Ontem, domingo, vi o sol, o que prova que ele não desapareceu de vez.
Estava frio, mas não chovia e o céu mostrou-se azul.
Foi lindo, quase comovente!
Passeei na margem do Douro, vi gaivotas e patos e, por momentos, até eles me pareceram sorridentes!
Esta manhã, porém, nasceu assim, lavada em lágrimas! Sol nem vê-lo! Apenas chuva, chuva , chuva. |
Deixei-me ficar por aqui, onde a Primavera parece querer dar um ar da sua graça, tudo porque a casa aquecida sugere amenidades.
Obedientes, cíclicas, as flores desabrocham. |
Narcisos perfumados, em cacho, caprichosamente todos rosados, que os bolbos mal catalogados confundem as cores. |
Orquídeas, essas numa infinita paleta colorida. |
No peitoril das janelas, lá estão elas, altivas e vistosas. |
Adultas com muitos, muitos anos, ciclicamente, independentemente, explodem em cor. |
Uns raminhos de begónia roubados, fazem-lhes companhia. Acho que convivem pacificamente e se desafiam na arte de me surpreender. |
Daqui nascerá um vaso pujante que, adulto, viajará para a minha selva privada, jardim encantado em que tudo se compromete a crescer desmesuradamente |
Digo que é da luz, da orientação a sul, da temperatura amena, mas há quem duvide ... |
... há quem pense que sou eu, senhora de segredos que não compartilho. Mentira. Elas são apenas felizes naquele espaço verde. Apenas! |
Beijo
Nina