quarta-feira, 27 de março de 2013

Começou por ser cachecol ...

... mais largo do que o habitual, numa amplitude de abraço aconchegante.
A cor aprovada, na sua tendência outonal, nasceu dos fundos de uma gaveta de emaranhados fios, promessas de feitos a nascer.


Com fio dobrado, agulhas grossas, foi crescendo, espuma que se agita e agiganta.

Num instante ficou pronto. O avesso sempre igual, sempre em liga, o direito em alternância contada de liga e meia..
Dez carreiras concluídas e, com auxílio de uma agulha suplementar, cruzam-se as malhas e nasce a trança.

Atenuando o decote excessivo, umas tantas voltas em canelado 2/2 ...

... ao sabor do instinto, do olho clínico, do parece-me bem, parece-me que chega.





Apetece-me continuar  o passeio sem rumo no mundo das malhas, rematá-lo com fantasia.
Vou, a toda a volta, em crochê, semear pontos, mil pontos e fazer nascer renda.
Foge à regra.
Escapa à norma.
E o que nasceu para aquecer sem alardes nem desvarios, ganhará remate festivo, de abertos e fechados, simulando estrelas ou flores ou o que muito bem me ocorrer.

Não é para ser útil. É para ser lindo e diferente e marginal, num desrespeito assumido pelo previsto.
Não posso descrever o prazer ! É libertador na ousadia!
Como terapia descompressora, não há melhor!
É ousar!
É experimentar!

Beijo
Nina