segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Uma espécie de ponto inglês


Tenho para mim que estes pontos que se repetem sem possibilidade de erro foram propositadamente inventados a pensar em mim ... presunção e água benta, cada um toma a que quer!
E tenho esta tola pretensão porque, graças a este esquema que se repete, da primeira à última carreira, assisto às soníferas sessões de televisão, após o jantar, em pleno processo digestivo, lareira acesa, rodeada de ensonados que quase ressonam, atenta e vigilante, deixando que as agulhas prossigam movidas por vida e vontade próprias.
Já experimentei sentar-me, olhar em frente, ouvidos atentos e mãos inertes.
É tiro e queda ... adormeço de imediato fazendo monte com os acompanhantes.


Este fio já foi tentativa de xaile que não deu certo.
Demasiado grosso, o trabalho parecia uma manta.
Digámos que se prosseguisse, andaria com uma manta às costas, situação indesejável mesmo para quem, como eu, seja friorenta.
Perita em desmanchar, fui-me à amostra de xaile e dei-lhe sumiço.

Será colete, ou camisola (blusa,  para as amigas brasileiras) sem mangas, bem comprido e ajustado que o ponto promete.
Não é ponto inglês que a tanto não chega a minha competência, mas é bonito e quase parece britânico.
Não tem segredo:
2 m de meia, 1 m de liga ... sempre, no direito e no avesso ... SEMPRE!
Sem pressas, a obra cresce linda e brejeira.
Poucas realizações da mente humana se poderão gabar de tal dupla funcionalidade:
- Vestir
- Espevitar ...
Como se de um café duplo se tratasse, com a vantagem de não apresentar efeitos secundários. Não dá insónia. Terminada a função, termina o efeito e o sono surge mansameeeeeente ....

Beijo
Nina