Gosto de verde dentro de casa, mas não em toda a casa. Não aprecio vasos e vasinhos semeados em cada canto, com as folhas empoeiradas e trazendo hóspedes indesejados para o interior.
Abro uma excepção para as aromáticas que, na janela da cozinha, à mão de semear, se oferecem cheirosas.
As orquídeas, essas rainhas, quando florescem, têm honras de grandes damas e ocupam os lugares de maior destaque.
Repito, são as excepções.
Todas as outras e são muitas, habitam o meu mundo verde, aquele espaço onde paredes, tecto e móveis se vestiram dessa cor.
Aí, com uma temperatura muito propícia e luz abundante, cresce a minha floresta.
A particularidade deste bosque é que, na sua esmagadora maioria, foi obtido por propagação. Ou a raiz foi dividida dando origem a vários exemplares, como é este caso ... |
... ou, a partir de um caule a que cortei um segmento, criei outro ... |
Esta begónia reproduz-se do mesmo modo. Dá um acabamento lindo aos vasos, uma vez que tapa a parte feia, a terra. |
Um detalhe da folha sarapintada, num jogo de muito bom gosto, de verde e prateado. |
E a moribunda que resolveu renascer encontra-se pujante, cheia de vida. Também se reproduz a partir de uma folha. |
Esta suculenta era uma coisita pálida e doente. Mudei-lhe o vaso e fez-se gente! Está cheia de filhotes prontos a tornar-se independentes. |
Gosto de, a partir de quase nada, ver resultados.
Horroriza-me observar que , no lixo, se despejam plantas, porque sim, porque já não dão flor, porque estão feias.
Se dependessem de mim, os hortos estariam em maus lençóis... Acho que lá, só compraria as irresistíveis orquídeas.
Mesmo falando em flores, prefiro semeá-las do que comprá-las envasadas, com a vantagem acrescida de que, deste modo, o seu preço é incomparavelmente mais baixo.
Gosto de trocar estacas, de oferecer mudas, de (confesso...) me apropriar indevidamente de umas folhinhas.
Como tudo o que nos conduziu à situação económica desastrosa em que nos encontramos, também a moda tonta de não plantar para colher ( nem que seja só beleza, como é o caso), havia de ser revogada por lei ... ou então deveriam as pessoas pensar no absurdo da situação.
Beijos
Nina