Como dizia o ET!
Morta de vontade de regressar a casa.
Desconfio que cada vez me apetece menos ir, partir, deixar o meu ninho.
Mesmo assim vou aderindo, digo que sim e faço malas e um pouco de frete, diga-se, que ninguém me ouve.
Estas, as malas, cada vez mais básicas, mais frugais, limitando o empacotamenteo ao mínimo dos mínimos.
Começo pelos sapatos. Só um par suplente e seja o que Deus quiser.
Saio de ténis, como vejo a maioria dos pés que comigo se cruzam e como a imagem comprova, no belo, belíssimo, aeroporto Sá Carneiro, o meu aeroporto.
 |
Aconselho jeans, ténis e chapéu. Dão com tudo, compõem o look pelintra e escondem a desgraça em que infalivelmente o cabelo terminará. |
 |
Milão, aeroporto de Malpensa, foi o início do tour. Estava tudo tão lindo, tão outonal, dourado e laranja com um pouco de verde à mistura. No céu azul, uns farrapinhos brancos. Temperatura amena com noites gélidas. |
Deixamos a Itália pele fronteira de Trieste para dormir em POSTOJNSKA, na Eslovénia.
Aí as grutas.
Se não fosse por outro motivo, este justificaria a viagem.
São deslumbrantes, maravilhosas, uma verdadeira renda em pedra. Estalagmites e estalactites encontram-se formando pilares de uma brancura lunar, desenvolvidas ao longo de milhares de anos.
Merece a visita, sim.
Em absoluto.
Fotografias, não tenho. Eram proibidas para preservar o ambiente.
Há que acreditar na minha palavra.
Se apenas me fosse dada uma opção de visita, escolheria este lugar mágico.
 |
A segunda noite foi passada em Zagrebe, capital da Croácia, que visitara há alguns anos atrás. Mas como mudou, quanto evoluiu! As pessoas estão diferentes, mais alegres e comunicadoras falando um fluente inglês. |
Eu que não vou cá em ditaduras, venham elas de onde vierem, prefiro este povo rejuvenescido.
As mulheres têm um ar desenvolto e moderno. Ocupam os locais de lazer a par com os homens, sinal de independência e que podem pagar o que gastam.
Gostei.
E são giras que se fartam. Com um bom gosto irrepreensível. E tão simpáticas e comunicativas! Fartei-me de conversar e rir com elas.
 |
Janelas e varandas têm este aspeto! Só podem ser ocupadas por gente de bem com a vida! |
 |
Tirando umas coisinhas que comprei para oferecer, comigo não fiz a menor despesa. Gostei, no entanto de admirar estes miminhos. Umas caixinhas fofíssimas revestidas a crochê que transformam qualquer casa de banho num "luxo"! |
 |
Lavanda aos molhos, aos montes, em ramos e saquinhos. E chinelos e gorros e cachecóis e caixinhas!!!! |
 |
Mais tentações. São pistas para o modo de vida destas pessoas. |
 |
As igrejas, ao fim de algum tempo, acabam, inevitavelmente, por se repetir. Nelas se entra de pescoço torcido e se sai com a sensação de djeá vu. Há, contudo, excepções, como este anjo que quase voa. |
 |
O marketing em todo o seu esplendor. Uma jovem em trajes típicos vendia souvenirs. Atenção ao laçarote nas meias ao nível do joelho. Recuso-me a aderir, garanto, e quanto às tranças nem pensar! Mas cada um sabe de si! |
 |
A bandeira! O xadrês vermelho e branco constitui o verdadeiro símbolo nacional. |
 |
Isto é o que eu chamo uma agradável sala de chá. Confortável, cuidada, de um total bom gosto. Comem-se bolinhos e bebe-se chá ou sumos. Gostei! |
 |
Na parte velha e alta esta igreja que para dizer a verdade, esqueci o nome, embora fechada, apresentava este magnífico telhado. |
À volta, tudo muito cuidado, imaculadamente limpo e oferecendo um espaço onde se deambulava na maior segurança.
Zagrebe é uma cidade pequena e o que a torna diferente vê-se em poucas horas.
Nas sobrantes desse dia, visitamos os arredores o que é importante para auscultar a verdadeira pulsação do país.
Numa terreola com um nome irrepetível de tão estranho, mas onde os locais se deslocam nas horas de lazer, encontrei uma multidão que saboreava isto,
 |
... pasteis de "Mil folhas"! Muito bons, para ser justa, e os quatro portugueses trataram de dividir irmamente um. |
Acabo de deixar um cheirinho dos dois primeiros dias.
Agora vou cumprir, com o maior gosto, a minha obrigação:
Responder aos meus amigos queridos que não me esqueceram durante esta prolongada ausência.
Vou.
A todos ao mesmo tempo, é tarefa impossível.
Mas, paulatinamente, visita-los-ei a todos. Porque gosto muito destes meus amores.
Gosto de verdade.
Juro.
Beijos
Nina