terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Zaragoza


Zaragoza é uma das minhas cidades preferidas em Espanha, por muitas razões:

- Tem o tamanho ideal, nem muito grande nem muito pequena.

Cidades com Madrid e Barcelona, com todos os encantos que se lhes reconhece, são de um gigantismo que me atordoa, que sempre me faz sentir estrangeira.
Prefiro cidades de menor dimensão, espaços que reconheço, coordenadas que me orientam.

É o caso de Zaragoza, belíssima Zaragoza.

Em termos de monumentalidade é absolutamente fascinante, basta pensar na Basílica de Nossa Senhora do Pilar, magnífica na sua arquitetura delirante, de torres e telhados e vitrais e estatuária que se cruzam e arrebatam o olhar;

Nas inúmeras pontes, nas ruelas estreitas de uma cidade velha que facilmente se alinha com o contemporâneo;

No comércio local que não se subjuga às grandes cadeias;

Nos restaurantes, nas tapas, nas ofertas contemporâneas que espantam o palato, deliciam os sentidos.

Zaragoza surge do nada!

Numa paisagem inóspita, inabitável, árida, agreste e hostil, uma tabuleta conduz-nos ao centro da cidade.

Acontece então o espanto, a submissão maravilhada de quem assim é surpreendido.

Zaragoza é ponto de paragem e ponto de passagem .

Quem sai de Portugal rumo à costa oriental espanhola, forçosamente, passa ao lado de Zaragoza. 

Ou, como eu, entra e fica, uma e outra vez. 
Sempre!


A ponte de Pedra ...

Guardada por leões, atravessa o rio e liga o hotel Ibis ao centro.

Conheço esta ponte como às minhas mãos ...

Poderia atravessá-la de olhos fechados ...

Bem abrigada do vento polar que, como facas, trespassa.

Do outro lado a praça principal semeada de monumentos ...




Quando há festa, a festa é aqui!


Ninguém como os espanhóis para amarem a rua, a festa, o convívio ...

... mesmo ao lado do Pilar.


Por aqui, cultiva-se as ruas sem trânsito, as ruas dedicadas apenas aos peões... Por onde se passeia com o olhar cativo nas montras, nos edifícios ...





à noite, junto ao rio, a cidade é ainda mais bonita ...







Desde que a descobri que a revisito, ano após ano, sempre descobrindo novos encantos.

Desconfio que esta é uma cidade encantada.

Beijo
Nina

domingo, 7 de janeiro de 2018

As compras ... finalmente!




Tenho amigas que, quando saem, o fazem quase só com o propósito de fazer compras. Já pertenci a esse clube. Hoje não!
Hoje, as compras acontecem apenas quando são verdadeiramente irresistíveis - pelo preço, pela exclusividade, pela impossibilidade de aqui , em Portugal, as encontrar.

Por isso, longe vai o tempo em que viajava de mala vazia para regressar com ela cheia.

Nestas voltas pela Europa, gosto especialmente de mercados de rua e de feiras de velharias e aí, admito, perco a cabeça.

Desta vez, para desgosto meu, não encontrei nem mercados nem velharias - o que não me impediu de adquirir umas coisinhas.

As tais coisinhas - repito - têm que ser muito especiais, porque, de facto, eu não preciso de nada.

Vamos então vê -las!



Passeando ao acaso por uma rua de Zaragoza, afastada do centro (onde reina a Zara e outras que tais), vi, na montra de uma loja pequenina, este casaco.
Achei engraçado, quente e muito barato.


Entrei!
A dona, única funcionária, atendia então duas clientes que examinavam uma enorme pilha de "jerseys".
Mal reparei nelas.
A lojista, entretanto, perguntou-me o que pretendia e tratou de me entregar o casaco para que o experimentasse.
Não demorei nada a decidir. Gostei! Quis pagar !
Foi então que a tempestade desabou.

As duas clientes - as que espiolhavam os "jerseys", armaram um escândalo medonho. Tudo em espanhol. Tudo aos gritos. Desconfiei que tinha a ver comigo. E tinha.

Que estavam primeiro, que a lojista era mal-educada, que se não queria ouvir, tapasse as orelhas!

No mesmo instante me desapeteceu o casaco.
Mas à dona da loja, não!
Queria vender. Queria os meus euros. E explicava (coitada!) que chegava a atender quatro clientes ao mesmo tempo.
As duas fúrias - mãe e filha - discordavam, sempre aos gritos.

