostaria.

(Esta a razão da minha quase ausência. É que as tarefas de camponesa são assoberbantes. E depois há o clima com os seus caprichos, e as regas e as podas e as colheitas que me escravizam. Repito, não poderia estar mais feliz)


Beijo

Nina


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 

Bolo de Cenoura com Cobertura de Laranja

 

Para não defraudar expectativas, trato de semanalmente cozinhar um bolo que tem que obdecer a determinados critérios:

- Nada de chocolate;

- Que seja sequinho e fofo;

-Nada ou quase nada de cremes;


É o que se chama clientela exigente.

 É o que temos!


Quanto a mim, como uma fatia  e fico servida, não lhe tocando mais até à última migalha, não porque seja empedernida disciplinadora de gulas indesejáveis, mas apenas porque, passada a novidade, perco o interesse.

De modo que procuro novidades que me tentem.




Encontrei a tentação nesta revista.
Esta como outras, são compras realizadas sempre que vou - que ia - à Alemanha. Têm uma qualidade insuperável sendo imensamente inspiradoras em variadíssimos capítulos que me fascinam, desde a jardinagem à decoração passando pela culinária (Come-se muito, muito bem na Alemanha).
O problema é que sendo as imagens irresistíveis, de alemão percebo muito pouco, - para ser rigorosa - percebo nada. Então, recorri ao Goolge Translator e lá consegui ao milagre da tradução.







Após uma sobremesa, ficou neste estado, reduzido a metade o belo do bolo. Éramos três! Devoradores!


Segue a receita:

Ingredientes:

Para um bolo com 22cm de diâmetro

 

350g cenoura raspada

4 ovos

200g açúcar

1 pacote açúcar baunilhado

½ c. chá de sal

120g Farinha

2 c. sopa de Maizena

1 c. chá de fermento

1 c. chá canela

150g amêndoa ralada

 

Para a cobertura:

 

350g açúcar pasteleiro

200g queijo fresco

Raspa da casca de uma laranja

2 cl licor de laranja

 

1.       Forno a 180 graus. Untar a forma com manteiga e polvilhar com farinha.

2.       Bater claras em castelo, juntando 30g do açúcar.  Reservar.

3.       Bater as gemas com o restante açúcar, o açúcar baunilhado e o sal. Bater bem.

4.       Juntar a farinha, a Maizena, o fermento e a canela. Misturar bem e acrescentar a cenoura e a amêndoa. Continuar a bater.

5.       Finalmente envolver nas claras.

6.       Levar ao forno durante 50 minutos.


Cobertura:

1.       Misturar com uma espátula – não usar batedeira – o queijo e o açúcar pasteleiro.

2.       Acrescentar a raspa de laranja

3.       Se a mistura estiver muito fluida, não juntar o licor. Eu não juntei.

4.       Cortar o bolo na horizontal, quando frio e cobrir com metade do creme.

5.       Recolocar a outra metade do bolo.

6.       Cobrir com o restante creme.

7.       Levar ao frio 2 ou 3 horas para o creme endurecer.

M

domingo, 4 de outubro de 2020

Correu bem!

 A tarefa que tanta ansiedade me causou, acabou por correr muito bem.

O prazo de execução foi cumprido e as janelas voltaram a deslizar sem problema. O tempo ajudou visto que não choveu e os dois especialistas deram por concluída a tarefa às 18 horas, havendo começado às 9 da manhã.

Foi caro, mas acho que valeu o investimento.

A única contrariedade que subsiste está ligada à própria natureza das janelas que, apenas deslizando e não abrindo dificultam ou impossibilitam a manutenção. 

Aprenderei a viver com o exterior de algumas das  janelas  menos cristalinas, o que me parece ser de fácil aprendizagem.


Boa semana.


Beijo

Nina

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Chuva e vento e eu sem janelas

 Ai! Credo! Sem janelas? E logo com esta tempestade desfeita? Pois é assim!

Explico:

Amanhã, sábado, tarefa programada com muita antecedência vem cá o especialista  que trata das janelas. As minhas são enormes, pesadíssimas e, com o tempo, inamovíveis. Sim. Não consigo que deslizem nos seus - digamos - carris.

- É que nada dura para sempre - explicou o especialista - e os rodízios estão desfeitos, de redondos passaram a quadrados (sic).

Portanto, temos programa para amanhã. Todo o dia, que as janelas além de muitas, são duplas.

Há que aproveitar a maré, isto é, a disponibilidade do duo João e Paulo. Aparecem às 8h00m e levarão o tempo que levarem.

Oxalá não chova (muito).

Vale o sacrifício já que, finalmente, conseguirei abrir portas e janelas. Até me parece que o preço a pagar pela comodidade nem é assim muito alto - refiro-me à clausura, não ao orçamento que esse é outra conversa.

