quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sophia de Mello Breyner Andresen

É uma poetisa contemporânea que venero.
Já faleceu, mas, para mim, continua bem presente, e nunca da minha boca se ouvirá que "foi".


Entrada

Anjinho adornando uma das taças da entrada
 A casa dos seus avós, onde ela própria cresceu, é um palacete imponente, rodeado dum espaço amplo, preenchido por árvores seculares, sombras intimistas e relâmpagos de cor que os canteiros de flores expõem.
O Jardim Botânico está aí instalado.
Neste momento, uma exposição sobre Darwin atrai grupos de alunos em visitas de estudo.
Estive lá esta tarde e senti o espaço de Sophia invadadido...
Acabei por me desinteressar pela exposição e preferi perder-me no silêncio dos jardins.
Aí, sim, é possível sentir a presença de Sophia, nos caminhos sombrios, no perfume dos canteiros de alfazeme, no garrido das rosas, nas fontes e estátuas.


Instante


Deixai-me limpo
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio
Sophia de Mello Breyner Andresen



Pormenor da escadaria e, ao fundo, o jardim

Estátua de bronze no meio de um lago

Painel de azulejos no átrio da entrada


Alfazema ou lavanda

As rosas de Sophia
Sophia não se desvanece.
Neste espaço, circula, paira, deusa,  imortal!


terça-feira, 24 de maio de 2011

Homens carecas

É um dos seus calcanhares de Aquiles, se não o maior, pelo menos o mais visível.
Por isso inventaram "que é dos carecas quelas gostam mais"!
Não concordo!
Elas não gostam nem mais nem menos em função da densidade capilar, porque nós, mulheres, somos bem mais espertas, do que esse tolo rótulo insinua.
Como seria possível que a eleição fosse condicionada pelo cocuruto povoado, capilarmente falando, ou luzidio como uma bola de bilhar em resultado da ausência desse mesmo adorno?
Pelo amor da santa, não nos menosprezem!
Quem assim proclama este chavão é porque quer lavar a sua calvice, denunciando a sua pequenez (e não me refiro ao cabelo), repetindo um slogan sem conteúdo, na esperança de que, através da repetição ganhe credibilidade.

Já sei que o absurdo não é exclusivo de género, que  é transversal atingindo os dois sexos, na total amplitude social.
Todos somos vítimas de mitos que prometem milagres em poucas semanas e, os mais arrojados, em poucos dias.
Mas deixarei este tema para outra oportunidade, voltando, agora, aos carecas.

Vi na TV, um documentário incrível, hilariante, documentando as angústias pilosas de dois homens, jovens.

Um era loiro, de pele clara e careca como o Santo António, com uma penugem esvoaçante em redor do crânio, deixando à vista uma imensa superfície luzidia e , aparentemente, macia como o rabinho de um bebé.
O outro, não.O outro tinha uma farta cabeleira e através da abertura desabotoada da camisa, deixava adivinhar um matagal compacto e negro.
Visto pelas costas, adivinhava-se que entre a cabeça e o dorso não existia solução de continuidade.
Queixava-se este jovem que, o que mais o incomodava eram as nádegas cobertas de pelo.
Um verdadeiro urso!

Acontece que os dois jovens eram muito amigos, com aquele tipo de amizade em que um dispensa um rim para acudir ao outro.
Neste caso, o que estava em causa não era um orgão vital, era o cabelo, ou o pêlo, conforme a perspectiva.
Prosseguindo o raciocínio de que " o que é meu, é teu",  e pretendendo matar dois coelhos com uma só cajadada, dirigiram-se ao que seria o seu salvalor da pátria, um médico japonês de grande nomeada, exímio transplantador de folículos capilares, disposto a resolver o problema dos dois amigos.

Encontrámo-los no bloco operatório onde se operará a magia.
O careca, com o perímetro da cabeça fortemente enfaixada, de modo a provocar edema da zona.
O cabeludo/peludo, de rabo para o ar, oferecendo, como dador, o revestimento das suas nádegas.

