As minhas memórias desta técnica, por nítida associação de ideias, remontam aos filmes do sueco Ingmar Bergman.
Neles, apareciam os interiores clean e sépia das casas nórdicas e, num espiar do dia a dia das suas gentes, assisti, simultaneamente, ao processo criativo de peças de tricô fascinantes, iniciadas pelo decote, numa técnica misteriosa que me encantava.
Guardado no depósito dos desejos a concretizar, estava este, o domínio deste procedimento.
Ultimamente, com o multiplicar de adeptos do tricô e do crochê, com a formação de grupos e clubes, os ensinamentos voam e estão por aí, prontos a ser colhidos por quem deles se apaixonar e, cada vez mais surgem adeptos e filiados.
Quanto a mim, sem grupo e sem clube, é na net que bebo os ensinamentos, às vezes com sucesso, às vezes nem tanto.
Porém não sendo pessoa de desistir, insisto e, aos poucos, sei e sinto que as minhas competências têm evoluído.
Preferindo testar as aprendizagens em peças pequeninas, em roupa de bebé, vou acumulando enxoval que distribuo sempre que, nas minhas relações, chega um novo ser.
Foi nesta perspectiva que tricotei este casaquinho, executando a "Pala em folhas", aproveitando restos de fio a que pretendo dar destino. Os ensinamentos chegaram-me através de um vídeo publicado pela REGINA. À Regina devo muito. Com ela tenho aprendido a deslindar verdadeiros mistérios no mundo do tricô e, por isso, lhe sou imensamente grata. |
A fase seguinte, que chegará apenas no próximo Outono - quando as baixas temperaturas permitirem a manipulação dos quentes fios de lã - será a aventura de tricotar em tamanho adulto, peças de inspiração nórdica que me farão sentir interveniente no mágico mundo de Bergman.
Beijo
Nina