Então, não hesitei!
E  comprei!
Deixei que se entendessem -. porque eu nem sou de lá, nem percebo o que dizem!

Conclui que Natal é amor entre os homens de boa vontade (só às vezes).


Sempre que vestir esta coisa fofa vou lembrar da cena triste.
Será que as bruxas compraram os "jerseys"?
Será que passaram a vias de facto e se descabelaram?
Será que a lojista lhes deu um valente pontapé no rabo?
Será?


Esta a primeira compra. Especial. Com história e tudo.

A seguinte ocorreu em Andorra e aí tudo decorreu na paz dos anjos - apesar da multidão enlouquecida que por lá deambulava. Nada que me assustasse. Tenho anos de prática a fintar multidões e principalmente gente enlouquecida. Numas horas, passei as lojas a "pente fino" e sem hesitações  comprei:

Esta carteira preta com detalhes em fúcsia. Nem de propósito ! Casa lindamente com este casacão de malha da Zara

E, na terra dos perfumes em conta (são cerca de 40% mais baratos que em Portugal) reabasteci-me do meu eterno cheirinho ...

Há quem mude de perfume constantemente, sei que há! Eu, pela minha parte, sou muito fiel a este Prada, embora, ocasionalmente, arrisque noutras variações da mesma marca.

Ainda aproveitei uma promoção em óculos de sol que além de me agradarem estavam com um preço excelente.
E daqui, quanto a compras, foi tudo.

Continuámos a viagem para outras paragens, documentadas com imagens que me parecem merecer ser divulgadas. Julgarão a seu tempo.

Antes de regressar a casa, pequei:


Mais uma panela!
Sou louca por panelas!
E ainda não tinha nenhuma amarela, percebem?
Tinha de ter!


Esta marca é fogo! Cara, mas cara!
Porém, num certo outlet perto de Barcelona, custam metade do preço. Continuam a ser caras, mas são, para todos os efeitos, 50% mais baratas.

Para que quero eu tanta panela?
Ora!
Para que querem vocês tantos sapatos?

E garanto - a comida aqui cozinhada fica melhor. Juro!


E a minha cozinha está linda!

Acho que foi a última panela, mas não garanto!~
Até já me perguntam, quando chego a casa:
- Então? Quantas panelas compraste?

E eu, feliz, mostro.

Beijo
Nina

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Come-se muito mal na Europa



Continuando ainda com o tema do último post, reitero a impressão que se come mal, muito mal na Europa.
Convem, no entanto esclarecer este assunto de vital e primordial importância - ou haverá coisa mais interessante e vital do que uma bela refeição?

Penso assim:
Será absurdo e de total despropósito, além de revelar profunda ignorância, afirmar assim, a seco, que se come mal na Europa. 
O que acontece é que, por exemplo, em França, reino indiscutível da altíssima gastronomia, se come miseravelmente nas cadeias de restaurantes que, não sendo "trash food" são igualmente péssimas.
Aí, em França, para comer bem, há que conhecer o território e escolher os locais adequados ou optar por um restaurante estrelado e sair de lá arruinado.

Quero com isto dizer que o meio termo - boa comida caseira por preço módico - não está ao alcance dos estrangeiros.

Aqui, em Portugal, a situação é inversa, isto é, come-se (quase) sempre bem, prescindindo das estrelas Michelin. 

Entra-se num restaurantezinho de estrada sem medo, porque o resultado é (quase) sempre satisfatório.



Desta semana passada fora, guardo excelentes recordações do primeiro almoço em Portugal  e, no regresso, de um restaurante de estrada, perto de Burgos.

Vamos, então aos factos:

Decidimos iniciar a viagem, programando uma pausa em Mirandela, distante 150 Km do Porto, utilizando a A4 - diga-se o que se disser (e maioritariamente com muita razão ...), as autoestradas vieram aproximar imenso o interior do litoral.
Antes da A4, viajar para o nordeste era uma aventura perigosa.
 Atualmente tudo se simplificou, cruzando-se vilas e cidades inegavelmente interessantes - penso em Amarante e em Vila Real.


Chegados a Mirandela dirigimo-nos ao restaurante Flor de Sal, nas margens do rio Tua.

O ambiente é agradável, quase sofisticado e a comida excelente:



Chovia !
Mas o rio ali ao lado, alegrava o cenário.



O ambiente - como já referi - é agradável, de muito bom gosto





Enquanto a decisão não é tomada, servem estas coisinhas boas ...


