quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Depois de férias ...

... quando chego a casa, venho inquieta, ansiosa, numa ansiedade silenciosa, só minha.
Que irei encontrar?
Como estarão os meus bebés?
Refiro-me às minhas plantinhas que, no terraço, dispõem de um sistema de de rega gota-a-gota que, até ao momento se tem revelado muito eficaz.
Mas nunca se sabe ... Uma intempérie, um pássaro, o vento, a chuva ou a falta dela podem terr deslocado os tubinhos de rega ... que sei eu?
Cuidados de mãe que imaginam o pior.

Entrei.
Dentro de casa, tudo estava bem, regadinho, viçoso, verdinho, lindo.
Encarregada do interior, ficara a minha jardineira privativa, uma menina cuidadosa que nunca me deixa ficar mal.

As varandas, condenadas a remodelação total no outono que se aproxima, estavam com o Deus manda, a concluir um ciclo de vida.

E o terraço, meu Deus, com as macieiras e as figueiras, como estaria?
Com o coração apertado abri as persianas e a luz que invadiu a sala iluminou igualmente o meu coração.

Maçãs lindas, coloridas, perfumadas, prontas a ser colhidas:



... de duas qualidades distintas, ambas deliciosas.

Algumas haviam caído devido ao grau de amadurecimento e sujeitas ao próprio peso.
 Mas, mesmo assim, apanhei quilos.
Repousam agora numa bancada da cozinha perfumando toda a casa com o mais inebriante dos perfumes.

Numa das árvores ficaram ainda algumas a fim de completarem o crescimento e amadurecimento.

Neste cubo de barro, cresce a que mais frutos produziu, o que prova que, em qualquer cantinho, se pode plantar uma estaca e esperar, esperar com muita paciência.


Quanto à figueira encontra-se recoberta por figos .
Atingiram o tamanho normal.
Pena que ainda estejam verdes.
A natureza decide, nunca eu.

É ou não é uma atividade apaixonante a jardinagem?

Beijo Nina

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estrasburgo, parlamento europeu


No nordeste de França, quase na fronteira com a Alemanha, fica a lindíssima cidade de Estrasburgo, onde se localiza o Parlamento Europeu, responsável pelas leis que regem a comunidade europeia.
Embora não fosse a minha primeira visita a esta maravilhosa cidade, nunca antes, observara os modernos edifícios que o constituem e que são assim:



...com todas as bandeiras dos países que compõem a União Europeia hasteadas.

Esculturas carregadas de simbolismo ornamentam o espaço exterior.






Visão mais alargada do conjunto, podendo observar-se, em frente, blocos de apartamentos presumivelmente ocupados pelo pessoal que aqui trabalha.
É possível, dentro de certo horário, realizar uma visita ao interior, o que infelizmente não fiz.
Oxalá estas imagens lhes agucem a curiosidade e realizem uma visita mais completa que a minha.

Beijos
Nina



domingo, 28 de agosto de 2011

BRUCE WILLIS



Eu sei que o nome provoca controvérsia, sempre que à memória nos acode um troglodita imune a balas, explosões e facadas, que, quase de mãos nuas, extermina os maus, provocando enxurradas de sangue e ossos partidos, capaz de escalar vertiginosos arranha-céus, escapulir do inferno das chamas mais vorazes, apenas, muito levemente chamuscado.
Eu sei tudo isso e também me cansam as peripécias inverosímeis e bacocas.

Mas, acontece que eu conheço outro lado da figura...
Um lado suave, comedido, terno, até.
Encontrei-o no  "The sixth sense", um filme de 1999, nomeado para seis óscares.
Lembram-se dele, do Sexto-sentido?
A história de um menino, Cole Sear, interpretado pelo genial Haley Joel Osment, que falava com espíritos, atividade que o aterrorizava.
Bruce Willis era um psicólogo infantil que tentava atenuar o tormento da criança, aconselhando-a a não recear os mortos e, até, a interagir com eles.
Ao aproximar-se o final do filme, surge a terrível revelação:
A criança falava com um psicólogo, também ele já morto, que se movimentava entre os vivos, inconsciente do seu estado.

Mas, a que vem este rewind temporal?

