domingo, 28 de julho de 2019

Nada como arriscar!

Volto a referir-me à costura, concretamente, às ousadas intervenções que arrisco, cada vez mais destemida.
Uma vez mais confirmo que a sorte protege os audazes , já que em todas as açcões existe um potencial de risco - nada nesta vida  é 100% seguro. Muito menos o é no mundo da costura quando quem a pratica toca de ouvido, sem qualquer formção e quase nula experiência.
Tendo presente que - sempre que empunho afiada tesoura - existe elevada probabilidade que o desastre ocorra, é do mais gratificante possível concluir que o risco valeu a pena.
E assim, asneirando algumas vezes e tendo sucesso noutras, prossigo numa atividade imensamente compensadora - costurar é no que de mais relaxante se pode investir. Depois, reaproveitar e reutilizar  são atitudes que cresceram comigo, que fizeram parte da minha formação e educação - sempre tive uma costureira por perto. Pena que a(s) tenha tomado como garantida(s) sem me precaver na aprendizagem da arte. Nesta fase do campeonato, quando a tarefa excede a minha capacidade,  com arrependimento,  ocorro ao Shopping, a uma das lojas que consertam roupas.
Sinto, porém que já fui mais incapaz do que sou hoje!

Vem esta introdução a propósito do vestido impróprio para consumo, uma desgraça sem forma nem corte, um susto impraticável, do qual já falara AQUI.


Este!
 Um quase tubo sem corte, com um decote impossível que dele fazia uma impossibilidade.
Só se aproveitava o material, uma espécie de malha em croché, numa feliz combinação em azul marinho e branco. A franja na bainha era também do meu agrado.

Numa inesperada inspiração, descobri que poderia transformá-lo em saia. Bastava cortar abaixo do decote, aplicar repetido zig-zag para que a malha não esfiapasse, rematar, dobrar , coser e aí introduzir um elástico ajustado à cintura.


Já está!
Vou combinar com camisa, blusa ou t-shirt brancas, com ou sem cinto, ufana da obra conseguida.

Quando vestir, fotografo e mostro, feliz e contente por ter resgatado com sucesso o que não passaria de um mono mais no meu armário.
Acrescento que tenho assistido a imensos vídeos sobre costura que , se não me tornam exímia costureira, me incentivam a continuar, desbravando mundos até há pouco insondáveis,

Boa semana!

Beijo
Nina




sexta-feira, 26 de julho de 2019

Pronto!



Ontem, conforme tínhamos combinado ( eu e eu) pus mãos à obra e tratei de cortar os punhos e encurtar as mangas do vestido de linho. É que aquilo não era nem Verão nem Inverno. Era uma impossibilidade que me manietava movimentos, me incomodava, fazia calor, era impróprio para o frio e que, inconscientemente excluía, apesar de gostar imenso de branco e bege e de me sentir imensamente confortável com linho.

É sempre uma aventura quando decido cortar e coser. Primeiro tenho medo, um medo terrível de estragar tudo. Depois, sentindo-me desafiada, avanço de peito feito e tesoura em punho. Afinal, se correr mal não morre ninguém, não é?

Correu bem!
Hoje já vesti o dito cujo que jazia num canto do armário.


Cortei as mangas ao nível do cotovelo, dobrei uma vez e outra vez, medindo sempre, como é suposto.

Ficou bom! Mais que bom. E posso encurtar as mangas, dobrando-as.
Genial!

Toda, todinha de bege - menos as unhas!


Confortável!
Neste momento amassada e amarrotada que é como se comporta o linho. Ainda assim, gosto.

Gosto!
Essencialmente da possibilidade de redimir de resgatar o que estava condenado às traças.

