sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Este poente ...

 ... não engana.
Amanhã, teremos novamente um dia de sol, gelado.
É um tempo lindo, embora a falta de chuva comece a fazer-se sentir na agricultura.


O céu vermelho, o mar parado, ao fundo e, em primeiro plano as árvores que quase entram pelas minhas janelas.

A noite aproxima-se e a temperatura desce vertiginosamente.
Apetece casa, lareira, jantar tranquilo, um vinhozinho e um filme na TV.
Com este conforto, não resisto. Ou me ocupo ou caio no sono.

Assim, ontem, com um pouco de lã e uma lata de cogumelos vazia, fiz esta gracinha.

Na minha mesa, guarda tubos de cola e nunca a cola se sentiu tão bem instalada.

Entretanto, esta tarde, descobri no cimo de um armário bem alto, daqueles a que só limpamos o pó quando o rei faz anos, esta preciosidade:
Três bolbos de Jacinto que lá esperavam, esquecidos, quietinhos, desde o último Inverno, a hora de renascer.
Sem cuidados, sem água, sem nutrientes, decidiram que chegada era a hora de acordar da letargia de um ano.
É a renovação da natureza em toda a sua pujança.
Fiquei feliz, tão feliz como se houvesse descoberto um tesouro.

Quase os beijei, como quem beija um recém-nascido.
Peguei-lhes com carinho, reguei-os e coloquei-os junto a uma janela virada a sul.
Vão explodir em cor e aroma, garanto.
Por isso, estarei atenta e documentarei o seu desenvolvimento.

Continuando as voltas pela casa, achei, no fundo de uma gaveta, esta lindeza:

Tem mais de 100 anos, pelas contas feitas, atendendo às gerações passadas.
É um linho finíssimo, rematado por uma renda de filé preciosa.

Nos topos, umas fiadas de ajour e nada mais.

Aqui e ali, uns buraquinhos revelam-lhe a idade avançada.
Nem sei como ainda não se desfez em pó.
Enquanto persiste, repousa sobre o tampo de uma papeleira.
Porque merece!

Beijos
Nina

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um toque de verde

Gosto que o aspeto geral da cozinha seja clean, quase minimalista. Tudo deve permanecer dentro dos armários e gavetas, com as bancadas despojadas, prontas para serem utilizadas.
Vazias, limpam-se facilmente e facilmente se mantêm imaculadas.
Abro, no entanto, uma excepção, permitindo que um apontamento verde se exiba.




Neste caso, numa chávena de chá, repousam duas hastes,duas pontinhas de suculentas que cortei em Espanha.
Este é um método muito eficaz de criar raiz, antes de envasar, definitivamente, em terra.

Brevemente, desta pontinha lisa, despontarão uns finíssimos cabelinhos, pedindo um suporte sólido.



Como excepção, mantenho dois potes de louça da Viana do Castelo, e uma jarra com flores.
Esta louça caracteriza-se por ser pintada à mão, apenas em azul, sobre fundo branco.
Nos potes, guardo pacotes de açúcar de todos os cafés que tomo fora, já que, como apreciadora de café, não suporto tomá-lo doce.
A jarra é uma cópia de uma peça antiga, representando um membro das forças militares.
Suponho que serviria para beber cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica ... não posso garantir.

Como princípio, parece-me defensável.
A cozinha, atendendo às suas funções, deve ser mantida livre de empecilhos que compliquem a sua higiene.
Bem basta os pequenos electrodomésticos que, forçosamente, permanecem à vista.
Eu, que nada tenho de minimalista, cuja casa reflete, em cada detalhe, marcas de quem sou e por onde andei, na cozinha, sou assim, purista.

Beijos
Nina

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma tigresa,



 ... de unhas negras
e íris cor de mel ...



Por associação de ideias, quando visto animal print, ouço Bethânia e o seu extraordinário vozeirão.
Bem sei que esta não é a estampa tigre, será, quando muito, leopardo, mas que fazer se os meus sentidos tomam o seu próprio rumo e fogem ao meu controlo?
Como eu ia dizendo, uma tigresa ... é um look que me agrada, na dose certa, com complementos que neutralizem a sua exuberância.

É um vestido de seda, impróprio para os ventos gélidos que nos açoitam, mas, sempre ouvi dizer que "quem tem brio, não tem frio", principalmente se dispuser de um agasalho consistente.
Consistente é coisa que não é este casaquinho, brilhante, tecido cuja a designação correta me escapa.
Vesti o conjunto para um jantar de aniversário.

O vestido é da Zara, o casaco da Mango e os sapatos Furla.
Compras novas?
Nem pensar!
Estava tudo arrumadinho no meu armário, esperando uma oportunidade para brilhar ... que é, convenhamos, o que o casaco faz com mestria.

Na mão, esta bolsa Valentino, sempre um must.
É de rede transparente e um verdadeiro bijou.
Continuo na senda do "Não às compras", com razoável ( ABSOLUTO!) sucesso.
Para escapar a uma pneumonia, evidentemente que recorri a um casaco comprido daqueles que aquecem, não passam de moda e viajam de mãe para filha ... e mais não digo.

Beijo
Nina

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Era uma vez um lençol,

simples, liso, comprado nos saldos da Zara Home.
Vermelho, era vermelho.
Eu olhava para ele, ele olhava para mim e não tínhamos nada para dizer um ao outro.
E o lençol permanecia escondido, na pilha de lençóis nunca sendo escolhido para vestir a cama.
Era vermelho, mas, repito, não tinha graça, apenas uma cor inusitada.

Foi então que, deambulando pela Feira dos tecidos, vi estas risquinhas sorridentes e alegres.
Trouxe-as comigo.

Em Cerveira, na feira, esta rendinha alegre chamou a minha atenção e, num instante, chamei-lhe MINHA.