Numa quente tarde de um domingo em Dresden, na zona nobre da cidade, junto ao Castelo Residencial, sobranceiro ao rio Elba, sob uma cobertura compacta de copas de árvores, passeavam estas figuras, deslocadas do seu tempo, sem consciência dos olhares curiosos de visitantes do século XXI, mergulhados em diálogos inaudíveis, com olhos e acenos, apenas, para os seus iguais:














Ainda hoje, acalmada que foi a minha inicial excitação, perduram no meu espírito ténues résteas de dúvida sobre a natureza destas personagens que tão majestosamente me ignoraram.
Talvez não me vissem.
Talvez esperassem apenas por Bruce Willis.

Beijos,
Nina

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vejam como é linda ...

... única, espetacular, maravilhosa, diferente, a minha cidade:

Porto

Assistam ao vídeo e deleitem-se!

Beijos,
Nina






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dresden

É uma cidade situada no nordeste da Alemanha, que impressiona, pela majestade dos seus monumentos, pelas pinceladas próprias que, em cada recanto, espreitam, pela marca da ocupação soviética, pela modernidade pulsátil, pelo charme do antigamente, tudo misturado, numa sopa requintadíssima, única, inesquecível.

Passei lá cinco dias, no início de Agosto.

O tempo não foi simpático.
De dia, um calor abafado, subitamente interrompido por fortes quedas de chuva.
À noite, a temperatura descia vertiginosamente e um vento polar afastava das ruas os transeuntes.

Assim mesmo, os olhos encheram-se de beleza e é essa beleza que perdura na memória.

Enquanto que nas grandes cidades se faz o City Tour a bordo de um veículo motorizado, aqui não!
Aqui, uma parelha de cavalos puxa uma carroça de dois andares onde se instalam os turistas.
Na frontaria de um edifício, um mosaico testemunha a memória da divisão da Alemanha do pós-guerra, quando, ocupada pela União Soviética, a ideologia no poder, ostentava os seus símbolos e os seus princípios, também na arquitetura.

Majestosa, maravilhosa, a Frauenkirche ocupa toda uma praça.
Em seu redor, minúsculos, os turistas gravitam seduzidos pela sua beleza.

Os restaurantes antigos são assim, meticulosos nos pormenores, requintados no serviço.

E a comida é divina!


Nas ruelas antigas, vedadas ao tráfego, obras de arte de carne e osso atraem a atenção e os euros dos turistas.

Em cada ângulo, uma surpresa, um pormenor inesperado, como o arco que suporta uma espécie de ponte, que afinal, é uma rua.
A mitologia clássica, perfeitíssima, adorna o interior do Zwinger,  palácio barroco do século XVIII, um dos pontos fortes da visita a Dresden.
Atualmente, o edifício abriga quatro museus.
Foi severamente danificado pelos bombardeamentos dos aliados durante a 2ª Guerra Mundial.
O Zwinger tem a forma geométrica de um quadrado, desocupado no centro, onde se situa uma fonte, exuberante na sua decoração:
O Banho das Ninfas, é o seu nome.

Vista de conjunto de uma das paredes laterais

Grande plano de uma das ninfas

Nas margens do Elba, o rio que atravessa a cidade, têm lugar, ao fim de semana, concertos com bandas  nacionais.
O entusiasmo é enorme e multidões ocupam os relvados das margens do rio, quando não acedem ao local preparado para o espetáculo.
Estes são os meninos que garantem a segurança ... uma graça!

Faço questão de, ao visitar uma cidade, não me limitar aos monumentos e museus, mesmo quando, a cidade é Dresden, conhecida como Florença do Norte.
Gosto de sentir a cidade, misturando-me, anónima , com os seus habitantes, em restaurantes que não privilegiem os turistas, em jardins onde se apanha sol na relva, nos mercados onde assisto às compras e imagino os cozinhados.

Foi assim, em Dresden.

