quinta-feira, 8 de março de 2012

Quando...


... tecidos, linhas e agulhas eram materiais preciosos, nasceu o patchwork, tal como o conhecemos nos nossos dias.

Se recuarmos bastante mais para trás, encontramos indícios que, já os faraós no antigo Egipto usavam aplicações dessa técnica, então ainda incipiente, no seu vestuário.

Foi, contudo, na América recém colonizada que a prática ganhou estatuto de arte, tomando parte ativa nos rituais sociais.
 Assim, cada jovem casadoira, deveria produzir 12 colchas em patchwork, antes do casamento.
 Creio que seria uma espécie de garantia sobre os dotes de gestão doméstica da noiva que, com quase nada produzia maravilhas. 
Nesse contexto, era da praxe que a menina costurasse uma DOUBLE WEDDING RING, manta, em que dois anéis entrelaçados, sacralizavam o eminente enlace.

Curiosamente, assiste-se a uma explosão da técnica a quando o grande crash da bolsa americana, em 1929.

Conclusão:
-O patchwork é uma arte ancestral?
-É!
-Aparece associada a momentos de aperto económico?
-Aparece!
-É uma arte de miseráveis?
-JAMAIS!

É a atividade mais gloriosamente criativa que se pode desenvolver com pedaços de tecido, linhas e agulha     ( sim, porque primitivamente era inteiramente cosido à mão).

Sei, de um saber sem a mais pálida dúvida, que não o executo corretamente.
Sei, que tal não me impede de arriscar.
Sei que cada nova tentativa é mais bem sucedida que a anterior.
Sei que cada trabalho concluído me enche de alegria e de uma vontade indomável de o oferecer a quem amo.
Sei que vou aprender, cada dia, um pouco mais.
Sei que é um apelo irresistível., a que não procuro resistir.

E assim, persisto ...

...com uma segunda almofada emparelhando com a anterior.

E insisto!
Já sei costurar fechos!

Lindas, prontas, com asas para voarem até às mãos que escolhi.

As combinações foram surgindo ao acaso, segundo o capricho de uma opção momentânea.


Com pintas, libélulas e flores.

Muitas flores, restos da minha primeiríssima costura, esta toalha para uma mesa de camilha.

Com mais restos fiz almofadas,

...e as almofadas vestem um branco sofá ...
E ainda sobram retalhos.
Algum destino terão, só ainda não sei qual.
Sei apenas que a minha casa fica mais casa e mais minha e eu muito mais rica, muito mais sonhadora, muito mais feliz.
E os projetos não param de nascer.


Beijos
Nina