segunda-feira, 28 de março de 2016

Eu e a cozinha


Eu e a cozinha mantemos uma relação saudável, isto é, damo-nos bem, mas sem exageradas e doentias dependências.

Horas na cozinha?
- Não obrigada!
Montanhas de louça?
- Não, obrigada!
Cogitações buscando a originalidade?
- Não, obrigada!

Cozinho sem sacrifício - tenho alguma sensibilidade para a coisa graças a anos de experiência - mas não sou escrava da cozinha ... ela sim, é minha escrava, no sentido em que a tempo e horas são servidas refeições saudáveis e razoavelmente apetitosas.

Do que eu gosto mesmo é de cozinhar apenas uma vez por dia! Esse o paradigma da perfeição prática.

Assim, sempre com o objetivo de descomplicar, sopas são preparadas em quantidade de modo a servirem pelo menos três refeições.
Sei que há quem cozinhe um panelão para a semana, mas, no caso, ao fim da quarta repetição, eu própria "torço o nariz".
O mesmo ocorre com o arroz, acompanhamento aqui muito apreciado - serve sempre para duas refeições.
As saladas verdes, estão sempre prontas, isto é, folhas lavadas e devidamente guardadas.

Aprecio igualmente pratos cozinhados lentamente - tipo estufados ou assados, as chamadas comidas de conforto, adequadas para o tempo frio - que não demandam atenção e ficam prontos para mais que uma vez.

Tento variar, dentro do descomplicado e hoje, por exemplo, preparo chili - que é bom, saudável e servirá para, pelo menos, duas ocasiões.



Não tem segredo. Trata-se de um simples estufado de carne picada, com muitos legumes, a que se junta feijão cozido.

Fica a fervinhar, sem pressas para que se preservem todos os sabores. Se o molho resultar demasiado líquido, é só engrossá-lo com uma colher de maizena.
No fim retificam-se os temperos e acompanha-se com arroz.
Será o jantar de hoje e o almoço de amanhã. Se sobrar, congelo e garantirá um jantar levezinho, quando oportuno.

Para chegar a esta simplicidade de sistema, penei muito, desarrumei montanhas de louça, empatei muitas horas na cozinha, porque , na minha opinião, tudo o que sendo bom parece simples, esconde muitos erros, muitos fracassos, muito investimento de tempo.
Recém casada, levava manhãs, tardes, dias inteiros  de maratonas culinárias.
Até que, a partir de certa altura, tudo se simplifica, pondo fim à escravatura.

Aliás, do que eu gostaria mesmo, era de aplicar o método a todas as atividades domésticas - isto é, 2 horas de aplicação diária e nem mais um minuto. Assim, se começasse às 9 da manhã, às 11 fecharia o expediente.
Cá para mim, uma ideia deveras sedutora.
Ainda chego lá.

Beijo
Nina