quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Pamplona ... ainda!


Vamos então recapitular:

- Pamplona é uma cidade extraordinariamente bonita que vale a pena visitar e revisitar - independentemente das Festas de San Fermin, que se realizam em Julho  e só lá vai quem quer!

A parte antiga é uma preciosidade , um emaranhado de ruas estreitinhas onde o sol apenas por breves momentos incide.
Oferece comida muito boa a excelente preço, os habitantes são afáveis, tem parques e jardins magníficos, uma zona moderna com compras irresistíveis, hotéis magníficos, arquitetura rica e bem preservada, uma zona peatonal imensa e muito mais que  a cada passo se vai descobrindo.

Vejam:




Casa consistorial


... na praça com o mesmo nome  - além do castelhano, o catalão é a segunda língua ( ou será a primeira?).

Dá gosto olhar!
A parte antiga, carregada de história, apresenta-se impecavelmente conservada ...





Ruas imaculadamente limpas ...

Brasões - muitas, muitas casas brasonadas - e a bandeira da cidade

O grupo escultórico realativo à festa de San Fermin, visto à luz do dia, é ainda mais impressionante:







Dormi uma noite em Pamplona e nela passei dois dias.
Foram dias muito preenchidos, sem pausas, porque a oferta era imensa.
Apetece-me voltar. Com mais tempo para assim saborear a cidade.
Que - para quem não sabe - as cidades saboreiam-se com toda a calma. Sem ânsias de visitar todos os museus, de entrar em todas as igrejas.
Não!
Não é assim que se vive uma cidade!
Isso é para turista ver. Para viagens organizadas em que se visitam seis capitais em seis dias.
Isso é um castigo do qual se sai - no caso de se  sobreviver ... - do qual se sai - dizia - esgotado.
Só se pode afirmar que se conhece uma cidade se se teve vagar para sentar e ver a vida passar. A vida real. A vida dos seus habitantes.
É também por essa mesma razão que domingo é o pior dia para visitar e viver uma cidade . Ao domingo a cidade dorme. Respira mal e falsamente através dos seus visitantes.
Bom mesmo é comer nos restaurantes dos da terra - naqueles que só eles conhecem - fazer compras no mercado local, beber um copo no bar do bairro.
Isto aprendi nas minhas andanças pelo mundo.
Muito mais que a ver museus e igrejas.



How to know a town? In order to know a town it takes time , you need to escape the tourists cycle , you need to eat at the restaurants where their inhabitants eat , you need to visit the local market . This is much more important than visiting museums and churches. In order to know a town you need to wander without a map , without a script . In order to know a town you need time much more than money !


Beijo
Nina

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Da viagem - Pamplona!




Da Road Trip realizada no princípio de Agosto, mostrei percursos em plena natureza, percorrendo montanhas e vales profundos, descobrindo mares, lagos e rios.

Mas  essa Road Trip foi muito mais que deambular longe da civilização.
 Foi também ficar, olhar e descobrir cidades.
 No caso Pamplona!

Ao largo, sem me deter, tinha passado já imensas vezes, sempre que, atravessando Espanha, cruzava a fronteira de Irun, rumando a França e de Pamplona limitava-me a guardar a ideia romântica que, em tempos idos,  bebi nas obras de Hemingway, especialmente na Fiesta!

Dos media, sobre Pamplona,  sobressaía a imagem das festas de San Fermin, as quais,  para mim que abomino touradas, mais não eram ( não são) que uma espécie de embriagues coletiva, durante a qual, uma horda alucinada foge,  correndo à frente de touros enfurecidos, atingindo-se o ponto alto das festividades quando alguém cai, é espezinhado, ferido ou morto pelos touros.
A dizer a verdade, nada disto faz, para mim, o menor sentido, embora reconheça na atividade uma certa valentia louca, de quem assim se expõe!

Tirando San Fermin, Pamplona era, portanto,  território desconhecido e pareceu-me chegada a hora de mudar tal estado de coisas.

Rumei, pois, a Pamplona!


I had never visited Pamplona and all I Kept about this town was a certain romantic idea from the literary works by Hemingway, mainly from Fiesta!
I also had heard about a somewhat barabarian party - San Fermin - during which enraged bulls chase crowds throughout the old city streets.
This time I decided to visit Pamplona !


Cheguei ao cair da noite e alojei-me bem no centro da cidade.
Percorri-a a pé e, mesmo no seu coração, lá estava - SAN FERMIN!








Um conjunto escultórico extraordinário!

Homens correndo, fugindo, caindo e os touros enfurecidos que os perseguem e, eventualmente, os alcançam, derrubam, espezinham, ferem e matam!