Que tenham muito bom fim de semana que o meu será o que deixei antever.


Beijo

Nina







quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Blusa, almofada e pompons!





 Para ocupar as mãos  e aproveitar um restinho de fio, comecei uma almofada. Branca. Clássica. Daquelas que ligam com tudo. Simplezinha, uns quadrados vistosos , mas sem ciência. São 9. Com eles compus a frente que, em fase seguinte, ligarei a tecido branco.




Em croché - informo e reafirmo - só a frente ( ainda não concluída)! O resto será em paninho branco que não falta no meu cesto de retalhos que , por mais que me esforce, não lhe consigo ver o fundo - parece até que crescem, se reproduzem à socapa.
Voltando ao croché ...

O mais engraçado é o remate,



...  uma série de pompons que aprendi AQUI e em tempos apliquei em mantas e almofadas que podem rever AQUI .

O blog inspirador encontra-se em standby desde 2017, o que é uma pena, porque continha ideias engraçadíssimas. Nada a  fazer quanto à sobrevivência dos blogues, que estão, irremediavelmente, em plena fase de extinção - eu que o diga, eu que me acuse e culpe, eu que , de autora aplicada, me transformei em rabiscadora de nada entusiásticos textos. A minha esperança é que a tendência se reverta e voltemos aos tempos esplendorosos dos blogues geniais. 

 A bem da verdade e da justiça, há que proclamar que ainda persistem alguns de elevadíssimo  interesse, mas, repito o seu número é desanimadoramente residual.



Voltando ao princípio do texto e mudando radicalmente o rumo da conversa, o tal fio que sobrou e que decidi aproveitar, resultou da blusa branca em croché que ocupou os meus serões no final de Agosto. Modéstia à parte, permitirão que considere a dita blusa mesmo gira, mesmo bem conseguida. Só que, de um dia para o outro, o frio, num repente, quase  me impede de a vestir.

Portanto, blusa concluída, sobra  fio, inicio uma almofada, o fio esgota, compro mais fio, volta a sobrar fio.

É assim que a coisa funciona..

Ou falta ou sobra. Acabar com os restos é tarefa impossível, porque restos, acarretam outros restos. Um desespero fosse eu ser que se desesperasse por miúdo motivo .

Após esta tão elevada reflexão, mostro a almofada, ainda que não concluída e convido possiveis aficionados a observarem a graça que é este remate.

 Quem o terá inventado? 

Quem?

 Merecia um prémio.

 

Beijo

Nina

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Outono


Parece que começou ontem. O Outono. Com chuva , com tempo de Inverno. Não me importo. Gosto destas variações.



 Calhou passar o dia no campo, onde umas horas de chuva replicaram o milagre. O das beladonas. Tinham sido cortadas rente por cego trator que limpara o terreno. Quando vi que tinham desaparecido, entristeci julgando que só para o ano as reencontraria. Afinal enganei-me. Bastou uma chuvinha hesitante para reaparecerem.

Apanhei imensa molhada, porque são lindas, uma nuvem rosada e perfumada.

Alegram uma mesa, numa sala que sem elas era apenas uma sala. Agora transfigurou-se. Muito mais que sala é local mágico. Porque cheira bem e, acima de tudo, mais importante que tudo,  alegra corações e olhares, pacifica.

Feliz Outono.

Quero tanto que seja plácido, ameno, generoso, benigno.

Quero coisas boas. Simples. Grátis. Sem sobressalto, nem medos. Como o  são as melhores que a vida pode oferecer.

Feliz Outono. 


Beijo

Nina


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

A partir do momento em que o tempo aqueceu, arrumei as agulhas de tricô, por muito que goste delas. É que para mim existe total incompatibilidade entre tricotar e sentir calor. Transpiro, sinto-me imensamente incómoda. Daí arrumar as agulhas.
É então que um outro terrível problema surge:
- Impossível passar o serão olhando o ecrã da TV. Impossível. Sou acometida por repentinas síncopes de sono. Não consigo acompanhar com interesse suficiente que me impeça de cair inanimada seja qual for o programa exibido. Uma vergonha para mim!
Daí que me virei para o crochê. É, então,  como diz o outro " um olho no cavalo, um olho no cigano"! (já sei que é uma citação politicamente incorreta, escusam de me puxar as orelhas ...).
 E assim, um olho na TV outro no crochê, viro uma espectadora atenta e uma "crocheteira(?)" aceitável.



Assim nasceu esta blusinha, bonitinha, engraçadinha, facílima de executar ...



Digamos que não sou fã de peças de vestuário em crochê, dada a sua irritante tendência para crescer - nasce blusa, acaba túnica ...



Porém, no caso, parece-me que não corro esse risco.
A blusa é feita por etapas:
- Primeiramente, um quadriculado que dará origem às costas e à fresnte. Esse quadriculado inicia-se com meia dúzia de carreiras que formam a renda inicial.
- Depois, concluídas todas as "partes", cosem-se - mangas incluídas - e ininicia-se a renda de bicos que posteriormente será aplicada à blusa.