Para entrada - que partilhámos - uma (divina) açorda de alheira - não esquecer que estamos na terra das melhores alheiras que algum dia foram pensadas e  preparadas



... prosseguindo com um ensopado de perdiz!

A lista de sobremesas era extensa e original, mas, foi com lágrimas nos olhos que rejeitei a oferta - incapaz de ingerir uma migalha mais que fosse.
Terminámos com café e muita, muitíssima vontade de voltar.
Aliás, voltaremos!
Há muito a descobrir nestas paragens - Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, Bragança ...
Numa próxima saída , será um fim de semana de descanso e comida de superior qualidade.


Justificada fica, portanto, a minha convicção de que para comer bem, nada como a santa terrinha.
Comer e comprar delícias - azeite, vinho, queijo, alheiras e presunto, fruta e legumes - compras que me arrebatam!


Quanto às "outras" compras, as tais de que falei ontem, serão devidamente expostas, conforme o prometido, não tarda nada!
Há que ler tudo o que esta escriba debita!
(Olha eu a autopromover-me!)

Beijo
Nina






quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

De volta ...

Depois de uma semana ausente, eis-me de volta, acompanhada por uma tremenda gripe!
A sério!
Foi no dia 1 de Janeiro que comecei a dar por ela - era uma tossezinha persistente, um picar na garganta que não passava.
Recorri às mezinhas do costume que incluem antialérgicos, já que eu, este poço de perfeição, sofro de uma ligeira asma.
No caso de se tratar apenas dessa chata da asma, passa ao segundo dia, com "a bomba" prescrita, mas o pior é quando a coisa se complica em síndrome gripal. Pior ainda é quando - como se fosse pouco ... - evolui para uma infeção bacteriológica. Foi o que me aconteceu, pobre de mim. Estou com antibiótico e outras "cositas mas". De dia , consigo "sobreviver", mas durante a noite a coisa complica-se porque tusso desalmadamente. Ando nisto há 3 dias. Acho que amanhã a maleita vai dar os primeiros sinais de estar a ceder - é o costume - e eu voltarei a ser a pessoa airosa e bem disposta (e modesta ...) que costumo ser!

Confesso que tive que vencer uma grande dose de inércia para vir escrever - estou preguiçosa, indisposta e um tudo nada antisocial.
Mas pensei:
- Oh! menina, reage, produz, interage e larga o sofá que só piora a situação!
E eu reagi.

Depois deste rosário de lágrimas, faço o ponto da situação, a saber:

- Fui aí pela Europa, fiz quilómetros, vi coisas, fiz compras.

Comida boa é que não! Come-se mesmo mal! Nada se compara à cozinha portuguesa ( e brasileira, a segunda melhor do mundo, pelo qual salivo à distância)
Portanto, a comida é má, é cara, é um desconsolo, uma pouca vergonha.

Para comprovar o que digo, apresento provas:


Isto é (pretende ser) um risoto de camarão, mas, definitivamente, não é!


É uma argamassa cheia de tomate e com 6 (ou 5) camarões!


Foi o jantar da passagem de ano.
Estávamos em Marselha.
 Acontece que por essa Europa fora se instituiu que o jantar de passagem de ano tem de ser mesmo reveillon, com não sei quantos pratos e bebidas e champanhe e o mais que se lhes ocorra.
Ora se uma pessoa apenas pretende jantar, aí pelas 20 horas - como fazemos em Portugal sem qualquer dificuldade - , o problema agudiza-se, diria mesmo que se torna bicudo.
Já estou habituada a estas "cenas" e, por isso, quando no hotel me informaram que o restaurante se encontrava fechado, pedi uma alternativa, que me foi dada.

Lá me dirigi ao VAPIANO (uma multinacional que já frequentei noutros países e é uma coisa de fugir ...) onde comi (petisquei, vá!) a argamassa, digo, o risoto - coisa intragável!

Bebemos um vinho razoável e terminámos com uma sobremesa pré, pré, pré, arqui pré  feita , que completou o ramalhete!

Já agora e para que se faça justiça, acrescento que no mesmo dia tinha almoçado muito bem num restaurante no Vieux Port:


Moules , que é como quem diz, mexilhões ...

... avec des frites - com batas fritas ...

...com cerveja.


É uma opção barata e plenamente satisfatória à qual recorro insistentemente, em França, desde que o restaurante seja especializado no petisco e venda em grandes quantidades - porque comer um bichinho destes em más condições garante uma experiência para esquecer.

