segunda-feira, 6 de julho de 2020

Eu e os vidros

Moro numa casa com muitos vidros, cheia de vidros. Achei lindo quando a escolhemos. Ele é uma iluminação desmedida, ele é uma paisagem ampla, quase infinita, ele é um espetáculo faça chuva ou faça sol ... ele é uma trabalheira para os manter minimamente limpos. Quase uma impossibilidade absoluta, dado que lá do alto do sexto andar, limpar os ditos vidros configura uma cena em que a própria vida é posta em risco.
Agora, sem ajuda, eu, pessoa dada a vertigens, não arrisco pendurar-me feita acrobata, em nome da limpidez cristalina dos vidros.
O caso é este, sou eu(viva) ou os vidros.
Opto por mim, naturalmente.
O interior é fácil, uma brincadeira de crianças. Basta uma mopa  e num abrir e fechar de olhos, despacho o assunto. Falta o exterior.
Pois...

Foi então que vi um anúncio no Instagram.
Coisa simples - um artefacto composto por duas esponjas que, através de um forte íman permitia que a exterior seguisse o percurso da interior. Para garantir a segurança mínima , um cordel liga as duas esponjas.

Fascinada, convencida que havia descoberto a pólvora, tratei de concretizar a encomenda, por pouco mais de 30€.

Chegou!

Finalmente chegou.

Tratei de a testar.
 Resultado:
- Um fiasco! Um completo, total e absoluto fiasco!
É que os meus vidros são duplos. Não admitem batota. Exigem desvelo , força física, audácia e pessoa intrépida - que não eu!

Portanto ...
Os vidros continuam clamando por limpeza, um brilhozinho que seja.
Portanto ...
Fecho estores, corro cortinas e está tudo bem.

Comprar engenhocas on-line, nunca mais.

Beijo
Nina