A  festa decorre na parte velha, no Casco Antiguo,  composto por um emaranhado de ruelas que, para as festas, são devidamente preparadas.
A festa - pareceu-me - é atividade de absoluta importância na tradição e na economia da cidade.

Na manhã o dia seguinte parti à descoberta  e o que vi confirmou a minha opinião:




Muita loja ...

... muito souvenir - sempre baseado na comemoração de San Fermin!

É por estas ruas  ...


... que a ação acontece!









Ouvi de um local que a cidade é invadida por multidões que pretendem participar ou apenas assistir. Da Austrália chegam "toureiros" amadores aos montes, que adoram partir de volta a casa, com uma cicatriz, uma fratura, uma esmurradela que seja, comprovando que estiveram lá, que por um dia foram toureiros, que por horas desafiaram a morte!
Não me peçam que entenda!
Limito-me a ser porta voz - incrédula!



Sem touradas, sem corridas, sem toros - por favor! - gostei muitíssimo da cidade ...

... ficando com vontade de voltar!


Beijo
Nina

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Fim de semana - Rias Altas


Depois de uma sexta-feira tristonha e chuvosa, o sábado nasceu cheio de sol, convidando a sair, a espairecer a vista e as ideias.
 Aceitei o convite.
 Rumei a norte, atravessei a fronteira e vi-me na Galiza.
Aí, tanto destino possível, tanta irresistível tentação! Difícil escolher ... 
Rias Altas, foi o rumo tomado!

Sempre por autoestrada até que, bem perto de Santiago de Compostela se inflete para oeste, rumo a Muros e à sua ria.É um local de uma beleza incrível, com tanto a oferecer, tanto para descobrir que se pode e deve voltar muitas vezes.


Weekend - Rias Altas After a gloomy and rainy Friday , Saturday was born full of sun, inviting to leave, to unwind t views and ideas .  I accepted the invitation .  I headed north , crossed the border to Spain and found myself in Galicia. Then I choose to go to Rias Altas.... or should I say Paradise?

Em Muros, no centro da povoação - pouco maior que uma aldeia de pescadores -  uma estreita, mas muito extensa faixa de areia propõe uma praia estupenda, com água transparente, temperatura amena e quase nenhum vento, dado que as praias são baías protegidas por montanhas.
Melhor, muito melhor que as Caraíbas, porque é pertinho, porque não há turismo de massas com os atrozes pacotes do TUDO INCLUÌDO, porque nos sentimos em casa.

Durante a tarde de sábado, as horas foram preenchidas por longo  passeio a pé, ao longo da costa, com paragem para uma bebida fresca.

Depois, de carro, prosseguimos para Ezaro - outra povoação pesqueira, onde desagua o rio com o mesmo nome - sempre seguindo a linha costeira - não tem como errar!

Lá chegados, é aceitar o convite para subir ao alto da montanha, ao MIRADOURO e desfrutar de uma magnífica e quase aérea vista:


Mar aberto, rio Esaro e ria.

De volta a Muros, havia que jantar, que a fome apertava.
Aí, em  Muros,  cheira a peixe fresquíssimo, cheira a marisco vivo e esse foi o jantar - uma descomunal parrilada de marisco, para duas pessoas, mas que chegava à vontade para quatro - foi com imensa pena que vimos a travessa seguir, meio cheia,  para a cozinha!




Absolutamente recomendável
Há vários restaurantes, porém o meu preferido é este, o DON BODEGON, em frente ao porto!


Para dormir a oferta é escassa.
Marquei através do Booking o que me pareceu ser mais aceitável, não passando, no entanto, de um hotel de 2 * - que acabou por provar que quem vê estrelas não vê a real qualidade da acomodação - no caso muito, muito simpático -

HOTEL RURAL PUNTA DE UIA

que, entre outras coisas, oferecia esta vista!





Exteriormente, este é o aspeto:



Uma casa em granito com dois pisos.
Quase todos os quartos com vista para a ria.
Os quartos, em si, são amplos, com casa de banho privativa, TV e WIFI.
Como senão, a má insonorização entre os quartos.

O pequeno almoço, embora simples, tem imensa qualidade, com várias qualidades de pão e - importantíssimo! - sumo de laranja natural.

O edifício é rodeado por jardins muito cuidados e um pequeno pomar de macieiras.


Tem até um espigueiro, imagem de marca desta região.


Quem preferir a tranquilidade absoluta, aqui pode passar as suas horas de lazer.

Domingo pela manhã, feito o check out, seguimos para Muros, para o café matinal e uma volta a pé descobrindo a povoação.

