domingo, 16 de outubro de 2011

Segredos!

No canto de um recanto sombrio, ao abrigo do olhar dos visitantes, descobri uma espécie de viveiro de plantas, estacas, caules, galhinhos espetados no solo, em recipientes improvisados, mantidos na discreta penumbra da sombra de gigantescas árvores.
Foi por acaso que o descobri, mas foi um feliz acaso.
Revi-me no processo de multiplicação de espécies vegetais, a partir de um nada, de um talozinho que, inconscientemente, se dispensa, se joga no lixo.
Não o faço!
Algo me impele a tentar fazer a vida brotar de uma insignificância e, quando o consigo, o sabor delicioso da vitória, do dever cumprido, invade-me.



O cuidador atento providenciou as condições adequadas e deixa que a natureza faça o resto.
São Espadas de São Jorge que se multiplicam a partir de fragmentos das folhas ou  de secções da planta com um pouco de raiz.
Será, em breve , uma bela orquídea, uma rainha que, ainda que na penumbra, ocupa já o seu trono, num lugar destacado.
Parece um cato carregado de espinhos que, inesperadamente,  se remata com uma frágil flor.

Tantas promessas de abacaxi!

Protegida do vento, no alto de um poste, procurando luz, exibe-se esta espécie.

Uma  espessa cortina de palmeiras, escondia este tesouro.
A partir de um, fazer dois ou três vasinhos, de uma estaca obter uma planta adulta, de uma amarela, desfolhada, desidratada criatura, progredir para um saudável e viçoso ser vivo, é um feito grandioso, é a diferença entre a vida e a morte, é uma glória, muito, mas muito mais reconfortante que a mais exótica e dispendiosa compra num horto.

Não entendo porque escondiam este espaço dos olhos dos visitantes.
Deveria ser exibido, pedagogicamente exposto como exemplo a seguir.

Beijos
Nina