quarta-feira, 4 de julho de 2012

Recuperada...


... e já no conforto e segurança do seu lar, a minha maquininha!



Como nova ...
... garantiu-me o técnico, uma criatura de bata escura e meia dúzia de fios de cabelo que, diligentes, lhe atravessavam o crânio de orelha a orelha.
-Foi a correia que rebentou! - esclareceu-me. Nada é eterno e com certeza que lhe dá muito trabalho, sentenciou.
Não o desdisse e paguei 10 €.
Assim, pacificamente.
Da última vez que nos vimos, a coisa correu mesmo mal.
Levei-lhe a máquina e mais uns calções por ela meio engolidos. Ia serena, mas desconsolada... não era coisa que se fizesse a uma tão empenhada, ainda que ignorante , costureira.
-A culpa é da máquina, chinesa, barata e imprestável, declarei.
O sujeito não gostou e saiu em defesa da Coroa, assim se chama a dita e, com todas as letras, chamou-me incapaz e ignorante.
Não gostei!
É certo que merecia a adjetivação, mas o aparelho era demasiado frágil, demasiado chinês ... não ajudava.
Exigi devolução, sugeri troca.
Que não! nem pensar, o defeito é da costureira que avaria o mecanismo, repetia, surdo à minha ira.
Quase cortamos relações, mas, no final, fiz-me desentendida enquanto que o comerciante ofendido me propunha a troca por um modelo mais sofisticado.
Com jeito, recusei.
É que se mudar será um Ferrari das máquinas de costura que ocupará a minha mesa.
Nem menos! Quero uma que corte, coza, borde e, se possível, fale e me dê instruções!
Com a bichinha em casa, fui às compras.
Preciso de matéria prima, preciso de desafios, preciso de projetos:

Este retalho de malha custou 1.5€

A menina que me atendeu sugeriu um pijama e deu-me as instruções, entendida como só ela que até já frequentou, durante 6 meses, um curso de costura.
As instruções foram claras e a tarefa acessível.
Vou fazer um pijama!
Se correr mal, este tecido é ótimo para lavar vidros ... reciclar é comigo, como sabem!

De cabeça perdida,não resisti à tentação e cometi uma extravagância.
Não resisti a este tecido foulard com o qual sonhei costurar uma blusa.


Como não me deixar vencer por esta beleza?

O modelo, muito, muito simples aparece na última Burda.
Vou-me a ela e seja o que Deus quiser.
Se correr mal, tenho sempre uns modelitos diferentes, daqueles que vou pescando pelas feiras do mundo, como este top falsamente chique que misturo, bem humorada, com os mais banais jeans.



Veio de Itália ... where else?
Salva a mais banal e insípida fatiota

Beijos
Nina