Aliás, o que eu pretendo quando suspiro por competência na costura, é apenas isto, a capacidade de intervir em coisas pequenas. Nunca me passou pela cabeça a possibilidade de fazer casacos.
Esses, compro feitos, prontos, bem cortados, primorosamente confeccionados por mãos capazes.
O que eu pretendo é ser capaz de intervir a este nível, o nível dos arranjos, das recuperações, dos pijamas, dos aventais, das transformações em geral.
O resto, repito, escolho e compro prontinho a vestir.
Acrescento que consegui ainda subir a bainha das calças roxas. Ficaram um primor. Segue-se o vestido de malha com franja - morro de medo de espatifar aquilo tudo. Veremos.

Beijo
Nina

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Há que reagir!


Dizem que somos - seres humanos -  capazes de grande poder de adaptação, para o bem e para o mal. É uma questão de sobrevivência da espécie. Mesmo quando tudo parece de tal modo triste que apetece desistir, vamos buscar forças não sei onde e acabamos por reagir. 
Incluo-me nesse número, daqueles que, felizmente,  reagem.

Depois de um triste desabafo, sigo em frente como tem que ser. Invisto em coisas pequeninas, sem grande importância, mas exigentes face às minhas competências. Falo de costura. Não sei costurar. Já tentei. Tive até algumas aulas. Sem êxito.
Ainda assim, arrisco e o que para alguém habilitado não passam de tarefas simples, para mim são desafios.

Desta semana não passa. 
Serão concluídas as tarefas que me aguardam há semanas.
Estas:

Comprei online este vestido.
 Azul e branco, em croché.
Quando o vesti foi dececionante - um saco informe com um decote até ao umbigo.
Horrível!



Acontece que a ideia é gira!
As cores, a textura e a franja  na bainha.
Achei que tinha possibilidades e por isso não o devolvi.

Depois de muitas experiências - com um top por baixo, uma camisa por cima, um cinto largo, um cinto fino - continuei a achá-lo imprestável. Mas, reafirmo, gosto da ideia em si.
Descobri que a salvação será cortá-lo e transformá-lo em saia. Vou arriscar. Sem medo. E se correr bem, mostro! Se correr mal, não terei perdido nada.

Segunda tarefa - esta , até para mim, fácil:


Subir a bainha destas calças.

Não são novas e usei-as com sandálias de salto alto.
Agora pretendo vesti-las com chinelos, coisa ligeira para a praia.
Aqui vou sair-me bem, de certeza.

Terceira tarefa:


A este vestido de linho pretendo encurtar as mangas

... retirando este punho que só atrapalha - não é carne nem peixe, ficando ali por altura do cotovelo a tolher-me os movimentos.

Um dos punhos já foi à vida.
Falta marcar a altura certa nas duas mangas e tratar da bainha.

São projetos. Projetos pobres, mas projetos. Porque não há situação pior do que perder a vontade. Ficar vazia de querer.
Acontece-me e não gosto.
Dou-me um tempo de tristeza e depois estrucho e reajo.

Beijo
Nina

terça-feira, 23 de julho de 2019

Rosas

A maldição dos incêndios mais do que me perturbar, fere-me profundamente, rouba-me a esperança, desalenta-me, suga-me a energia, o instinto vital. Dá cabo de mim.
O circo montado pelos media é repugnante .
A intervenção dos políticos agonia-me, enoja-me.
Sinto-me envelhecer, porque perco a esperança.
Ouvi dizer que esse é o sinal, o sinal primeiro de que a alma envelhece.

Reagindo ao profundo cansaço invento interesses, distrações, procuro desanuviar.
Abro livros. Compro livros. Tento ler.
Faço pausas.
Saio.
Cheiro rosas.
Apanho rosas onde os sentidos se prendem.
E a angústia amolece, adormece.
Por momentos.


terça-feira, 16 de julho de 2019

Museu do Caramulo


No meu cofre de recordações, guardada em perfeito estado, tenho a memória de  uma visita que, há muitos anos, fiz ao Museu do Caramulo.
 Retive a imagem de extraordinários automóveis,  pois, muito mais que carros, eram monumentos dinâmicos. 
- Seriam a sério, de verdade, transportariam gente, como eu que viajava num banal Volkswagen? - que, curiosamente, na sua banalidade, compunha também ele a coleção.
  Mas havia os outros, com impressionante currículo, os que transportavam reis e rainhas, líderes mundiais, estrelas de cinema que, ao descerem  à terra , circulavam em máquinas poderosas. Impressionante. Mesmo para mim que não dou a mínima importância a automóveis de quem apenas exijo que cumpranm a função de me transportar sem nunca me complicar a vida. Desde que não avariem, está tudo bem!