Beijos,
Nina

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O CÉREBRO MASCULINO E O CÉREBRO FEMININO

Da  Rita, Retrato a Sépia, amiga querida que acompanho quase desde o início desta aventura na blogosfera, recebi este hilariante e irresistível vídeo, que prova, uma vez mais, e de uma vez por todas, como somos diferentes dos meninos:

http://www.youtube.com/watch?v=RLbOuHX8rMA

Não pretendo, com a insistência no tema, passar a impressão que tenho algum tipo de ressentimento, algum disfarçado propósito vingativo, que acalento a ideia de um qualquer ajuste de contas.
Credo!
Nem pensar em viver num mundo só de mulheres em que o conceito de Amazona dominadora se espalhasse transformando os nossos meninos em presas indefesas de tenebrosas megeras.
Não! Eu gosto muito dos meninos, acho-lhes graça, inspiram-me cuidados maternais, acordam o meu lado protetor.
Não gosto, não suporto, detesto, odeio GRUNHOS, essa espécie em vias de extinção que se considera superior apenas porque, na idade das cavernas, da qual, na realidade nunca se libertaram, treinando os músculos, como caçadores, ganharam endurance, que, a mulher, procriadora e cuidadora, não desenvolveu.

Hoje, perante a lei, temos os mesmos direitos!
Mas, pergunto, quando a lei não se encontra vigilante, como é que é?

Não me apetece recorrer à casuística  que, sem disfarce, apresenta números... Indispõe-me pensar no assunto.

Prefiro testemunhar jovialidade e inteligência do protagonista do vídeo que se limita a satirizar a sua própria realidade.

Vale mesmo a pena assistir.
Obrigada, Rita!

Beijos,
Nina

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mulher = Multitask

Está provado, dizem, que o cérebro feminino é diferente do masculino.
Assim, enquanto que o homem apenas consegue desempenhar  uma tarefa de cada vez, a mulher, ao contrário, tem a capacidade de prestar atenção e concluir várias tarefas simultaneamente.
Nas minhas recordações, vejo-me a embalar um bebé, segurando-o com um braço, enquanto com o outro, mexia o conteúdo de uma qualquer panela na cozinha, para não citar uma lista de situações em que se multiplica esta capacidade.

Depois de ler um comentário ao post "SE", que ontem publiquei (Reflexos), fiquei a refletir sobre este assunto e várias questões surgiram, para as quais não tenho resposta e a que apenas consigo responder com outras questões, outras dúvidas...

Assim, segundo Darwin, para garantir a sobrevivência da espécie, os seres vivos evoluem no sentido desse sucesso, desenvolvendo capacidades que lhes permitem sobreviver.
Surge então a  questão:
- Será que o cérebro feminino possui as capacidades que se lhe reconhecem, apenas por determinação inicial, ou, por outro lado,  para sobreviver, não precisou de desenvolver competências mais alargadas?

No caso de Emerenz Meier, pelas suas palavras, não depreendo que ela apreciasse particularmente a faceta multitask, pelo contrário, depreciava o género masculino em geral, que em oposição a si própria não se prendia com questões menores e se limitava a ser génio.

É que é muito mais fácil ser génio, quando a comida aparece pronta sobre a mesa, a roupa lavada e a casa arrumada, como que  por milagre.

Como dizia, outro dia , uma corredora de automóveis cujo nome me escapa,a ela, era-lhe, sempre, cobrado muito mais que aos seus colegas homens.
 Segundo as suas palavras, se o seu desempenho falhava era porque " ...coitada, é mulher...", enquanto que os desastres masculinos se deviam ao facto " do Benfica ter jogado mal!"

As grandes poetisas da nossa literatura, como Florbela Espanca e Sofia de Mello Breyner, que reverencio em doses iguais, não são exemplo do chamado multitask.

A primeira, foi uma mulher muito à frente do seu tempo, casada e divorcida várias vezes , seguramente, não se prendia com minudências como a lavagem da roupa ou a gestão da casa.

A segunda, Sofia, a divina Sofia, vivia noutro mundo!
Aristocrata de nascimento, pairava acima do comum dos mortais, e os próprios filhos testemunham que, rua abaixo, frequentemente os perdia, perdida nos seus sonhos, nos seus pensamentos mais delirantes.

Daí que a minha homenagem a Emerenz Meier que, em pleno século XIX se atreveu a proclamar que " O rei vai Nu" me pareça justa,reconhecendo nela uma arauta dos nossos mais justos direitos, que se atreveu a ser mulher e escritora, que se transformou numa bandeira a favor dos direitos femininos, que fez a parte dela.

Façamos nós a nossa!

Beijos,
Nina