Cresci com a Burda.
Literalmente.
Em criança, havia uma modista que , no início de cada estação, confecionava as peças de vestuário que a minha mãe considerava imprescindíveis, e uma ou outra que os meus caprichos suplicavam.
Era a Fernandinha e eu considerava-a assim uma espécie de fada que, a partir de um tecido comprado segundo a metragem do modelo, exigia a minha presença, no mínimo quatro vezes:
A primeira para eleger o modelo, acrescentando ou suprimindo detalhes de acordo com a opinião da artista e as preferências das clientes.
Na segunda, a chamada primeira prova, o traje começava a ganhar forma, ainda rabiscado por alinhavos e pontuado por alfinetes...nada estava definitivamente cozido e, por isso, se efetuavam as adaptações ao corpo.
A terceira etapa era a segunda prova. A peça já auspiciava o resultado final, exigindo meros retoques.
A quarta e última era o resgate da indumentária. Íamos buscá-la a casa da Fernandinha, numa tremenda excitação, liquidando a conta e correndo para casa numa pressa, a fim de avaliar a obra de arte.
Às vezes, demasiadas vezes, era devolvida por necessidade de alguns aperfeiçoamentos.
Eram idas e vindas, discussões e imaginações, sonhos e decepções.
Talvez por isso valorizássemos o vestuário.
Agora é tão fácil!
Olha, escolhe, prova e compra, tudo de uma só vez, tudo numa só operação.
A seguir à modista, já mais crescida, atravessei a fase da costureira em casa, uma vez por semana.
Foi a fase da Burda, uma revista alemã, com moldes para cada modelo.
Então participei ativamente neste procedimento -- tirava os moldes em papel vegetal e a costureira, quando chegava, aplicava-os ao tecido.
Tive resmas de vestidos, saias, casacos e tudo o mais que a Burda, mensalmente nos propunha.
Foi uma fase muito engraçada, porque a criatividade pessoal estava implicada na escolha dos tecidos.
Apesar de, atualmente, ter armários de roupa, nada se compara ao que nessa época possuia, quando tudo acabava por custar pouco dinheiro.
Nessa fase comprei uma máquina de costura.
Entretanto, por influência das minhas amigas blogueiras que cosem e descosem, costuram e reciclam, senti nostalgia pela máquina de costura.
Fui ver!
Estava avariada!
Levei-a hoje a compor, numa loja muito velha, numa rua muito velha, com funcionários muito velhos...
Acho que, inconscientemente, sempre alimentei o desejo de costurar, porque, grande perdulária, não resisto a comprar a Burda quando a vejo.
Será que quero implicitamente , comprar os anos que já passaram?
Beijos,
Nina
Nina,
ResponderEliminarVocê me desculpe, mas estou aqui, rindo sozinha - eu também corria na costureira e os moldes sempre eram da Burda. Muitas vezes a decepção, no final da obra era implacável, mas fazer o quê? Minha mãe e as amigas tricotavam os pontos e blusas da Burda, minhas irmãs também, eu é que não era muito habilidosa para o tricô. Você me fez relembrar velhos tempos. Adorei!
Um beijo linda,
Dinorah
oi Ninaa, que linda que vc é, e tua cidade tb muito chique, !
ResponderEliminarobrigada pela sua visita, e os seus elogios fiquei tão feliz obaaaaa!
vou conhecer teu blog agora bjo su!!!
não esquece de mostrar a tua manta ta bom qdo vc terminar, tô curiosa pra ver!
É Nina! Foi-se os tempos em que tínhamos uma costureira em cada rua, praticamente... Minha mãe costurava pra nós, numa perfeição que só, trabalho lindo e limpo... perfeito!
ResponderEliminarMas, cadê essas peças todas? As suas, as minhas? Minha irmã outro dia me contou de umas roupas que minha fez pra ela, que fiquei de boca aberta... mas enfim, por aqui não existe uma só peça dessas. Tenho algumas coisinhas de crochê feitas pela minha mãe, e uns bordados, só. Queria mais.