Com esta fantasiosa memória, repetidamente me ocorria voltar.
Voltei.
Foi na última sexta-feira.
De novo, me permiti o deslumbramento, o fascínio.

Desta vez, naturalmente, vi a coleção noutra perspectiva - constatando a rapidez da evolução. Aqueles automóveis são, decididamente, por inúmeros motivos, incompatíveis com o mundo em que vivemos.
Se perderam praticidade, ganharam sedução.


Que dizer deste brinquedo?

E deste?
Um luxo!
É certo que, provavelmente,  numa estrada atual seria   humilhado por um insignificante Fiat 500, mas, como muitas outras coisas na vida, este automóvel atualmente existe apenas para ser uma obra de arte, como de facto é.

Beijo
Nina


sábado, 13 de julho de 2019

Sopa de peixe

Quando os comensais torcem o nariz ao peixe, uso uns truques, chamados açorda, empadão, almôndegas e sopa de peixe. Costuma resultar evitando conflitos e dramas. O grande e único inconveniente é que os tais truques têm os seus quês, são trabalhosos, desarrumam a cozinha, sujam louça, exigem tempo. Por isso quando os preparo, exagero na dose de modo a que sobre para segunda utilização.
No caso da sopa, do empadão e da açorda, limito-me a guardar o excedente no frio, em caixa hermética . Já as almôndegas, congelo.
As receitas abundam na net. Pessoalmente não sigo nenhuma, preferindo o saber de experiência feito. Saio-me sempre bem e os gourmet que não suportam peixe, comem-no sem protestar. Às vezes, chegam mesmo a elogiar o pitéu que batizo conforme a inspiração de momento, excluindo evidentemente a qualquer alusão à fauna marítima. Minto muito.
Essa - a mentira - é uma saída que aconselho, defendo e,  como já disse, pratico nesta área com a maior desfaçatez.
Funciona gloriosamente.
Amanhã vamos comer almôndegas de queijo que, na verdade são de pescada temperadas com queijo ralado.
Sou de uma esperteza assustadora.

Bom fim de semana.

Beijo
Nina 

quinta-feira, 11 de julho de 2019

De ananases !

Ultrapassado que foi - sempre é - o teste burocrático da manhã, em casa, descomprimo.
Lá fora,um calor de ananases, mesmo aqui, pertinho do Atlântico. Imagino quão penoso será viver no interior.
Depois de um Junho quase outonal e de um início de Julho igualmente frio, o calor chegou.
Que bom é ficar em casa, numa casa fresca.
Privilegiada, sei que sou.
Dolente após almoço, preparo uma pausa entregue à leitura.
Depois, ultrapassado o rigor inclemente do sol, tratarei das regas, refrescando plantas e plantações.
Para já, entrego-me à “siesta”, instituição espanhola.
Interrogo- me inconformada:
Por quê também não nossa?
Proponho reivindicativo abaixo-assinado.
Quem me acompanha?

Beijo
Nina

11h 10m

Aleluia! Aleluia! Aleluuuuuuia!
Já está!

Beijo
Nina 

Espero






Espero. Sentada.
Cheguei antes da hora agendada. Prefiro assim, sem aflições desnecessárias.
O ambiente é calmo.
Nada de filas e muitas cadeiras vagas.
Está quase.
Espero.