Não era minha intenção perder-me em detalhes gastronómicos. Aconteceu.

Muito, mas incomparavelmente mais interessante foi a viagem proppriamente dita e as compras, as incontornáveis, as gloriosas compras.

Deixei a curiosidade no ar, bem sei!
Talvez até um pouco de água na boca.
Portanto, vou mostrar, vou contar tudo.
Amanhã. Se sobreviver à noite de tosse que se aproxima.
(Brinco! Não me deixo abater com essa facilidade)

Beijo
Nina

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Ponte de Lima



Antes que o ano chegue ao fim, mergulhado em chuva, tiritando de frio, deixo o testemunho do passeio de um dia, esse loucamente azul, mas também gelado.
Foi há uma semana e deixou doce, luminosa, colorida e deliciosa recordação. 

Era quinta-feira e, livres de compromissos, dispensados de afazeres, vogámos ao norte do norte, onde o verde é mais verde, o ar mais cristalino e a paisagem de uma harmonia perfeita.
Ah! E a comida? 
O que dizer da comida? 
Daquela que ignora modismos e inovações  gourmet, limitando-se a ser divina na sua simplicidade, feita de produtos da terra e do mar, plena de odores e sabores?
Nada a acrescentar!
É  degustar! 
E suspirar.


Foi em Ponte de Lima que se produziu o filme de um dia azul.



A ponte cruzando o rio ...

...mirando-se neste espelho ...

Eu, reincidente, para sempre reincidente aqui, onde o olhar paira, não  olha, antes quase delira








Saciado o olhar, suspirávamos pelo o almoço,  que não só de beleza se compõem as horas felizes.

No Carvalheira, o restaurante de todos os prazeres, também  aí impera e imperou a perfeição...





Ambiente, atendimento, qualidade irrepreensível  em todas as fases do almoço. 










Cá  fora nada destoou.
Sinfonia em que todos os sentidos participam.

Adoro Ponte de Lima.




A sua qualidade de vida cativa, aprisiona!



Perto do Porto é  destino seguro para um dia especial.

Para o ano repito, uma e várias vezes.



Meus amigos, minhas pessoas únicas,  tão
queridas, a todas desejo um ano novo que seja, também  ele, uma sinfonia perfeita.

Sejam muito felizes!

Vemo-nos em 2018.

Até lá!


Beijo
Nina

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Foi um Natal feliz!

Foi um natal muito feliz, talvez o mais feliz da minha vida como adulta.
Foi um natal muito feliz, depois de uma travessia do deserto.
Este foi um natal tão feliz como se supõe deverem ser todos os natais.

Dos dois últimos  quero distância e esquecimento.

Acredito, no entanto,  que não  há  como fugir à  dor, não há como evitar lágrimas. Não há.  Há  sim que beber o cálice  até  à  última  gota. Descer até  às  profundezas do inferno,  para depois, devagarinho,  reagir, renascer e querer recomeçar.

Neste natal , estava pronta, curada, sarada,com vontades - não há  nada pior  do que nada querer.

Compartilho este desabafo  (logo eu, tão púdica, tão ciosa da minha intimidade ...) porque - quem sabe? - possa assim, pelo exemplo vivido, ser bengala, arrimo de quem necessita sentir que tudo passa, até  a ferida aberta. Passa!
Sei que passa.
Acaba por passar.

Este Natal, foi um natal feliz.

Com as minhas pessoas, os meus amores.
Com muito exagero, muita comida, muita bebida e muitos beijos e abraços e afagos e olhares e cumplicidade e riso e gargalhada solta.

Agradeço  à vida que me permitiu este presente.
E às  minhas  pessoas, aos meus amores.

Que venha 2018.
Apetece-me.
Quero aventuras, desafios, partilhas.
Quero querer.

Beijo
Nina

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Cinza e amarelo



Combinei um vestido de malha cor cinza com um casacão amarelo e gostei do resultado.



Ambos da Zara, ambos imensamente confortáveis 

O vestido é bem comprido, em malha canelada, assentando como uma luva.
Combino com botas e completo com o casaco, também  ele muito fofo, muito leve.
Comprei as duas peças  online e, por acaso, depois de passar pela loja, não  as encontrei.


Completei com as incontornáveis pérolas que, sempre melhoram o conjunto 



Este vestido  existe também em verde escuro e parece-me ser uma hipótese a não perder nos saldos que começam dia 26.

Estarei atenta, alerta!

Beijo
Nina