segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Panelas e tachos!


Tal como não é possível fazer omeletes sem ovos, também sem tachos e panelas não se cozinha!
Acontece que eu gosto de cozinhar.
Gosto muito.
Acontece, também, que cada dia estou mais atenta ao que como e ao que cozinho, porque, sem sombra de dúvida, somos o que comemos.
A redução das gorduras, a supressão do sal, são imperativos incontornáveis, eu sei.
Dentro dessas limitações, torna-se necessário inovar a nível do processo de confeção dos alimentos.

Daí que, nesta voltinha de fim de ano que já documentei, decidi comprar um tacho e uma panela que, digamos, são os Rolls Royce dos tachos e panelas.
E passo a explicar:
A marca é Le Creuset, uma etiqueta francesa que produz louça em ferro fundido esmaltado, a usar em qualquer tipo de fonte de calor, a manter com lavagens na máquina e com garantia vitalícia, o que, das características citadas, é a mais impressionante, na sociedade descartável em que vivemos.


Este tacho/panela(?) em cor creme tem capacidade para cozinhar arroz para 6 a 8 pessoas.

Dado que são muito pesados, os alimentos são cozinhados em lume muito brando, com uma ínfima quantidade de gordura.
O tempo de elaboração sendo alargado, permite que os sabores se interliguem, dispensando assim, grande percentagem de sal.
A comida sabe ao que é!
Sem disfarces, sem enfeites.

Este, num laranja lindo, é adequado para estufados ou arrozes (de pato, de marisco ...) e pode ir ao forno como base de assados.

Ainda não o experimentei, mas promete grandes resultados.

Conhecia há muito esta marca.
Namorava-a sem ousar adquiri-la, dado o altíssimo preço.
Estava, contudo, na minha lista de desejos a concretizar.
E, por isso, perto de Barcelona, no Outlet La Rocca Village, onde entrei apenas por curiosidade, esbarrei com a loja Le Creuset.
Entrei!
Saí com as duas peças vendidas com um desconto de 50%.
Ainda assim são caras.
Mas, é para toda a vida e em nome da vida.
Não estou nada arrependida e hoje já cozinhei um arroz de bacalhau ( ver na Cozinha da Nina...) de se lhe tirar o chapéu.

Beijos
Nina

domingo, 1 de janeiro de 2012

Já é 2012 ...

... e já estou em casa.
Chove e está frio, mas a sensação de "Lar doce lar!" nunca deixa de me invadir, assim que abro a porta.

Foi uma volta pequenina de que já dei, parcialmente, conta:
Andorra, Girona e Burgos, antes de regressar a casa.

Girona é uma encantadora cidade , situada na Costa Brava, a norte de Barcelona, muito próxima, já, da fronteira francesa.
A zona antiga é deliciosa, exclusivamente peatonal, com uma arquitetura preservada e um comércio tradicional absolutamente irresistível.


São lojinhas como esta, que ao longo das ruas nos seduzem.
Esta vende doces.



Esta, é a montra de uma casa de chá que exibe esta relíquia.
Uma cortina em renda finge que preserva a intimidade de quem a frequenta.


Na mesma montra, outros tesouros.


Aqui, as estrelas são as lãs.
Harmoniosamente exibidas, convidam os clientes.
Lá dentro, são paredes em arco-íris.

Petiscos!
Nada, mas nada mesmo, têm a ver com as grandes superfícies.

E bebidas, para todos os gostos e todas as ousadias.

Numa praça, como se de um sol noturno se tratasse, esta rosácea celebra o Natal.
Arcos e mais arcos prolongam-se ao longo das fachadas.
São o traço distintivo da parte antiga de Girona.


Sábado, 31, rumámos a Burgos.
Viagem longa que, quando anoitece, se torna penosa.
Foi  muito bom chegar ao hotel, um quatro estrelas acessível, nas margens do Ebro, em tempos um  convento, o Palácio de las Mercedes, que se desenvolve quadrangularmente com um pátio interior, agora convertido em hotel.

No pátio foi construída uma cúpula de vidro, permitindo assim que o espaço seja utilizado em festas, o que, felizmente, ontem não ocorreu.



No alto, no topo de uma escadaria que liga os diferentes pisos, este vitral ilumina coloridamente o espaço.
É lindo!

O trabalho de recuperação do imóvel, é exemplificado neste ângulo.
Uma beleza!

Se excetuar Andorra, aquele inferno de consumismo desvairado, esta é uma volta muito agradável que recomendo.
Burgos é uma cidade maravilhosa que merece uma visita prolongada.
Também ela aposta nas pessoas, com as suas ruas vedadas ao trânsito, uma restauração magnífica, comércio tradicional, o moderno Museu do Homem e parques fabulosos que se estendem ao longo das margens do rio, permitindo banhos de sol ou atividade física.

Ontem estava um frio de morrer e nas ruas não se via ninguém.
Hoje, como seria de esperar no 1ª de Janeiro, o dia nasceu pardacento e gelado.

Mas a Primavera está aí, ao virar da esquina.
E então, esta é, sem dúvida, uma escapela que aconselho.

Beijos
Nina

sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!







Que todas as listas de boas intenções se concretizem!
Que tenham saúde!
Que tenham Paz!
Que tenham o Amor e a companhia de quem amam.

Daqui por 1 hora já é 2012!
Aproveitemos todos os minutos.

Beijos
Nina

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E o céu aqui tão perto ...


Descendo de Andorra, em direção a Barcelona, confrontámo-nos com uma estrada de montanha que impõe um andamento lento, mas que, em troca, nos afaga os sentidos, liberta a alma que, apaziguada se eleva a outras alturas.