E lá começou o procedimento:
O médico japonês, armado de assustadora pinça, arrancou, um a um, os pelos, com o respectivo folículo, do rabo do generoso dador, que, a cada investida, soltava pungentes  lamentos, sendo então, cada um dos folículos colocado no alvo crânio do receptor.

Foi uma intervenção demorada, minuciosa e lancinante para os participantes.
Mas valeu a pena!
No final, o "urso" podia exibir sem constrangimento umas nádegas, embora esfaceladas, despojadas de pelos!
O ex-careca loiro, exibia, orgulhosamente uma trunfa de pelos púbicos, pretos, rebeldes e encaracolados,
em contraste violento com o diáfano círculo loiro que lhe emoldurava o rosto.
Um verdadeiro sucesso!

Beijos,
Nina

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Definitivamente ...

... está calor.
Não dá mais para adiar uma tarefa que abomino, mas que, tal como as estações, se repete, inevitavelmente, duas vezes por ano:
-Mudar as roupas!

É horrível!
Parece que cresce, que a que esteve guardada durante os últimos seis meses deu fruto, tem crias.
Fico desesperada sem saber o que lhe fazer, onde a enfiar.
É uma questão que todos os anos se repete, igual à angústia do fim de férias, quando, mesmo sem se ter comprado nada, a tralha não cabe na mala.
Este é para mim um dos grandes enigmas do universo.
Ontem, como não podia deixar de ser, repetiu-se a cena, a angústia, a aflição...
E a solução de despachar metade nem se põe, uma vez que essa triagem foi feita antes desta roupa ser guardada.

Para ser bem, para me preparar psicologicamente para o tormento, acho que deveria, obrigatoriamente, recorrer a um fármaco. Assim, não só não me afligiria, como não faria nada, limitando-me a adiar a tarefa, sine die.
Mas não! Eu não sou assim, não fujo aos problemas, enfrento-os como uma verdadeira mulher do Norte.

E afinal correu muito bem.



Tinha comprado sacos para o lixo, brancos, com capacidade para 120 litros.
Cada um serviu de cobertura a um cabide comportando tês peças.
Resultado, o armário está primorosamente arrumado, as peças de Inverno devidamente protegidas do pó, alinhadas como soldados coreanos ( do norte), impecáveis e imperturbáveis.
Daqui por 6 meses quando as desempacotar, tenho a certeza, terão procriado e a prol ter-se-á multiplicado.
Aposto!
Beijos,
Nina

domingo, 22 de maio de 2011

                       







Recebi este selinho da Su Falcão, agora-siim.blogspot.com, que, por sua vez, o recebeu de Suelem Carolina, de versaocriativa.blogspot.com,com a indicação de responder a um questionário e o reenviar a 10 pessoas.
Fico profundamente agradecida por acharem que eu mereço esta distinção e tratarei de cumprir com a segunda parte da tarefa. 
A primeira, prefiro escusar-me a fazê-la, uma vez que só entendo que as respostas têm valor se absolutamente sinceras e, assim sendo, entraria em compartimentos da minha privacidade que prefiro preservar.
Assim sendo, o selinho segue para:


As regras do jogo "mandam" que quem receber o selo o reenvie a 10 pessoas.
Portanto, nada de preguiça e vamos por o selinho a circular.
Beijos,
Nina

sábado, 21 de maio de 2011

Menina Prendada...

