quinta-feira, 16 de julho de 2015

Ah! Este Julho ...


Julho costuma ser mês de grandes calores, de dias de praia, de esplanada com cerveja gelada, roupa leve, pés nus.
Costuma sim!
Este, porém ...
Este em que nos encontramos, aqui no norte, tem sido uma partida, uma anedota de Verão, uma decepção.

As manhãs nascem encobertas, cinzentas, carregadas de nuvens e, os veraneantes que vêm do interior confiando no sol radioso que lá os iluminou, chegam aqui, à praia e , incrédulos e desconsolados, enrolam-se no abrigo das toalhas, em vez de se estenderem nelas, sobre o areal.

Pela manhã está frio. Está triste. Não é Julho.
Se me dissessem que era Abril ou fim de Outubro, se não estivesse a par do calendário, acreditaria.
Ontem até chuviscou!

Depois, aos poucos, limpa.
E o dia fica azul e lindo, até que à noite arrefece novamente num simulacro outonal.


Aproveitei, então,  a tarde ...

... e passeei junto ao Douro.

É de uma beleza sem comparação, este local!
Penso que, por esse mundo fora, em nenhuma das imensas cidades que conheço, é possível encontrar lugar mais bonito.

Daí que se perdoe este clima nortenho, cheio de capricho, cheio de personalidade, que não aquece nem arrefece só porque o dita o calendário ...
Este clima de neblinas matinais faz apetecer a paisagem única do Douro e das suas margens.


Em local nenhum, perto ou longínquo, encontrei tais águas, tais cores, tais margens ...

E por isso se perdoa o tempo instável!


É só erguer os olhos e, de repente, no céu, este arco magnífico ...

.. e no rio, atarefados, os barcos com turistas deslumbrados.


- Olha para trás!
- Que vez?
Mais céu, mais renda em ferro, mais barcos, mais, mais, mais ...

Por isso perdoo este Julho, mesinho atípico, friorento e ventoso ...

Quem assim vive imerso em beleza, bem pode tolerar nevoeiros e neblinas

Beijo
Nina.