quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O dia tem 24 horas ...


... mas, no que a mim diz respeito, deveria ter muitas mais.
Ainda não parei e, só agora, consegui responder aos comentários que aqui me esperavam.
Faço-o com o maior carinho, muito grata por ter, por esse mundo fora, quem me acompanhe e se dê ao trabalho de deixar um recadinho.
Tenho uma vida corrida, não há nada a fazer.
A manhã foi gasta em diligências bem chatinhas, mas, igualmente, incontornáveis,  que incluem idas ao banco e aos correios.
Depois chega o almoço. Aqui em casa, à moda antiga. Com sopa ou entrada, prato, sobremesa e muita conversa. Uma pausa deliciosa na correria que não trocaria pelo mais sedutor fast food, se é que existe fast food sedutor.

A tarde começa com cabeleireiro. Uma vez por semana, é sagrado. Se correr bem, 1h30m, é o tempo aí despendido. Hoje foi pacífico, sem rebuliço nem ameaças à minha integridade física.

Depois, compras. Das boas. Das deliciosas:
TECIDOS!!!!
Muitos tecidos, escolhidos com cuidado, muita concentração e outro tanto de imaginação.
É que a tarde de domingo fica reservada para os moldes.
Quarta feira, eu e a Mira ( mais a Mira do que eu!) dar-lhes-emos  destino e andamento.

Caída a noite, será o descanso do guerreiro.
A manta de crochê avança lentamente, mas avança.



Esta é já a terceira tentativa.
As anteriores não me convenceram, daí que me tenho ocupado com o faz e desfaz em que sou perita.
Parece que agora acertei.

Ainda a procissão vai no adro, mas já dá para imaginar o resultado final.
Logo mostrarei a evolução.
Por agora, entrego-me ao sofá, à pausa, ao descanso.

Beijo
Nina

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vai ser um casaco ...


... e está quase a nascer.
Um casaco lindo, diferente, único, meu!

As mãos da artista, as mãos da Mira, confrontando o forro, na sua imensa sabedoria.

Foi uma tarde magnífica. Curtinha, como são todas as tardes magníficas.
Em casa da Mira.
Só nós duas, com muita risada, muito comentário tolo, muita diversão.
A Mira, sempre, mas sempre, segurando alfinetes entre os dentes e opinando sobre a vida , sobre o trabalho que tem entre mãos, sobre os trabalhos que aí virão.
Não gosto de alfinetes entre os dentes. Já a repreendi. Em  vão!
E assim, num ápice, a obra cresce.
Ajudo pouco. Tenho medo de estragar e assim me contenho. Mas tenho aprendido muito.


Um cheirinho para aguçar a curiosidade.

O que aí vem, é de se lhe tirar o chapéu!
E eu não tiro chapéus por dá cá aquela palha, não senhor! Por isso repito, o que aí vem é de mestre.
É favor aguardar.
Palpita-me que na próxima semana poderei, se me apetecer, desfiar na red carpet!

Beijo
Nina

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Se eu nascesse outra vez ...





... escolheria o campo, não a cidade, para minha localização.
Tenho uma visão romântica, quase nostálgica e saudosista de uma realidade que nunca experimentei. Por isso, me seduzem as plantas e brinco à jardinagem.
Hoje, que a chuva deu tréguas durante a tarde, resolvi ser agricultora.
Herdei uma enorme orquídea, velhinha com quase oito anos, que resistente e resiliente, mirrava num vaso que mal comportava a sua teia de raízes.
Já fizera o diagnóstico:
-Era necessário transplantá-la!
Esta tarde, pois, meti mãos à obra.
Foi um parto difícil.
Desenvasá-la do recipiente que a estrangulava exigiu determinação e técnica...  fórceps, materializados num gancho que, em alavanca, a forçava a saltar da prisão. Em vão! Não saía!  O que me empurrou para a cirurgia final, digamos, para a cesariana.
Abri, num rasgão total, o vaso e a planta libertou-se.
Era só raízes, numa teia apertada, crescendo sobre si própria, num emaranhado de grossas cordas.
Com a tesoura de poda ( sim, porque eu tenho tesoura de poda...) cortei os apêndices desnecesários, dividindo em três aquela amálgama feroz e quase estéril.
Depois, com composto orgânico e substracto para orquídeas, ( que, prevenida e teórica, antecipadamente adquiri), replantei três vasinhos que, tenho a certeza, serão um êxito.
Usei luvas, claro, que sou agricultora com manicure.
Ainda assim, quando as retirei, vi com tristeza, que as minhas belas unhas se ressentiram da tarefa.
Agora, horas passadas, tenho uma sensação esquisita, quase dolorosa, nos músculos das costas, sensação essa pouco adequada a quem suspira por um quintal, um jardim, uma casinha no campo onde possa comer o que cultive.
Será falta de prática ou não faço ideia nenhuma do que falo?
Será que a perspectiva romântica da vida no campo, na realidade, estraga as unhas, mancha as mãos e provoca dores nas costas?
Será que quero mesmo ser agricultora?
Será?