Com ruas estreitinhas ...

Estátuas que homenageiam os habitantes ...

E o  porto...


Continuando pela costa chega-se a Louro, um pueblo vizinho e - aí sim! - as praias são irresistíveis!


Quase desertas, de areias brancas, mar turquesa e temperatura amena ...


São praias protegidas o que significa que não existe poluição ...

Sucedendo-se assim ao longo da costa ...

Sempre rodeadas por montanhas ...

Sempre imaculadas!
Desta vez, foi apenas um fim de semana, mas quero voltar. Voltar e ficar, Quero tempo para viver neste paraíso.

A seguir ao almoço, continuando junto à costa, atinge-se o Cabo de Finisterra, na Costa da Morte, que se estende até à Corunha!
Aí, mar aberto, muitos naufrágios ocorreram ao longo dos tempos.


Sempre o mesmo deslumbramento!

Aí se inicia uma das muitas rotas da Estrada de Santiago - é o quilómetro 0!
Aí, os caminhantes deixam testemunhos da sua passagem e da sua devoção!


Sobre uma rocha, a sua passagem foi eternizada - é uma bota de caminhante em bronze!

E foi tempo de terminar, de regressar a casa, de sentir que o tempo quase se eternizou nestes dois dias passados fora - porque essa é uma das vantagens das viagens - alterar o ritmo, abrandar a velocidade do relógio.
Sinto-o sempre que saio ainda que por pouco tempo - a sensação é que, de uma forma mágica que contraria as leis da física, se consegue rentabilizar e fazer crescer o tempo - esse tirano!

Beijo
Nina


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Chovia ...



Esta manhã nasceu chuvosa. Não que fosse uma chuva torrencial ... era antes uma "morrinha", uma humidade no ar, quase uma fumaça.
Depois dos dias de calor sufocante, o clima decidiu mostrar todo o seu poder ditatorial - decidiu que chovesse e assim foi ... estragando planos de fim de semana prolongado.
A mim, também! Tencionava sair, para perto, para arejar, mas, com chuva não tem graça. E ficámos por aqui!

Para almoçar, Matosinhos, onde se come muito bom peixe!
Onde?


No Fernando!

Conheço o proprietário e sei do cuidado com que seleciona os produtos.
O Fernando é sempre uma aposta certeira!
O atendimento é afável e a qualidade sempre muito satisfatória.
Os preços?
- Corretos, sem reparos!


Gosto muito de percebas e estas estavam no ponto!

Vi-as à venda no supermercado, mas não ousei comprá-las pela simples razão que não sei como as preparar.
Por isso, para não correr riscos nem ter desgostos, como-as aqui, onde sabem a mar!


A seguir, robalo grelhado ...

... com arroz de legumes.

De novo, não me atrevo!
Sendo de preparação simples, grelhar um peixe no ponto certo ultrapassa a minha competência ...
Acho que é uma preparação exigente que requer faro, instinto apurado e muita prática para que o peixe resulte crocante por fora e suculento por dentro.
Deixo a tarefa a quem sabe.

Neste momento a chuva cessou!
O céu desanuviou e já se vê o azul. Acho que teremos um sábado de sol que, pela minha parte, será muito bem aproveitado sem sair de casa.

Tenham um feliz fim de semana.

Beijo
Nina


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Lete ...




Não sei dizer ao certo desde quando nos conhecemos.
Sei que ela, ainda sem blog, me lia, sem que eu desse por ela.
 Disse-me que não lhe parecia bem comentar como anónima ... porque,  é assim a Lete, uma pessoa especial, cheia de cuidados no trato,  carinhosa, amiga e solícita.

Depois, criou o BORDALINHAS .

Chegámos à fala,  através do blog e também em privado, por email!

Logo se disponibilizou para ceder esquemas dos bordados  em que é exímia, em fornecer tutorial para  tricotar as meias maravilhosas que repete,  em enviar materiais para costura, em ser prestável e amiga e exemplo a seguir.

A Lete é perfeita, de uma exigência, de um rigor que transforma o que quer que faça em verdadeiras obras de arte.

A Lete é generosa.
Adora as costuras, adora os bordados e neles põe todo o seu cuidado, todo o seu rigor.
Depois, vendo-os concluídos, oferece-os.
Assim, sem mais!
Que o prazer é todo dela.
Que adora dar!
Que a contrariam possíveis retribuições.

A Lete, de mansinho, entrou na minha vida e sinto a sua falta quando não comenta e sei que tem o seu tempo e tenho a certeza que brevemente reaparecerá. 
Porque a Lete nunca decepciona.

