domingo, 18 de março de 2012

Aeroportos?

Não, obrigada!
Não gosto desses locais que nos atraem com a promessa de rapidez e eficiência e que, quando nos apanham dentro, nos escravizam, desfazendo promessas de pontualidade, garantias de bagagens entregues na mão.

Se tal me fosse permitido, só viajaria de carro, com calma, a meu belo prazer, iniciando a viagem no momento em que saio porta fora.
Na impossibilidade de atravessar oceanos, ou de gerir reduzidos períodos de lazer, conformo-me e lá estou, 2 horas antes da partida se o voo é internacional, 90 minutos se o não é.
Programo, reservo táxi, prevejo engarrafamentos de tráfego, chego sempre a tempo e horas e entrego-me nas mãos do destino, o mesmo será dizer, nas dos (ir)responsáveis pelo voo, que, defendidos pela lei, podem sempre atrasar a partida por 2 horas, sem que daí venha mal ao mundo.


O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, é um edifício belíssimo, nas suas linhas modernas e no seu equipamento pensado para transformar a espera num lugar aprazível.

Todo envidraçado, permite que a luz inunde o espaço e que as partidas e chegadas sejam momentos de entretenimento.

Porém, quando o tempo passa e nada acontece, alguma preocupação começa a surgir.

Os voos para o Brasil, na sua grande maioria, exigem partida de Lisboa.
Logo, se a aeronave que fará a ligação se atrasa, o risco de perder a viagem para o Brasil cresce.

E, nesse momento, não há loja que entretenha.
A preocupação torna-se real.

Finalmente, com 1h 30m de atraso, levantamos.
São apenas 300km que se fazem em cerca de 30 minutos.

E o mar sempre ali ao lado, sempre a linha mestra do percurso.


O oceano pega, então, fogo.
E é lindo!


Chegados a Lisboa, grande correria até à porta de embarque e a dúvida cruel sobre o destino da bagagem.
Será que foi transferida para o novo avião?
Será que a chegada ao Brasil se fará acompanhar pelas malas?
- Seguramente, garante-me um anónimo funcionário.

O certo é que, 7 horas depois, no aeroporto Alfredo Severo, em Natal, lá estavam as minhas ricas malinhas, conforme o que me fora prometido, e tudo está bem, quando acaba em bem!


No regresso, repetiu-se, passo a passo, o esquema.
O avião atrasou 2 horas, 2 terríveis horas, já que a partida estava prevista para as 2 da manhã.

A espera é muito penosa para todos, mas para quem se faz acompanhar por crianças, é um tormento.
O "last call" permaneceu, indiferente, no placard, durante 120 minutos!

Entretanto, uma multidão de zombies padecia ...


... e padecia ...
Esta sequência é-me familiar e quando não ocorre, é excepção.
Por isso, não gosto de aeroportos.
Por isso, penso que cada vez será a última.
Mas, nunca é!
Sempre volto, para me entregar, uma vez mais, aos caprichos do tráfego aéreo.
Continuo, porém, a afirmar:
-Não gosto de aeroportos.

Beijos,
Nina