Beijo,
Ana Paula
Salinha do Crochê
Salinha da Fotografia
Olá!
ResponderEliminarAndo com muita curiosidade para conhecer profundamente a Burda (;
Great post!
xoxo,
Ivânia Diamond *
Olá!!
ResponderEliminarObrigada pela sua visita.
Gostei muito deste post nostálgico e também das fotos dos lugares dos posts anteriores....
Boa semana!
bjs
Ei Nina acho que estás a realizar um sonho ora escondidinho dentro de você!!
ResponderEliminarOutro dia fui a uma costureira perto do meu serviço pois queria uma blusa com um pano lindo que tinha comprado..infelizmente ela me disse que não costura roupas novas e somente reforma roupas usadas porque roupa está tão barato que não valorizam mais o trabalho de uma costureira..Uma pena!!Continuo aqui com meu pano lindo a imaginar a minha blusa e a sonhar que um dia quem sabe eu mesminha possa fazê-la!!
beijinhos
Adorei!
ResponderEliminarA Nina viu uma reportagem sobre a nova adesão aos cursos de costura? Já andei a investigar e, aqui em Lisboa, temos a Escola Europa. Infelizmente o site deixa muito a desejar. Mas, já está na minha lista de tarefas: frequentar um cursinho para ter as ideias básicas e depois, comprar a máquina. Só têm vagas para Julho!
Sei que tenho jeito, pois aos 14 anos costurei à mão uma saia tipo envelope, muito em voga no início da década de 90, e que implicou desmanchar uma saia plissada!
Beijinho
http://osdiasdanossavida.blogspot.com/
Oi Nina
ResponderEliminarVim agradecer sua visita e fiquei aqui viajando no tempo com seu post... também aproveitei os bons tempos das costureiras mas em um determinado momento me senti motivada a aprender a costurar, e não parei mais... espero que vc realize seu desejo de costurar! Te desejo muito sucesso!
Um beijo, Clau
Rita, acabei de ter um grande desgosto. Telefonaram-me da loja de reparações, informando-me que a máquina tem duas peças partidas impossíveis de ser substituídas.
ResponderEliminarMas eu não sou de desistir assim!
Vou ouvir uma segunda opinião!
Ou então, espero que o Lidl repita a venda desta produto, como fez Há uns meses atrás.
Na contracapa da Burda, li a informação que o
Citec já realizou e vai repetir um curso de costura para principiantes. Temos que estar atentas.
Beijinhos e tem um bom dia,
Nina
Olá Nina,
ResponderEliminarinteressante mesmo essa lembrança! Eu também desenhava os meus "tubinhos" baseada em modelos da revista para Da.Rosa cosê-los com caimento impecável... bons tempos os da Burda! Não acho que queira resgatar os anos que passaram, apenas digo que é ainda o melhor compêndio de moda para se consultar.
Já disse à Teresinha(Das Mãos da Teresinha) que pretendo reaprender num curso de costura (fiz um quando tinha 13a). Não me lembro de mais nada!
Agora tenho uma Brother portátil, vamos ver...
Cumprimento-a pelo ânimo!
Beijão,
Lu
Olá, também recordei velhos tempos, as minhas irmãs, todas mais velhas, usavam muito a burda, a minha mãe foi costureira, não modista, mas fazia a nossa roupa quando éramos mais novas, depois fomos aprendendo e começamos nós mesmas a costurar e a fazer a nossa roupa, eu aprendi com 12 anos, com a minha irmã mais velha, e a burda foi uma boa ajuda. Agora raramente compro, pois não costuro tanto, embora os tecidos na rua de Cedofeita sejam super baratos, e de vez em quando ainda faço alguma coisa, mas é mais raro. Na minha gravidez não comprei nada, fiz tudo à minha medida, e cheguei a costurar muita coisa para o meu menino também, até bonés lol.Pena a sua máquina estar avariada, a minha também esteve mas um senhor "velho" conseguiu pôr-ma a funcionar, ela já tem muitos anos, mas vai dando para mim. Espero que arranje solução e faça trabalhos lindos para nós vermos, bjos doces
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