terça-feira, 17 de julho de 2012

Havemos de ir a Viana ...


Se o meu sangue náo me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana

Amália, deixava no ar o convite para que visitássemos Viana do Castelo e fazia-o coberta de razão.
É uma cidade linda, linda!
Visitei-a no último sábado, na sequência da estadia pelo norte.
Deixo uns apontamentos que não fazem jus à qualidade especial desta terra. 

Logo à entrada da parte antiga, agora apenas peatonal, o Museu do Traje. A sua existência é plenamente justificada pela variedade, riqueza e exuberância do traje minhoto.


No exterior um painel alusivo à pesca e uma enorme imagem dos trajes regionais, a preto e branco, o que  se revela imensamente pobre face à realidade colorida.

Complemento indispensável deste traje são as peças em ouro, quase uma renda delirante com mil voltas. Chama-se Filigrana a esta técnica e com ela se produzem brincos marav ilhosos e medalhões cravejados de pedras. Quando são turquezas, atingem, na minha escala estética, um patamar insuperável.
De uma ourivesaria local, fotografei estes exemplares:

Brincos enormes, vistosos, exuberantes ...

... e ainda mais brincos!
Os medalhões aparecerão suspensos em cordões de ouro!
Quanto maior a quantidade do metal, mais apetecível a jovem que o ostenta!
Noiva com generoso dote!

Na Praça da República, coração da cidade, uma feira de artesanato, jovens com os trajes minhotos e mais, muitos mais motivos de interesse.


Estas belezas acederam a posar ...
São ou não maravilhosas?

Pelo meio, umas barraquinhas de artesanato.
Gostei destes tapetes.

Veja-se o porte destes meninos, orgulhosos das sua raízes!

Num recanto, dançava-se o "vira"!

Noutro, vendia-se o que a terra dá.

Os fatos variam de cor, mas são todos maravilhosos.


Pela quantidade de ouro exibida se depreende que esta menina  é, sem dúvida, um bom partido, embora, na atualidade, a aferição de "bom partido" obedeça (felizmente...) a regras bem diferentes.
Continuo a considerar que este é dos mais belos trajes típicos do mundo.

As ruas e ruelas que partem da Praça da República, todas elas interditas ao tráfego, fazem questão de apresentar um aspeto absolutamente limpo, conservando-se intocada a traça urbanística

Face à rua, algumas (boas, muito boas ) lojas ...

... e flores e aprumo e bom gosto!

Há uma imensidade de monumentos nesta cidade.
Elegi esta capela  especialmente bonita.
Pertence à Casa das Malheiras, habitação de uma família muito abastada que, suponho, neste momento não a habita.
É exemplo do cuidado investido na preservação do património.

Antes de terminar, deixo um último argumento para uma visita a Viana do Castelo:


A sua louça!

Até me parece um bocadinho injusto que uma só cidade tenha tantos motivos para ser visitada.
Em Viana tudo é lindo.
Então, "havemos de ir a Viana..."

Beijos
Nina