sexta-feira, 23 de novembro de 2012

É um mundo ...

... isto do tema  dona-de-casa!
Até já deu série de sucesso, até já deu visibilidade a atores  mais ou menos incógnitos.
Só não entendo por que é que as ditas eram " desesperadas".
É certo que se metiam em imbróglios sinistros, mas tirando isso, até me parece que a vidinha lhes corria envolta em grande glamour, com casas perfeitas, cabelos perfeitos e corpos perfeitos, no que às protagonistas diz respeito. E vendeu que se fartou!

Nós, donas- de- casa de carne e osso, temos que nos contentar com muito menos.
A rotina basta- nos!  Mas, às duas por três, cansa-nos. É então que a poderosa criatividade feminina entra em ação, e na falta da aventura que nos arrebate, inventamos!

Assim desabrocham talentos na culinária, no artesanato, na costura, na jardinagem ... e poderia continuar a enumerar indefinidamente palcos de criatividade.


Junto ao mar, este cenário!
Ameaça tempestade, garanto!

Hoje, com um dia cinza, com frio, com agreste vento sul, pronúncio infalível de chuva que não tardará, virei-me para as compotas. De marmelo. Prefiro a compota à marmelada. Gosto de trincar os pedacinhos de polpa, imersos num banho espesso de calda de açúcar. Com torradas. Com queijo. Com carnes, aspirando a um toque exótico agridoce.



O marmelo está pronto, congelado, que da fase descasca, parte, retira caroço e volta a partir em cubinhos miúdos, dessa fase, quero distância e muita.
Portanto, temos os marmelos prontos, congelados.
Há que pesá-los, assim mesmo. Nada de os deixar descongelar, operação fatídica onde perderiam o líquido, ficando reduzidos a uma coisa fibrosa, muito semelhante à palha.
Portanto, repetindo, nada de os descongelar.



Saltam para a panela com igual peso de açúcar.
 Eu, comedida e muito esperta, roubo bastante ao veneno branco que tem a irritante tendência de se alojar nas ancas e  nas coxas.
Depois, lume brando, muito brando. Nada de pressas. Vai-se espreitando e mexendo de vez em quando, até que o líquido atinja o chamado ponto de estrada, ponto mágico que garante a durabilidade das compotas.
Como se constata que foi atingido?
Vertendo um pouco de calda num prato frio. Arrefece um pouco e traça-se, nesse mar de calda, uma estrada. Se esta se mantiver, está pronto!



Depois, arrefece um pouco e frascos com a delícia.



 Frascos escrupulosamente lavados, escaldados  e secos, bem entendido.

A tentação obriga a que se prove já, assim, quente, soprando na colher para antecipar a delícia.

Beijo
Nina