O fio é  sintético ( pena que não seja 100% algodão) e veio de uma loja chinesa.
A compra foi feita por impulso. Vi e gostei. Da cor e do toque.
Além disso, a loja onde me abasteço encontra-se encerrada para férias, portanto ...



O resultado agradou-me tanto que já lá voltei para comprar fio branco. E, escusado será referir, já iniciei uma nova blusa - Cheira-me que não vai ficar a dever nada a esta. É francamente gira!
Depois mostro.


 
Combinei com branco - a minha combinação preferida, porque "o branco" nunca nos deixa ficar mal.



Acrescentei sapatos azuis e carteira na mesma cor.
Um must!
(Modéstia à parte)




 Acrescento que o modelo veio de uma revista antiga - eu e esta minha mania (abençoada) de guardar revistas antigas.

No caso de - por acaso, casualmente, reféns de irresistível desejo  - quererem replicar o modelo, é só dizer. Terei o maior gosto em publicar o esquema.
Nada que agradecer.

Beijo
Nina

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Cabeleireiro, de novo, finalmente

Não ia ao cabeleireiro há 5 meses!
 Eu que A.P. cumpria, religiosamente, o ritual, sempre à quinta-feira, sempre às 14h00m!
Reserva fixa e permanente!
Ia lá eu imaginar que, de repente, uma ida ao cabeleireiro constituiria atividade de risco?
Nunquinha!
Mas foi! Tudo se transformou, se transfigurou - cabeleireiro e manicure incluídos.

Sem quase sair de casa - e quando saía tapava parte do rosto com máscara - o cabelo deixou de ter importância.
Andava lavadinho, mas selvagem, cheio de personalidade, como sempre foi.
Recentemente, estava tão comprido que o apanhava e  então, mais selvagem crescia.
Fazia-me muito calor no pescoço, assim como se permanentemente usasse espesso cachecol. Elásticos, ganchos, bandoletes e chapéus passaram a ser os meus melhores e inseparáveis amigos.
A cor tornou-se indefinida, meio loira, meio castanho, coisa estranhíssima.

De repente, do nada, eu que até me encontrava medianamente conformada com o desastre capilar - repito - do nada, gritei (interiormente, já se vê):
- BASTA!



Sem me deter, liguei, marquei hora, combinei os requisitos e apareci.
Márcia, A Cabeleireira, muito profissional, absteve-se de fazer qualquer comentário.
Meteu mãos à obra e, duas horas volvidas, estava assim. Estava outra. Estava nova. E leve . E de bem com o meu cabelo.


 

No pavimento, um manto de cabelo.
Cortou sem dó nem piedade uns bons 10 cm de juba.
E acertou a cor com umas quantas (muiiiitas) madeixas.

Sinto que não corri desmesurado risco. 
É que Márcia apenas atende com marcação prévia, apenas uma cliente de cada vez.
E desinfeta e muda o equipamento e usa máscara e mantem porta e janelas abertas.
Correu muito bem.

De tal forma que, intrépida, sou bem capaz de lá voltar daqui por - digamos... - 2 meses.

De cabelo novo, aguardo, otimista, o fim de semana, sem ganchos, nem elásticos, nem bandolete, nem chapéu.
Ufana, do cabelinho  a quem volto a reconhecer como meu.

Bom fim de semana.

Beijo
Nina

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Cascas de ovos

 Cascas de ovos, para que vos quero eu?

Pois, para com elas fazer adubo.




Ontem, utilizei 15 ovos para preparar o bolo de noz - 7 na massa, 8 na cobertura. Muito ovo, na verdade.
Lembrei-me, então de uma dica que corre pela net, nos sites de jardinagem, segundo a qual as cascas de ovo, depois de secas (coloquei estas no forno aproveitando o calor residual do cozimento do bolo) devem ser pulverizadas e reduzidas a pó.




Assim fiz, juntando um pouco de água para facilitar a operação.
Daqui resultou um líquido esbranquiçado, que transferi para um regador, acrescentando mais água.
Utilizei a mistura nos meus vasos de orquídeas (que adoram este tratamento) e nas minhas roseiras.

Acrescento que, além das cascas de ovos, o pó de café usado é magnífico para espevitar qualquer planta. Infelizmente, as cápsulas de Nespresso dificultam o aproveitamento. Antes da sua existência, quando comprava café em grão que seria moído no momento da sua utilização, o pó acumulava-se num depósito sendo assim muito simples de utiluizar.
Quem possuir ainda uma dessas máquinas não deve desvalorizar as potencialidades incríveis do café.

