quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A minha vida no campo


 A pandemia precipitou esta decisão, acabando por concretizar um projeto latente, um projeto acalentado desde sempre.

 Falo de viver no campo.

Nasci e cresci numa casa com quintal e jardim. Havia horta, árvores de fruta e até galinhas para consumo doméstico. Também tínhamos cães e pelo menos um gato. Parecia-me normal, nada que sugerisse privilégio particular.

Quando , casada, me mudei para um andar, fi-lo com o entusiasmo de quem inicia uma nova (e fulgurante) etapa, valorizando a novidade de cada pormenor. Porém, cedo constatei que a “coisa” tinha os seus “quês “ - saudades do quintal, da horta, do cão, do gato e até das galinhas. Ruminei no assunto, quase sempre em solilóquio, já que o quórum se me apresentava reticente. Quando muito, suspirava:

- Ah, uma casa com quintal! ( Do outro lado, nada, nem um pio,  numa muito bem conhecida surdez seletiva.)

O tempo foi passando.

O tempo, essa espécie de abstrata divindade que tudo resolve, resolveu finalmente o meu tão profundo anseio.

Não me mudei para o campo, não!

Mantenho a minha casa de sempre, a minha casa de onde vejo o mar. Mas, o refúgio no campo está lá, como alternativa, como opção aberta. E, sempre que apetece, viro camponesa.







Depois de todo o tempo em que brinquei aos quintais, brinquei aos jardins, nas varandas e terraços da cidade, agora é a sério, como provam as laranjas e dióspiros acabadinhos de colher.

Estou a gostar muito mais do que imaginava que gostaria.

(Esta a razão da minha quase ausência. É que as tarefas de camponesa são assoberbantes. E depois há o clima com os seus caprichos, e as regas e as podas e as colheitas que me escravizam. Repito, não poderia estar mais feliz)


Beijo

Nina


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 

Bolo de Cenoura com Cobertura de Laranja

 

Para não defraudar expectativas, trato de semanalmente cozinhar um bolo que tem que obdecer a determinados critérios:

- Nada de chocolate;

- Que seja sequinho e fofo;

-Nada ou quase nada de cremes;


É o que se chama clientela exigente.

 É o que temos!


Quanto a mim, como uma fatia  e fico servida, não lhe tocando mais até à última migalha, não porque seja empedernida disciplinadora de gulas indesejáveis, mas apenas porque, passada a novidade, perco o interesse.

De modo que procuro novidades que me tentem.




Encontrei a tentação nesta revista.
Esta como outras, são compras realizadas sempre que vou - que ia - à Alemanha. Têm uma qualidade insuperável sendo imensamente inspiradoras em variadíssimos capítulos que me fascinam, desde a jardinagem à decoração passando pela culinária (Come-se muito, muito bem na Alemanha).
O problema é que sendo as imagens irresistíveis, de alemão percebo muito pouco, - para ser rigorosa - percebo nada. Então, recorri ao Goolge Translator e lá consegui ao milagre da tradução.







Após uma sobremesa, ficou neste estado, reduzido a metade o belo do bolo. Éramos três! Devoradores!


Segue a receita:

Ingredientes:

Para um bolo com 22cm de diâmetro

 

350g cenoura raspada

4 ovos

200g açúcar

1 pacote açúcar baunilhado

½ c. chá de sal

120g Farinha

2 c. sopa de Maizena

1 c. chá de fermento

1 c. chá canela

150g amêndoa ralada

 

Para a cobertura:

 

350g açúcar pasteleiro

200g queijo fresco

Raspa da casca de uma laranja

2 cl licor de laranja

 

1.       Forno a 180 graus. Untar a forma com manteiga e polvilhar com farinha.

2.       Bater claras em castelo, juntando 30g do açúcar.  Reservar.

3.       Bater as gemas com o restante açúcar, o açúcar baunilhado e o sal. Bater bem.

4.       Juntar a farinha, a Maizena, o fermento e a canela. Misturar bem e acrescentar a cenoura e a amêndoa. Continuar a bater.

5.       Finalmente envolver nas claras.

6.       Levar ao forno durante 50 minutos.


Cobertura:

1.       Misturar com uma espátula – não usar batedeira – o queijo e o açúcar pasteleiro.

2.       Acrescentar a raspa de laranja

3.       Se a mistura estiver muito fluida, não juntar o licor. Eu não juntei.

4.       Cortar o bolo na horizontal, quando frio e cobrir com metade do creme.

5.       Recolocar a outra metade do bolo.

6.       Cobrir com o restante creme.

7.       Levar ao frio 2 ou 3 horas para o creme endurecer.

M

domingo, 4 de outubro de 2020

Correu bem!

 A tarefa que tanta ansiedade me causou, acabou por correr muito bem.

O prazo de execução foi cumprido e as janelas voltaram a deslizar sem problema. O tempo ajudou visto que não choveu e os dois especialistas deram por concluída a tarefa às 18 horas, havendo começado às 9 da manhã.

Foi caro, mas acho que valeu o investimento.

A única contrariedade que subsiste está ligada à própria natureza das janelas que, apenas deslizando e não abrindo dificultam ou impossibilitam a manutenção. 

Aprenderei a viver com o exterior de algumas das  janelas  menos cristalinas, o que me parece ser de fácil aprendizagem.


Boa semana.


Beijo

Nina

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Chuva e vento e eu sem janelas

 Ai! Credo! Sem janelas? E logo com esta tempestade desfeita? Pois é assim!

Explico:

Amanhã, sábado, tarefa programada com muita antecedência vem cá o especialista  que trata das janelas. As minhas são enormes, pesadíssimas e, com o tempo, inamovíveis. Sim. Não consigo que deslizem nos seus - digamos - carris.

- É que nada dura para sempre - explicou o especialista - e os rodízios estão desfeitos, de redondos passaram a quadrados (sic).

Portanto, temos programa para amanhã. Todo o dia, que as janelas além de muitas, são duplas.

Há que aproveitar a maré, isto é, a disponibilidade do duo João e Paulo. Aparecem às 8h00m e levarão o tempo que levarem.

Oxalá não chova (muito).

Vale o sacrifício já que, finalmente, conseguirei abrir portas e janelas. Até me parece que o preço a pagar pela comodidade nem é assim muito alto - refiro-me à clausura, não ao orçamento que esse é outra conversa.

Que tenham muito bom fim de semana que o meu será o que deixei antever.


Beijo

Nina