domingo, 6 de março de 2011

E as claras ...?



O que fazer com as claras quando as receitas, como a aletria, só exigem as gemas?


A Nux, muito atenta, parece questionar-se ... ( Não é linda de morrer?)


A resposta é: inúmeras coisas, exceto uma --desperdiça-las. Acho o desperdício uma atitude abominável nos tempos que correm. Cá para mim, até sugeria um slogan:

"O DESPERDÍCIO É BURRO!"

Posto isto, e chegados que somos a esta retumbante conclusão, passemos ao aspecto prático da questão.
As claras tem qualquer valor nutritivo?
Oh! se têm.
Provenientes do ovo, alimento rico em proteínas, vitaminas E e B, em ferro e outros minerais,este enferma, contudo, de uma nada insignificante objeção, o colesterol, bandido a abater. Acontece que, esse inimigo público está presente apenas na gema, ilibando, portanto, a clara desse pecadilho.
Feitas as contas, verificou-se que 3 claras equivalem, apenas, a 55 calorias, sendo uma fonte barata de proteínas, bem absorvidas pelo organismo e participando consideravelmente na formação de fibras musculares, que são, esteticamente falando, o objectivo das nossas vidas ... ( estou a brincar ...)
Vamos, então, usar as claras, começando pela forma de as conservar, que é elementar:
Podem ser congeladas e reutilizadas sem perderem qualidades. Importantíssimo e indispensável é rotular o frasco em que são guardadas, com o número de unidades que contem, para que, posteriormente, possamos cumprir a posologia das receitas.
 Comecemos pela sua aplicação cosmética.
Com elas se prepara uma excelente máscara facial para peles oleosas.

1 copo de iogurte magro sem sabor
1 clara batida em neve
1 colher de sopa de sementes de erva-doce
Folhas frescas de hortelã

Misturar levemente todos os ingredientes e aplicá-los sobre o rosto limpo. Deixar repousar 20 minutos. Retirar com água fria e aplicar um hidratante.
A clara tem um efeito tensor sobre a epiderme, contrariando a flacidez. 

Esta aplicação pode realizar-se uma vez por semana. Se for antecedida por uma ligeira esfoliação, melhor.

Noutro âmbito, na manutenção doméstica, concretamente, na operação de passar a ferro, as freiras responsáveis pela rica herança da doçaria conventual, onde eram maioritariamente utilizadas as gemas, aplicavam as claras como se de uma espécie de goma se tratasse, aliviando os tecidos da mais ténue ruga.

Mas é na culinária que reinam, em receitas doces ou salgadas, com uma leveza de nuvem.
Já aqui exemplifiquei a sua aplicação no post  Mãe, sou vegetariana.
Contudo, é nas sobremesas que se pavoneiam com o glamour de prima-dona. A título de exemplo, sugiro que experimentem este divino pudim:

PUDIM DE DAMASCO
100 g de damasco seco
12 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de raspa de limão
6 claras

Para a cobertura -- chantilly
Para o crocante :
1 chávena de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
1 chávena de amêndoas torradas e picadas


Ferva os damascos cobertos por água.Depois de arrefecerem, pique-os (1, 2, 3) e reserve.
Bata as claras em castelo firme, juntando, aos poucos, o açúcar e a raspa de limão. Acrescente os damascos picados, misturando levemente.
Vai ao forno, em forma de buraco, untada com manteiga e polvilhada com açúcar, para assar em banho-maria (150  graus), até estar firme.
Crocante:
Derreta a manteiga numa frigideira e junte o açúcar, mexendo, até obter uma pasta dourada.
Misture as amêndoas. 
Despeje sobre o mármore untado com manteiga e, quando estiver duro, parta em migalhas.

Desenforme o pudim. Cubra com o chantilly e polvilhe com o crocante.

Oxalá façam sucesso.
Beijos muito doces,
Nina