Ainda focada nos ovos, mas mudando a orientação da conversa, compartilho outra informação que sempre uso:
Quando sobram claras, estas podem e devem ser congeladas sem receio de que percam as suas qualidades. Congelo sempre, tendo o cuidado de, no rcipiente, registar o número de claras guardadas. Depois, quando apetece um inocente bolinho de claras ( ou suspiros ) é só deixar que descongelem à temperatura ambiente e já está.

Pronto.
Missão cumprida!
Conhecimento partilhado!
Nada que agradecer.

Beijo
Nina




quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Bolo de noz

Este bolo é espetacularmente bom.
 Sem qualquer "mas".
 É bom. 
Ponto!

Encontro-me naquela fase estranha em que recuso censura.
 Se me apetece, faço. 
Bem basta o que basta.
 Todos aqueles proibidos me constrangem. Embora os assuma a todos.
Por isso, na assepcia da minha casa, dou asas à liberdade de escolha. Essencialmente no campo gastronómico. Até porque, curiosamente, não engordei 1 grama durante os últimos 5 meses de confinamento. Suponho que tal passa pelo ausência absoluta de restaurantes que, por muita qualidade que apregoem, não se restringem no que ao uso de gorduras e açúcares diz respeito.
Por aqui, almoça-se bem. Tudo quanto apetece. Já o jantar é comedidíssimo - uma boa sopa e fruta bastam.

Portanto, hoje, apenas porque sim, lembrei-me do bolo de nozes, um clássico, uma maravilha hipercalórica. 


Faz-se assim:

- 250g de nozes moídas
- 250g de açúcar
- 7 ovos
- ovos moles 
- creme de chantilly


Unta-se um tabuleiro com manteiga e forra-se com papel vegetal que também é abundantemente untado;
Liga-se o forno a 180 graus;
- Batem-se as gemas com o açúcar e com as nozes;
- Junta-se as claras em castelo envolvendo com uma espátula sem bater;
- Vai ao forno até que o perímetro do bolo se separe da forma - é rápido.



                                                - Aqui a massa já vertida na forma.


                                        Desenforma-se e esperamos que arrefeça um pouco...



                                        Então corta-se o bolo pelo meio e vamos rechear... ignorando os defeitos ocasionados no momento de desenformar. Não devem ser valorizados porque serão cobertos com os ovos moles.


 

Recheamos então com o creme de chantilly - que se obtem batendo as natas até que fiquem firmes e acrescentando então icing sugar a gosto - vamos provando até que o sabor agrade.





Não é necessário que resulte milimetricamente perfeito, porque ...



... o recheio ficará tapado com a segunda metade do bolo.
De novo, dirão que está feiinho, meio desfeito.
Repito, não tem a menor importância, porque, depois de coberto com os ovos moles, fica assim ...



Esta beleza ...

( Para preparar os ovos moles utilizei 8 gemas e 230g de açúcar.
O açucar ferve até ponto de pasta. Deixemos que arrefeça. Juntemos então as gemas, mexendo sempre sem permitir que a mistura ferva . Nunca pode ferver, porque , nesse caso, as gemas "talham" e pode queimar)



Esta irresistível, tentadora, pecaminosa obra de arte!



Se sobraram nozes, há que as utilizar na decoração.
 Para que ninguém, jamais, se atreva a apontear o dedo, a por defeito neste bolo que é, apenas, sumamente perfeito.

Vamos comê-lo ao jantar!
Então a sopa?
A sopa e a fruta ficarão para amanhã.
Que uma vez não são vezes.
Pois não?

Beijo
Nina

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Piquenique no Douro

O Douro - região - é uma zona lindíssima, seja qual for a estação do ano, embora seja no Outono que atinge o seu apogeu, quando as vinhas se transformam em folhagem rubra e dourada.
Conheço bem o Douro.
A autoestrada A4 liga o Porto a Bragança e, um percurso que em tempos idos era calamitoso, hoje é absolutamente pacífico, de modo que, quando apetece arejar sem risco de colapso e arrependimento, a região do Alto Douro Vinhateiro é opção segura.



Ontem, rumámos ao Douro e também desfrutamos deste rio/lago.
 Na verdade, mergulhámos nele.





Estava um calor infernal.
Aquele calor extremo que só sente no interior.
Por isso, mergulhar nestas águas foi uma espécie de paraíso.



Depois, o piquenique!



Por estradas secundárias que sobem montanhas, vimos a vista.
E comemos figos.
Tantos figos!
As figueiras, generosas, oferecem-se a quem passa na estrada.




Subimos encostas, descemos encostas e, de novo, o rio.



Nas margens, onde calha, crescem vinhas. Com uvas doces.

Mais imagens, colhidas no silêncio:













Foi uma descoberta.
 Porque de cada vez que vou ao Douro descubro novas facetas.
 Nunca tudo fica visto. 
Há que voltar. 
Sempre.



Beijo
Nina