O lençol tristonho, apesar da cor, ganhou este remate na dobra.


E duas almofadas nasceram.
Farão conjunto com o lençol vermelho e um branco com elásticos que reveste o colchão.

Vista de perto, mostra-se assim, catita, despretencioso, bem-humorado.

Duas rendas em cada topo da almofada, emprestam ao conjunto um ar moderno e bem conseguido.

Com a Helena (minha primeiracostura blogspot.com), minha amiga, minha mestra, meu modelo, aprendi o truque das almofadas sem botões.
Fiz e desfiz, mais do que uma vez, confesso.
Mas cada nova experiência é mais divertida e mais bem sucedida que a anterior.
Perseverança é a palavra de ordem.

Beijos
Nina

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Olha que coisa mais linda,


... são as peças que podemos encontrar na Ourivesaria Luís Ferreira.
Uma casa centenária, com nome feito e qualidade reconhecida internacionalmente.
Aqui, no Porto, tem duas lojas, uma na baixa, perto da Rua das Flores e outra no lobby do Hotel Ipanema Parque, onde fiz as estas fotografias.


O trabalho produzido caracteriza-se por, a partir de materiais banais construir peças únicas de uma beleza absoluta. As jóias, em primeiro plano, são de prata, com incrustações de enormes pedras semi-preciosas.
Com madeira polida, criam-se aves, frutos e tudo o mais que o engenho e a arte do artista decidir.
A prata, sempre ela, é o material de eleição.

O castiçal solitário e a lagosta, tem como base um material branco que suponho tratar-se de osso.

Uma ou outra peça, recorre ao ouro, mas sem pretensões, sem arrebiques, de uma forma clean e despojada.

Das conchas que semeiam as areias da praia, nasceu este precioso casal de caracóis.
E, um pouco atrás, um trabalho em malha produz duas incríveis pulseiras, uma em ouro e outra em prata.
É a coisa mais linda que imaginar se pode.
Mas, como não há bela sem senão, os preços são os de obras de arte, proibitivos.

Beijos
Nina

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lagar de Eiras

Quem vem a Cerveira, debate-se, forçosamente, com a escolha do restaurante onde almoçar, de tal maneira a oferta é variada e tentadora.
É  a gastronomia minhota na sua mais plena exuberância de sabores e odores.

Porém, para diversificar e se surpreender, tenho uma sugestão, melhor dizendo, uma deliciosa sugestão:
Chama-se O LAGAR DE EIRAS, a que já me referi de passagem.
Atendendo, porém, à sua excelência, debrucemo-nos sobre o dito, que bem merece.

Fica do lado de lá do Rio Minho, em Espanha, a poucos Kms de Cerveira.
Cruza-se a ponte e seguem-se as indicações do GPS que rezam assim:

41 graus 55 minutos 36" Norte
8 graus, 47 minutos 15" Oeste

Estas coordenadas deixam-nos pertinho do Lagar, mas um pedido de ajuda a um transeunte, ajuda a matar a charada.
Reservar mesa, pelo telefone 34690017037, é sempre uma sábia precaução


Como já referi, é uma casa rústica e, logo à entrada, encontramos esta gracinha.

Um antigo guarda-louça ...

Recheado de peças ingénuas, cheias de encanto.

Este bengaleiro, separa uma das salas de refeições, dando alguma privacidade ao espaço. 


A vista é deslumbrante.
Sobre a mesa, o Alvarinho escolhido, uma cesta com pão variado e uns miminhos que oscilavam entre a massa dos sonhos e a do pastel de bacalhau, só para enganar a impaciência de quem, faminto, espera.




O interior do petisco , servido bem quente, apresenta-se assim, suculento.


Estes croquetes de porco preto, foram uma das entradas escolhidas.
Absolutamente impecáveis, no tempero, fluidez da massa, ponto de fritura.

As gambas "al ajillo" chegaram à mesa chiando, numa fritura que se prolongava no recipiente quentíssimo.
Com o seu molho de azeite e alho, estavam divinas.

Como prato principal, foi servido este arroz de robalo com marisco, polvilhado com umas ervinhas aromáticas que despertava todos os seus sabores.


Muito, muito bom, com o robalo no ponto certo de cozedura e o arroz caldoso, escorrendo livre, num perfeito casamento com tomates e pimentos.
Perfeito!

No regresso, vendo Portugal ali tão perto, do outro lado do rio, optámos por embarcar no ferry-boat, que, em menos de nada nos colocou na outra margem, já em Caminha.

Depois do opíparo almoço,  a brisa gelada afastou a sonolência.

Como se numa ilha nos encontrássemos, avistávamos, Espanha, Portugal e o Oceano Atlântico, ao fundo.

10 ou 15 minutos é, no máximo, a duração da travessia.

Para variar e enriquecer o sábado, é uma experiência que recomendo.

Beijos,
Nina



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O prazer do dever cumprido,

... ao contrário do afirmado pelo poeta, é enorme, muito, muito gratificante.

Terminei a manta de lã,  graças às temperaturas polares em que temos vivido.
Ainda está quente, acabadinha de sair das minhas mãos, nesta gélida tarde de 6ª feira que convidava a não sair de casa.

Fotografei-a de todos os :ângulos, até à exaustão, receando que as fotos não lhe fizessem justiça



De perto ...

...dobrada, distraída, sem pose, ao natural ...

... neste que será o seu estado natural.

Dobrada, fazendo sobressair a fofura do seu toque.

Exibindo cores.

Numa visão de conjunto.

As cores reais são mais vivas.
A máquina fotográfica fica muito áquem do olho humano.
Que pena!

Onde quer que fique, garanto, vai iluminar o ambiente.


Beijo
Nina