sábado, 10 de setembro de 2011

Estradas, caminhos, veredas ...

Se ousarmos transgredir as normas, decidimos, já, que o Algarve é muito mais que praias brancas, mar manso e sol na pele!
  Ao sabor do impulso, abandonámos a estrada principal, aquela que corre paralelamente ao traço azul profundo do mar e infletimos para o interior, para norte.
Não é necessário andar muito para verificar que indícios  de espanto nos aguardam.
Num clima mediterrânico, com uma média anual de temperatura elevada e pouca chuva, não seria de esperar grandes milagres florescentes, tanto mais que um solo avermelhado e argiloso espreita, obssessivo, entre matos e matagais.
Preparem-se, então.
O que espera o visitante é o mais delirante dos cenários, sempre com um céu azul profundo e a zoeira surda da voz das cigarras.
Inopinadamente, faz-se festa:







Flores, muitas, muito grandes, garridas, aos montes, em maciços, bordejam o caminho mal pavimentado.
Estão ali, convictas, para o que der e vier, ocupando o seu espaço, sem cedências ou vislumbre de docilidade.
Ninguém creia na sua fraqueza.
Melhor não as testar em tentativa de corte.
Respondem com ferocidade de picos dissimulados.

Há frutos, tâmaras em cachos.


E romãs,

enormes, rosadas, promessa de delícia outonal.

Alguns figos, poucos, os da segunda rodada,

em figueiras atarrecadas, gorduchas, oferecendo-se displiscentes.


Mais flores. Estas em árvore altiva, distantes.

E azeitonas que se aprontam para a colheita invernosa.
São milhares, bolinhas verdes brilhantes, quase prontas para o  sacrifício final do óleo dourado, o azeite.

Na oliveira, o contraste com o cinza prata da folhagem é, no mínimo, chique.

Numa curva do caminho, surgem os marmeleiros,

lindos, dourados, sugerindo compotas, geleias e marmeladas.

Para cuidados cutâneos de eficiência comprovada, Aloé Vera!

Redondas, gordas, perfeitas, as laranjas, das novas, trabalham para o bronze, começam a ganhar cor.

E, oh! surpresa maravilhosa, uma mangueira imponente, que confundiu os  hemisférios, cresce majestosa, vaidosa dos seus frutos.


que se expõem, magníficos, descomunais, prometendo delícias ... aqui tão perto!

Algarve é apenas praia?

Beijos,
Nina