quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quando a chuva parou,

... aproveitei a trégua para fotografar as flores do inverno.


Imperturbáveis, estas orquídeas florescem, pontualmente, no pino do inverno, quando mais chove, mais venta, mais frio faz.
Dentro de casa, amuadas, mantêm-se estéreis, meras fitas, folhas verdes, desinteressantes.

No rigor dos elementos encontram o seu acalento.
Todos os anos.
Pontualmente.

Os bolbos das Íris começam a espreitar, tímidos, curiosos.
Um pouco mais de tempo, um pouco mais de luz, um pouco mais de calor e serão uma mancha roxa, forte, perfumada.

Adultas, altivas, vistosas, vestindo rosa, são deslumbrantes.

Limões obesos, pesados, dourados, multiplicam-se, oferecidos.

Num arbusto anão, em pura magia, enfeitam o espaço, sugerem delícias.

As limas verdes, de casca finíssima, reluzente, vidrada, insinuam sabores, frescuras de caipirinhas divinas.

As vizinhas, nuas, tristes, desoladas, fingem-se de mortas.

Alfaces engordam, num solo húmido, rico de nutrientes.

Couves-roxas ganham cor.




Estrelas de Natal, sobreviventes do passado ano, exibem vestígios vermelhos, promessa do que virão a ser.

Ah! E as camélias, lindas, amantes e amadas do inverno.
Ei-las, felizes, ao frio.

Manchas fúcsia no verde profundo.




No calor da casa, as estrelas de Natal, vaidosas, exibem-se.
Quando todas as flores e folhas caírem, irão para o exterior, ganharão endurance e, no próximo ano, voltarão a brilhar.



As azáleas abriram, numa festa salmão.
Adoram, exigem, solo muito bem regado.
Estão no paraíso com as chuvadas permanentes.

Se não interferirmos, a natureza trabalha na perfeição.
Se não estragarmos, a natureza não decepciona.
Se não perturbarmos, em cada estação, a natureza representa o seu mais perfeito papel.

Beijos
Nina