Beijo
Nina

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Voltando ao frigorífico ...


... à odisseia que foi substituir o velho pelo novo.
Já contei que não cabendo no elevador, foi transportado por oito braços até ao 5ºandar onde vivo.
Já contei da história de terror que foi encaixá-lo no nicho ocupado pelo anterior.
Que, por um pêlo, não coube.
Que foi necessário arrancar parte do armário que o enquadra.
Que, de tão à justa ter sido encaixado, não se movia nem um mílímetro, impedindo o acesso à torneira de abastecimento de água.
Que não tinha, por isso, gelo, nem água fresca, tendo, em contrapartida, o receio que o bicho avariasse em consequência da seca.
Daí que diariamente telefonava ao carpinteiro e eram pedidos, eram súplicas para que se apressasse ... e ele que não ... que estava com gripe!



Hoje, recomposto, apareceu!
Lá extraiu o módulo que impedia o encaixe correto!
E, já que estava com a mão na massa, pedi-lhe que abrisse a torneira de água de alimentação ao frigorífico.
Fê-lo e um enorme esguicho de água inundou a zona!

Acreditam que os quatro estarolas que instalaram o frigorífico, encostaram o cano que não enroscava, fecharam a torneira, impediram que eu verificasse o serviço, receberam uma gratificação e, com a mais 
deslavada cara de pau, sumiram, cientes que a instalação de tão deficiente, provocaria, no mínimo uma inundação?

Não posso crer que quatro marmanjos de barba na cara tenham tido o desplante de assim me enganar.
Fiquei fula, uma fera!
Depois, deu-me uma louca vontade de rir com o desplante dos quatro valdevinos!
Isto há gente de uma tão baixa qualidade que só no circo, como exemplares exóticos.
Que eu, crédula ( e tonta?), acredito que as pessoas são fundamentalmente honestas!
Quando a atitude é assim tão desviante, gelo, não sei reagir de perplexa!
Valerá a pena apresentar uma reclamação?
É que já passou mais de uma semana ...
Vou mas é chamar o canalizador, o meu canalizador, o meu amigo canalizador, homem de confiança, profissional à altura.

Ah! importante:
Comprei o frigorífico no MEDIA MARKT!
Retenham este nome!
Foi a minha primeira e, claro, última compra em tal domínio.
Repito:
MEDIA MARKT!

Avisei!

Beijo
Nina

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tatatatam!!!!!


Ei-lo, em toda a sua glória!



À Mira os créditos. Todos! Sem ela, nada feito. Ficar-me-ia pelo sonho, pela vontade.
Ela, sim! Ela tornou o sonho possível!
Com boa vontade, doses gigantescas de paciência e muito carinho à mistura, deu nisto:



Pela minha parte, copio moldes e aventuro-me no corte, a medo, com muitas cautelas.
Os primeiros passos da fase da confecção entendidos, avanço, timidamente, comum bebé que dá os primeiros passos.
Esta beleza espera dias de sol, para, então, sim, resplandecer como merece.
Ainda assim ousei vesti-o hoje, para jantar, sobre um indispensável  body.
Por cima, um agasalho bem quente.
Brilhará com mil luzes logo quero tempo melhore, com sapatos condizentes e sobreposições ligeiras.


Em nude ...

... com salto elegante, parecem-me bem!

Por cima, este blusão de couro, também ele nude ...

Ou este casaco!
A escolha dependerá dos humores!
Mas que acho o modelo lindo, extremamente bem feito, prático e elegante ao mesmo tempo, lá isso acho!
E sou pessoa de fortes convicções!


E claro que poderia ter entrado numa loja, ter escolhido, ter comprado, peça semelhante.
Claro que sim...
Mas ... Não era a mesma coisa!

E agora , picada pelo gostinho bom da costura, somo projectos, elaboro listas de " a fazer" que, paulatinamente, passarão do papel à realidade.
De repente, sem que o esperasse, quarta feira, tornou-se a melhor tarde da semana.
Obrigada, Mira!

Beijo
Nina

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Lingerie!


