terça-feira, 20 de março de 2012

E se fôssemos embora?

Domingo, 11 de Março.
A chuva chegou para ficar, negando a máxima de que, nos trópicos, a chuva é de pouca dura.
Não sendo contínua, é certo,  repete-se após curtos intervalos de pausa,  mantendo-se, contudo,  o céu bem carregado e ameaçador.
O facto é que eu até gosto de chuva, mas em termos, isto é, não atravessei o Atlântico rumo a uma cidade à beira- mar, para ficar , dentro do hotel, olhando a chuva a cair.
A ideia não era essa.
Queria sol pela manhã, com longos passeios pela praia e visitas à cidade e arredores, no tempo restante.


Numa aberta, os desesperados aventuram-se pelo areal.
Assim fiz e, a meio do percurso, o céu desabou.
Foi o mais intenso banho de chuva que alguma vez tomei.

Sendo domingo, os locais ignoraram a intempérie refugiados sob amplos guarda-sóis

Jorrou água de coco ...

e outros negócios, timidamente, despertaram.

Esperando a maré, este barquito repousa na areia molhada,


e os modernos edifícios recortam-se, tristonhos, contra um céu que não reconhecem.

De vez em quando, um vendedor ambulante de frutos para mim misteriosos, despertam a minha curiosidade.

Este tenta vender panos, saídas de praia,


enquanto estes Pelés da areia se deslumbram com mágicos toques de bola.



E se fôssemos embora?
Segunda-feira há voo para Lisboa ... e se fôssemos embora?

Enquanto estas conjecturas se articulavam, comemos, comemos muito.
No almoço deste domingo, num restaurante de rodízio, o Sal e Brasas, mergulhamos no horror da carne, tanta, tanta carne! De qualidade indiscutível, mas excessiva, quase letal.
E as caipirinhas para adoçarem o dia chuvoso.

Durante a tarde, o Midway Mall, um excelente shopping, abrigou o meu desânimo.
 Resisti, porém, e não fiz compras, apesar da extrema fragilidade psicológica em que mergulhava.
 Foi uma prova de fogo, não fazer compras perante uma oferta muito apetecível, com o ânimo bem em baixo.

E a tarde esgotou-se.

Entretanto, chegou o vento, forte, barulhento, prometendo uma segunda-feira sem nuvens.
Como se sabe, a esperança é a última a morrer. Logo, a hipótese de antecipar o regresso foi colocada em stand by, porque "quem sabe, amanhã poderá parar a chuva..."

E fui jantar, empanturrar-me em delícias, cuja culpa ainda hoje me morde.
(Continua no próximo capítulo)

Beijos
Nina