É o repouso absoluto, a paz imensa que invade e acaricia a mente exausta, gasta, desgastada pela passagem por Andorra, o paraíso do consumismo.

O rio, quase um riacho de águas cristalinas evolui a par com a estrada, cintilando entre uma vegetação de prata e pinceladas de neve.

Não se compra, não se vende.
Limita-se a estar, a ser.

Pronto para ser admirado e seguido, sempre gratuitamente.

O terreno é prata e , numa combinação de génio, as árvores também.

Ao fundo, o espesso manto de neve ...

e o silêncio, e o vento, e o céu azul e o sol brilhante.

Basta ser para ver!

Tenham um FELIZ ANO NOVO!

Beijos
Nina

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Andorra



Encravado nos Pirinéus, fazendo fronteira com Espanha e França, situa-se Andorra, um páis que acena aos turistas com as sua pistas de Sky e com um comércio isento de taxas.

As pistas lã estão, ano após ano, Inverno após Inverno.
Quanto ao comércio, é cada vez mais florescente, mais agressivo e menos compensador.




Longe vão os tempos em que em Andorra se faziam boas compras.
Agora, " são mais as vozes do que as nozes".

A partir do crepúscupulo, quando as pistas de sky encerram, multidões invadem as duas (principais ) ruas de Andorra la Vella.
Uma torre de Babel de idiomas absolutamente estranhos.
-São russos e vêm em chusma, esclareceram-me.

As ruas são, então, uma festa inebriante de luzes e as lojas são invadidas por compradores.



Grande parte circula ainda com os fatos de sky, que o frio é cortante.

Nas montras, persistem os motivos natalícios apelando ao consumo dos espanhóis que, tradicionalmente, trocam presentes no dia dos Reis.

Os preços, mesmo com IVA reduzido, são astronómicos, mas, garantidamente, há bolsas para tudo.


E mais luzes, cintilantes, embriagantes...
Andorra é um microcosmos estranho.
Os habitantes são, na sua esmagadora maioria estrangeiros, sendo desses, uma elevada percentagem de portugueses.
Àqueles com quem falei, detetei uma enorme ânsia de partir, conjugada paralelamente com a necessidade de manter os compensadores vencimentos que, em tempo de crise, não podem desdenhar.
Uma balconista de Viana, aqui há quatro anos, garantiu-me que odeia as montanhas, prisão sem grades que lhe corta o horizonte.
As maiores saudades são do quintal plano, onde a mãe cultivava couves.
Comovente, muito comovente.

Estive em Andorra durante 1 dia.
Fiquei farta.

Beijos
Nina

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Delírios, flores, fantasias, sonhos, rendas...

... de crochet.

Um dia, a Ana Paula mostrou-nos um livro magnífico sobre este tema.

Imediatamente lhe pedi dados precisos para o poder comprar.
Com eles fui à
Fnac, mas resultou em nada a minha iniciativa, " não tinham, não iam ter, não conheciam " a obra  em questão.
Tive pena, mas superei a frustração.

Até que ...
Voilá!
Achei!

Provavelmente não será o indicado pela Ana Paula, mas, mesmo assim, é uma delícia.
Cheio de cores, de pontos, de modelos de projetos.

Ei-lo:


Em toda a sua glória.
A autora, Melody Griffiths.
A editora, CICO BOOKS, London, New York

Ao acaso, fotografei algumas páginas, só para aguçar o apetite e antecipar as delícias.


Lindo!

Muito bem explicadinho.


Com flores!

Montes de flores!
E esquemas e propostas irresistíveis.

Custou cerca de 19€.
Vale cada cêntimo pelo prazer que proporcionará!

Beijos
Nina


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Porto Palafita



De regresso de Cádiz, pelo Algarve, subindo em direção ao Norte, encontra-se, perto de Grândola , um desvio para Comporta, em pleno estuário do Rio Sado.

Seguindo o litoral do estuário, uma placa indica "Carrasqueira".
Vale a pena o desvio!

À nossa espera, está um porto de pescadores, cujos barcos repousam em margens pouco profundas.
Circundando-os há caminhos construídos em passagens precárias e suspensas, sobre as águas.

Algumas construções rudimentares, aguentam-se, também precariamente, com os "tornozelos" mergulhados no pacífico Sado.
É um quadro magnífico, inusitado, de uma beleza tocante.


Um grande cartaz previne que a zona é protegida.

Um emaranhado de estacas ergue-se, então, do lodo do rio.

Pescadores circulam,na faina.

A carga viva, palpitante, são caranguejos arrancados do fundo lodoso.

Uma espécie de ponte, de passadiço, permite a circulação sobre as mansas águas.

Os barcos aguardam, tranquilos, no balanço imperceptível do Sado.
Lindos, coloridos, batizados com nomes queridos, amuletos para momentos de perigo.

Aqui guardam-se tesouros.
São redes, armadilhas para a pesca, garantias de subsistência.

A ponte é frágil, precária, mas convida, desafia o atrevimento.

Um espelho, é o que estas águas são.
Paradas, permitem observar  a vida que no lodo palpita.
Tábuas sobre tábuas, remendos sobre fendas.


Uma pintura abstrata não seria mais ousada, na sua fuga ao senso comum.

Este, bem português , afirma, "Vou andando", numa ortografia torta, mas comovente.

Aqui, esclarecem-se as dúvidas.

E aqui, a localização geográfica, precisa, está registada.

Em frente, em margens alagadas, cultiva-se o arroz.
E assim, de repente, somos postos face a face com congeminações arquitetónicas cujas raízes mergulham bem lá atrás, na história da humanidade.
Caprichosamente, persistem aqui.

Beijos
Nina