domingo, 21 de julho de 2013

Foi tão bom...

Se eu fosse dia, seria sábado. O meu dia. O melhor da semana. O dia!
Ao sábado, nada pode correr mal. Ainda que chova. Ainda que faça frio. Ainda que não saia de casa.
Ao sábado, basta-lhe ser sábado para ser doce, para ser cenário de cenas felizes. Para ser bom.
Ontem foi tão, tão bom!
Revi amigos queridos, do peito, de toda a vida, de quem, desconfio, já nasci amiga, a querer muito, muito bem.
Almoçámos. Um arroz de robalo dos deuses, dos céus, dos anjos e de toda a corte celestial.
Aprendi o como, um detalhe único que faz toda a diferença e, se não temesse por aqui me perder em detalhes de cebola e alho picado, revelaria já o segredo da abelha. Ficará, porém, para outro depoimento.
Foi tão bom, tão cheio de cumplicidade, de intimidade repartida, de gargalhadas felizes, de abraços apertados.
Daí que não entendo muito bem quem proclama multidões de amigos. Não entendo, eu talhada para gostar das pessoas, para me ligar às gentes, de peito aberto, em comunhão solidária de amor fraternal.
É que, as ligações profundas, quase primitivas, de tribo que sobrevive por solidariedade implícita, quase carnal, essas ligações são  ocasionais, ocorrem   de vez em quando, mas quando ocorrem são imperecíveis.
A gente adivinha laços, pressente coincidências, vislumbra identidades, assim como que se tratasse de uma espécie de paixão. E depois, sem complicar, longe de questionar, aceitamo-nos, ficamos amigos para a vida, para além da vida, se é que para além da vida existe outra vida.
Não fosse por outro motivo, este seria suficiente para tornar o dia de ontem tão bom.

Acontece que os deuses estavam favoráveis concedendo outras benesses.
O jantar foi lindo.
Descomplicado, simples e lindo.
Com sardinhas frescas, das gordas, que passadas por brasas pingam no pão.
Maravilha!
E depois, isto:


O  copo que acompanha conversa amena, interminável, intíma, foi bebido neste cenário, junto ao rio, na noite serena e luminosa.
 Na minha cidade - a mais linda, a mais, de todas as cidades - as noites são assim, uma festa, um esplendor.
Termina quando terminar, e, enquanto dura, afaga os sentidos, embriaga na sua beleza sem par, induz a percepção de que a vida é bela e merece ser vivida.

Beijo
Nina