Não, obrigada!
Não gosto desses locais que nos atraem com a promessa de rapidez e eficiência e que, quando nos apanham dentro, nos escravizam, desfazendo promessas de pontualidade, garantias de bagagens entregues na mão.
Se tal me fosse permitido, só viajaria de carro, com calma, a meu belo prazer, iniciando a viagem no momento em que saio porta fora.
Na impossibilidade de atravessar oceanos, ou de gerir reduzidos períodos de lazer, conformo-me e lá estou, 2 horas antes da partida se o voo é internacional, 90 minutos se o não é.
Programo, reservo táxi, prevejo engarrafamentos de tráfego, chego sempre a tempo e horas e entrego-me nas mãos do destino, o mesmo será dizer, nas dos (ir)responsáveis pelo voo, que, defendidos pela lei, podem sempre atrasar a partida por 2 horas, sem que daí venha mal ao mundo.
O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, é um edifício belíssimo, nas suas linhas modernas e no seu equipamento pensado para transformar a espera num lugar aprazível. |
Todo envidraçado, permite que a luz inunde o espaço e que as partidas e chegadas sejam momentos de entretenimento. |
Porém, quando o tempo passa e nada acontece, alguma preocupação começa a surgir. |
Os voos para o Brasil, na sua grande maioria, exigem partida de Lisboa. Logo, se a aeronave que fará a ligação se atrasa, o risco de perder a viagem para o Brasil cresce. |
E, nesse momento, não há loja que entretenha. A preocupação torna-se real. |
Finalmente, com 1h 30m de atraso, levantamos. São apenas 300km que se fazem em cerca de 30 minutos. |
E o mar sempre ali ao lado, sempre a linha mestra do percurso. |
O oceano pega, então, fogo. E é lindo! |
Chegados a Lisboa, grande correria até à porta de embarque e a dúvida cruel sobre o destino da bagagem.
Será que foi transferida para o novo avião?
Será que a chegada ao Brasil se fará acompanhar pelas malas?
- Seguramente, garante-me um anónimo funcionário.
O certo é que, 7 horas depois, no aeroporto Alfredo Severo, em Natal, lá estavam as minhas ricas malinhas, conforme o que me fora prometido, e tudo está bem, quando acaba em bem!
No regresso, repetiu-se, passo a passo, o esquema. O avião atrasou 2 horas, 2 terríveis horas, já que a partida estava prevista para as 2 da manhã. |
A espera é muito penosa para todos, mas para quem se faz acompanhar por crianças, é um tormento. O "last call" permaneceu, indiferente, no placard, durante 120 minutos! |
Entretanto, uma multidão de zombies padecia ... |
... e padecia ... |
Por isso, não gosto de aeroportos.
Por isso, penso que cada vez será a última.
Mas, nunca é!
Sempre volto, para me entregar, uma vez mais, aos caprichos do tráfego aéreo.
Continuo, porém, a afirmar:
-Não gosto de aeroportos.
Beijos,
Nina