...que domina as artes domésticas e que, intelectualmente, toca piano e fala francês!
Esse era o paradigma dos inícios do século XX, concretamente, antes do eclodir das duas guerras mundiais.
Com o decorrer dos conflitos, principalmente do segundo, às mulheres, na retaguarda, foi exigido colaborar no esforço da guerra e as ditas "prendas domésticas" foram, forçosamente abandonadas.
Entretanto, politicamente, a mulher ganha estatuto de cidadã de primeira com acesso ao direito ao voto e ao reconhecimento da sua dignidade como cidadã ... no papel, porque na prática, as coisas estavam longe de decorrer pacificamente.
Quem não é levado a sério, quem não consegue fazer-se ouvir,já se sabe, recorre a métodos extremos e, por exemplo, queima sutiãs, numa manifestação de rebeldia perante o estatuto de mero objecto sexual  que se engalana para satisfação masculina machista, lembram-se?
E a luta continua: " Por trabalho igual, salário igual!!!"
Assim, aos poucos, a duras penas, as coisas vão mudando.
Definitivamente, a mulher recusa ser "fada do Lar" e sai à procura da sua independência alcançada por um salário ao fim do mês.
E aqui chegamos!
Permito-me, no entanto, questionar-me:
A mulher sai, entrega os filhos a terceiros, regressa a casa ao fim do dia, enfrentando , maioritariamente, um segundo período de trabalho, para se sentir profissionalmente realizada, ou porque precisa, porque um segundo salário é indispensável?
Difícil responder, não é?
Há casos e casos.
Há quem não suporte um dia em casa , do mesmo modo que há quem suspire por ele.
Conheci, num local onde trabalhei durante anos, uma empregada subalterna que dizia:
-Eu trabalho aqui, porque me aborreço muito em casa, no fim do mês.
Toda esta conversa para falar nas "meninas prendadas"
Actualmento, sê-lo é quase um atestado de burrice, um palavrão, porque sê-lo significa, erradamente, na minha opinião, que se é intelectualmente inferior, desinformada, desinteressante, ultrapassada, numa palavra, limitada.
Acho uma pena que as mulheres se achem no direito de se avaliarem umas às outras desta forma.
Acho pobre e preconceituoso!
Dominar as "artes domésticas" tem vantagens económicas incalculáveis, revela uma sensibilidades artística apurada, um domínio de técnicas que a massificação nos retirou e só nos empobrece e uma abertura de espírito que as chamadas actividades profissionais negam e impossibilitam,
Porque digo isto?
Porque já fui e tenho a certeza que, por muito tempo, continuarei a ser, confrontada com a incredulidade dos que pensam conhecer-me (tão intelectual, com formação académica superior...) perante o meu domínio das artes domésticas, que continuo a desenvolver (... sou autodidacta e sei pouco de tudo...) , que me dão imenso prazer e que me enchem de orgulho (colegas...)!

Beijos,
Nina

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Esse BLOG Enche meu Coração




Da Maysa, maysameudocelar.blogspot.com , recebi este selinho.
Chegou às mãos da Maysa, vindo da Rô, luxoecia.blogspot.com, para sre reencaminhado para dez amigas (os).
Com uma enorme dificuldade, elegi:

1 - crochededudis2.blogspot.com
2 - andreaminhaslas.blogspot.com
3 - treleledaana.blogspot.com
4 - osdiasdanossavida.blogspot.com
5 - fusoeroca.blogspot.com
6 - dasmaosdateresinha.blogspot.com
7 - vistasedevariedades.blogspot.com
8 - binausa.blogspot.com
9 - deisecrafts.blogspot.com
10 - lainefreitas.blogspot.com

Em dois dias, duas grandes alegrias.
A média não podia ser melhor.
Espero que fiquem tão felizes com o presente como eu fiquei ao recebê-lo e ao redireccioná-lo.
Beijos,
Nina



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Receita do xaile

Espero que as fotos que vou publicar sejam suficientemente elucidativas para conseguirem reproduzir o trabalho.
Em todo o caso, estarei sempre disponível para qualquer esclarecimento suplementar.
Devo informar que não executei todas as carreiras do esquema, pois ia vestindo  a peça à medida que a ia trabalhando e conclui que  ficaria demasiado comprida se tecesse todas as carreiras.Aconselho, portanto, o mesmo método.
Só assim conseguirão um trabalho adequado à estatura da pessoa a quem este se destina.
Vamos então aos esquemas:



Começar o trabalho pelo centro

A linha recta indica a abertura para a cava

Descodificação dos símbolos


Texto explicativo
 E aqui está desvendado o enigma do xaile, que mais não é que um enorme círculo, com duas aberturas por onde passarão os braços.

Espero ver publicados muitos exemplares e/ou variações deste modelo.

Beijos,
Nina