Beijo
Nina

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Cartão do Cidadão

O prazo de validade do meu CC termina no próximo mês de Outubro, mas, como prefiro tratar dos meus assuntos atempadamente, agendei há dois meses a renovação. Será amanhã, às 11 horas, na mesa 3, assim reza o agendamento.
Face ao que tem vindo a ser divulgado, esta tão simples operação pode transformar-se num calvário, numa descida aos infernos.
Temo o pior.
Sem escapatória, vou apresentar-me 15 minutos antes da hora marcada para que não me seja atribuída responsabilidade se a coisa der para o torto.
Entretanto li a notícia divulgando já ser possível tratar do assunto online. Será o meu plano B - o diabo seja surdo.
Depois conto como correu ou não correu.

Beijo
Nina

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Por aqui ...

Diz-se que santos da casa não fazem milagres e, com boa vontade e elasticidade mental, aplico a máxima à minha ignorância e desconhecimento de  edifícios, museus e outros chamativos locais para forasteiros, que aqui ao lado, eu não conheço, nunca visitei, nunca me apeteceu e sempre vou adiando. O importante é tomar conhecimento da imperdoável lacuna e remediá-la , coisa que paulatinamente tenho tentado fazer.

Aqui bem perto, na Maia, existe um Zoo, o Zoo da Maia. Estou farta de ouvir falar acerca dele, mas visitá-lo que é bom, nunca o fizera.
Pois tratei de remediar a situação. Pus pés ao caminho e lá fui. Não que goste particularmente de Jardins Zoológicos. Não gosto. A ideia de ver animais enjaulados não me seduz. Porém, já que existe, tratei de observar ao vivo o espaço que  é agradavelmente arborizado e onde  os animais se encontram  dignamente instalados .
Check! Portanto ...

Para não perder a "embalagem" hoje mesmo tratei de visitar o Aquário da Aguda, uma praia a sul do Porto, que hoje estava um paraíso. Disso falarei a seguir.




O aquário é pequeno, mas interessante. Uma boa proposta para entreter a criançada.



 A variedade de espécies é razoável, com exemplares de água salgada e de água doce.
A miudagem vai entender que os "douradinhos" são bem mais que um pacote trazido da área dos congelados.





Esta criatura foi quem mais suscitou a curiosidade da miudagem  - quase um monstro!










Explorado o aquário, esta era a praia que nos esperava. Um paraíso, com mar calmíssimo, areal a perder de vista e nem ponta de vento.
Que pena não termos fato de banho!


Depois de uma triste manhã cinzenta em que até choveu, não seria de esperar que a tarde fosse assim...

Quente, calma, azul ...

Uma tarde de Verão
 
À cautela, durante o fim de semana, é bom estar preparado para uma tarde de sol e - na loucura - para um mergulho gelado.
Pode ser que tenhamos sorte.

Beijo
Nina

segunda-feira, 1 de julho de 2019









A CASA DE SERRALVES, é incontornável para quem visita o Porto.
 Que o digam as permanentes filas de turistas na entrada.
Eu que vivo aqui tão perto, tenho fases, impulsos que me conduzem a Serralves, às vezes com curtos intervalos, outras, imperdoavelmente, de longe a longe.
Na última sexta-feira, num repente, lembrei-me que lá se encontrava uma exposição de Joana Vasconcelos, pretexto mais que válido para uma visita.

Fui no princípio da manhã. Estacionei no exterior sem dificuldade. A fila de turistas era ainda pequena. Dirigi.--me à receção declarando ao que ia.
-Que não! Que pena! A exposição terminara três dias antes!
Nada feito!
Mas já que ali me encontrava, já que o dia era de sol pleno e céu azul, comprei o ingresso para os jardins e para visitar a casa. Deles trago imagens.



Assim, de chofre esta aparição!


Uma combinação mais que perfeita de cores e de formas

Interior amplo, de um luxo despojado...

Harmonia, é a palavra ...


Harmonia em cada detalhe



Num espelho , eu

Pelas amplas janelas, os jardins, o silêncio, e o piar constante das aves.





Numa clareira, sem palavras ...

... o convite.
Apetece mexer na terra, apetece mergulhar no verde dos prados ...

Perdi-me, esqueci as horas, junto ao lago.











Deixei-me estar

Foi bom.
Qualquer dia volto.

Beijo
Nina