A palavra, por si só, tem uma sonoridade, uma musicalidade que a torna deliciosa.
Suspeito que, se cochichasse "lingerie", suave e repetidamente nos ouvidos de um bebé, o adormeceria.
Que a palavra acalmaria fúrias vulcânicas se pronunciada repetidamente, face ao mais primitivo homem das cavernas, insuspeito de conotações eróticas, numa fase em que a vestimenta era mera proteção contra as agruras climáticas.
Há palavras assim...
Palavras que não precisam de referente, palavras de que se gosta pelo estímulo auditivo que provocam.
Pois bem,  eu não escapo ao seu poder encantatório!
LIN-GE-R(R)IE!!!
Ainda mais bonito, se o "R" se arrasta numa fuga afrancesada!
Só que para mim, o som não se limita a inocentemente me embalar. Não! Gosto mesmo do referente, aquelas coisas bonitas para uso íntimo.
Só a própria sabe o que traz junto à pele e só isso basta para que a auto estima saia beneficiada.
Não tencionava discorrer, filosoficamente sobre o assunto. Era o que faltava! Não! A intenção era falar da dita neste espaço em que se fala de sapatos, vestidos, casas e o que mais calhar, não considerando o tema, nem de perto nem de longe, proibido.
Voltemos, pois à lingerie.
Vou variando a aquisição, conforme a oferta,  conforme as lojas que visito.
Calhou ver num dos Shoppings da cidade, a loja Intimissimi, esta sim, com uma denominação sugestiva.
Resolvi entrar, uma vez que a exposição na vitrine me agradara.
Olhava, descomprometida, a exposição suspensa junto às paredes, quando, uma voz me interpelou:
-Posso ajudá-la?
- Não, obrigada, só estou a ver!
Dois minutos volvidos, a mesma voz  cuja dona me seguia como se da minha própria sombra se tratasse, repetiu a pergunta. Eu, repeti a resposta.
Acho que a afugentei.
Sim, afugentei ... por pouco, por pouquíssimo tempo.
Caminho livre, outra voz atacou, com a mesma questão.
Percebi que ou saía da loja, ou não me salvaria da ajuda.
Quase vencida, apontei um modelo, referindo um tamanho.
- Vou averiguar se existe em stock! informou-me a diligente funcionária.
Aguardei.
Devidamente informada, aproximou-se com um sorriso vitorioso e volumoso objecto suspenso das mãos.
- Não temos o tamanho que pediu, mas este ( o tal objecto volumoso) faz o mesmo efeito. É só apertar nas costas!
Muda de espanto, retirei-me, aparvalhada.
OK! quem não tem cão caça com gato!
OK! as funcionárias recebem formação para venderem a todo o custo!
OK! recebem comissão por cada venda!
OK! há, até, sugestões razoáveis!
Mas ... mas... o que pensar perante tal atitude?
Fica o aviso:
Se entrarem na Intimissimi vão preparadas para o ataque cerrado, para o assédio implacável e, já agora, para um episódio de Alice no País das Maravilhas.

Beijo
Nina

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Primeiro foi o ferro a vapor ...


... ligado por uma mangueira a uma caldeira onde, a água é aquecida a altíssima temperatura.
Premindo um botão, o vapor de água sai pela superfície do ferro, através de fendas aí existentes e a roupa, antes amarrotada, desobediente e rebelde ao ferro convencional, perde a rigidez, amacia e no final fica perfeita, como saída das mãos de uma profissional.
Pois bem, esse utensílio tornou-se indispensável nestas paragens. O ferro a vapor transforma a mais inapta passadora ( ... o meu caso!) numa competente e brilhante profissional.
Além desta prestação, que não é de desprezar, acopulando uns tantos apetrechos à maquineta, esterilizamos a casa, desde colchões, passando por cortinados e sofás e acabando nos tapetes, dizimando ácaros e outros bicharocos invisíveis, mas igualmente repugnantes. Isto para não referir que lava vidros sem detergentes e transforma qualquer cozinha num bloco operatório asséptico.
Feito o currículo do aparelho, declaro com profundo desgosto, que avariou.
Aquece a água, produz uns ruídos estranhos e por aí se queda.
Estou triste, claro que estou muito triste.
Tratei de contactar os representantes locais a fim de pedir assistência técnica, reparação, conserto, solução que resulte.
Nada. Nenhum dos números citados no manual de instruções me atendeu. Desesperei. Busquei na net. Finalmente consegui um contacto. Segunda feira, primeira coisa pela manhã, é ir lá, onde o diabo perdeu as botas. Confio no GPS que a esperança é a última a morrer.

Na mesma semana, faleceu-me o frigorífico.
Um monstro pré-histórico que entrou pela janela, içado por uma grua, aquando da nossa vinda para esta casa.
Pois o bicho finou-se.
Já andava desconfiada da sua falta de saúde, vendo gelados que perdiam a consistência!  Estava coberta de razão. Morreu.
Há que comprar outro. Rapidamente, que se pode dispensar tudo menos o frigorífico.
Pesquisei, comparei e comprei.
Na loja avisei:
É um 5ºandar. O elevador não comporta este brinquedo!
Que não era problema, que pagaria uma taxa extra, que viriam quatro homens prontos para alombarem com o dito.
Vieram.
O monstro não passava pelas portas.
Desmontaram-nas.
Depois, na cozinha, por um tiquinho milimétrico não cabia no nicho deixado pelo irmão mais velho.
Desfizeram, então, parte da cozinha.
Chamei o carpinteiro.
Garantiu que viria ontem. Não veio. Hoje telefonei-lhe:
- Estou com gripe. Só na segunda feira.

A meio da tarde, o barulho característico do aspirador foi substituído por um profundo ronco subterrâneo acompanhado por denso cheiro a enxofre. Temi o pior. Pensei que criaturas das trevas, das profundezas do inferno me haviam invadido a casa.
Valente, galguei escadas pronta para enfrentar o perigo.
Afinal coisa prosaica:
O aspirador fumegava. Mudo, colapsara!

O que é que eu faço?
Me ajude, vai!

Beijo
Nina