Como se fosse pouco, a Lete superou-se, a Lete surpreendo-me, a Lete tornou o meu dia num dia lindo .








Não legendo.
 As palavras - pobres palavras! - não estão à altura do gesto!

Foi assim:
A meio da tarde avisaram-me que uma encomenda me esperava.
Fui ver!
E lá estava!
A coisa mais linda que me poderiam ter oferecido. 
De propósito para mim. 
No silêncio das suas horas...
 A Lete decidiu que sim, que queria oferecer-me o seu tempo, o seu talento e um pedaço da pessoa única que é!

E para tornar única e insubstituível, a Lete  eternizou, pontinho a pontinho, o nome do meu blog.




Deu-se ao incómodo de tornar absoluta a surpresa - e estas, as absolutas, são as únicas verdadeiras surpresas - conseguindo o meu endereço, que não conhecia, através de uma amiga comum.





Assim que olhei o pacote identifiquei o remetente e foi, emocionada, com mãos trémulas, que encarei este mar de flores.




Nada foi feito por acaso.
Não!
A Lete escolheu o tecido "porque tem tudo a ver contigo"- disse.




A Lete é assim!
Atenta aos detalhes, não deixa nada ao acaso.




Já conversámos!
Pela primeira vez ouvimo-nos!
E foi tão bom!




A Lete fez com que eu me sentisse especial!
A Lete  é assim...
A Lete é única!
Obrigada, Lete!

Espero ter sido capaz de expressar toda a minha gratidão.
Espero estar à altura do carinho da Lete.
Sempre!

Beijo
Nina

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Vestido em crochet laranja


Neste título - VESTIDO DE CROCHET LARANJA - existem duas incompatibilidades:

- Um vestido, nunca, para mim, pode ser de crochet!
- Um vestido, nunca, para mim, pode ser cor de laranja!

E explico:
 O crochet tem o irritante hábito de crescer, de crescer muito, de crescer sempre, de não parar de crescer nunca!
É chato!
Pensa uma pessoa que tem uma blusa e, afinal, tem uma túnica, que rapidamente se transforma em vestido!

Pensa uma pessoa que tem um vestido curtinho, daqueles que funcionam como saída de praia e, vai-se a ver, tem um midi com tendência para maxi.

Quanto à cor, aí sou mesmo radical!
Cor de laranja?
Credo!
E não falo do "laranja" por qualquer embirração particular!
Não!
Falo do laranja por ser especialmente gritante para quem, como eu, sempre, mas sempre, prefere o branco!

Temos pois um vestido de crochet laranja, que terá seguramente nascido num contexto muito especial durante o qual os meus sensores estéticos estariam off!
O que é certo é que, contra todas as possíveis previsões e todos os anti-corpos o vestido nasceu ...




Aqui está ele afiançando o que digo!

Esclareço que se encontra pronto há muito tempo, acondicionado, dobradinho na sua gaveta - nunca me convenceu, o pobre!

Outro dia, num acesso de arrumação/ organização, da dita gaveta retirei um top (de crochet ...) e o vestido que exibo.
Fui-me ao top e desmanchei-o sem dó nem piedade, dando origem a um enorme novelo com destino muito mais de acordo com as minhas preferências.
Seguiu-se o vestido!
Mas ...
Não sei o que ocorreu! Eu olhei para ele, ele olhou para mim ... tudo num diálogo surdo, está bom de ver - e, guardei o desmanchador!
Poupei-o de morte certa!
Olhei-o de novo e vesti-o!
Conclusão:

É verdade que obedecendo às inelutáveis leis da física (e do crochet ...)  o dito crescera - chega-me agora a meio da perna, mas, não está mal, não senhor! Vejo-me perfeitamente a usá-lo, lá pelo  o Algarve ( onde ninguém me conhece ...), como saída de praia. 

Com esta resolução adiei a execução do vestido e - o que é verdadeiramente espantoso! - passei a considerar a repetição do modelo em branco!


É que, se bem observado, nem é feio de todo!


O corpo e parte da saia mais não são do que uma sucessão de "quadradinhos" abertos e fechados - perdão pela incorreção da terminologia que não domino ...
A nível da cintura, duas carreiras de "quadrados" simplicíssimos ligados entre si.

No remate da saia, uma sucessão de "ananases" - juro que assim ouvi designar este ponto ...

Sei que copiei o modelo de uma revista.
Sei que não sei onde a dita para.
Sei, contudo, que está guardada e não seguiu para o lixo.
Sei, portanto, que estou disponível para fornecer uma cópia das instruções a quem por ventura se interessar.

É só dizer.

Beijo
Nina