terça-feira, 7 de maio de 2013

Bordados ...

A minha mãe bordava, bordava muito bem. Lembro das tardes calmas em que ela, sentada na sua cadeira predileta, fazia deslizar a agulha através do pano, levemente, docemente, assim como quem afaga.
Estimulada pelo exemplo, quis dar também uns pontinhos.
Eram pêras enormes com duas folhas no topo; maçãs redondas; cachos de uvas; e algumas flores.
Tudo em ponto de pé de flor! Tudo desenhado pela minha mãe em pedaços de tecido. Foram tardes e tardes de companhia, de conversa e de doces silêncios.
Depois cresci e desinteressei-me.
Esporadicamente, um ou outro motivo em ponto de cruz que rapidamente transformave em quadro. Quase sempre copiado da Rakam, revista italiana de todas as maravilhas.
Ao ponto de pé de flor não voltei mais.
Até encontrar a  Nina Dias.

Com ela, repeti o caminho de aprendizagem. Porque há pessoas assim como a Nina, maravilhosas, absolutamente generosas.

Enviou-me o esquema ...
... todos os detalhes ...
... que me limitei a copiar.

Agora, a medo, com todos os cuidados vou ensaiando os primeiros passos, inseguros, titubeantes, mas, ainda assim, passos.
Bordo!
Tão lindo, tão bom!
É quase um regresso à infância. Sem pêras gigantes, sem maçãs redondas, sem cachos de uvas, é certo, mas não faltam as florzinhas, as borboletas, o anjinho com chapéu, casinhas e passarinhos.
Vai ser um quadro!
Pode ser que não perfeito. Não importa. A delícia da experiência, essa, é minha. E tudo porque há pessoas assim, com a Nina Dias, maravilhosas e de uma generosidade sem limites.

Beijo
Nina